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Medicare reduz preços de medicamentos e pressiona Novo Nordisk e AstraZeneca

Publicado 26/11/2025 • 16:39 | Atualizado há 22 minutos

KEY POINTS

  • Novo pacote do Medicare impõe descontos entre 38% e 85%, atingindo blockbusters como Ozempic, Calquence, Trelegy e Breo, com impacto direto em empresas altamente expostas ao mercado americano
  • Trump amplia pressão sobre a indústria farmacêutica ao negociar reduções adicionais para remédios de obesidade e incentivar acordos bilaterais para evitar tarifas
  • Dependência elevada dos EUA aumenta vulnerabilidade de europeias, levando a relocalização de investimentos, expansão produtiva no país e ajustes estratégicos após dificuldades em se adaptar ao ambiente regulatório americano

Robin Utrecht/ABACAPRESS.COMNo via Reuters

Ozempic

As negociações de preços conduzidas pelo Medicare nos Estados Unidos estão redesenhando o mercado global de medicamentos e pressionando diretamente gigantes europeias do setor farmacêutico. A partir de 2027, 15 medicamentos terão reduções de 38% a 85%, incluindo produtos de empresas como Novo Nordisk, AstraZeneca e GSK.

Os valores têm impacto imediato na estratégia comercial dessas farmacêuticas, muitas das quais dependem do mercado americano, onde os preços de medicamentos são, em média, três vezes mais altos que nos demais países desenvolvidos, segundo estudo da RAND.

O movimento ocorre em meio a uma agenda dupla: de um lado, a Lei de Redução da Inflação (IRA), aprovada no governo Biden, que autorizou o  Centers for Medicare and Medicaid Services (CMS) a negociar preços para o Medicare. De outro, a pressão do presidente Donald Trump, que transformou a redução dos custos de medicamentos em prioridade e tenta implementar a política de “Nação Mais Favorecida”, que atrelaria os preços dos EUA aos mais baixos pagos em outros países.

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O novo pacote de preços negociados incluiu reduções expressivas:

Ozempic (Novo Nordisk): 71% de desconto
O principal remédio da farmacêutica dinamarquesa, que também produz o Wegovy, será vendido a US$ 274 para pacientes do Medicare, muito abaixo do preço de lista, de US$ 959.

Calquence (AstraZeneca): 40% de desconto

Trelegy e Breo (GSK): 73% e 83% de desconto, respectivamente.

No total, o governo estima que as mudanças gerarão US$ 8,5 bilhões em economia, cerca de 36% abaixo dos níveis recentes de gasto.

“Isso é o que podemos chamar de negociação séria, justa e disciplinada”, afirmou Chris Klomp, vice-administrador do CMS.

Trump pressiona e fecha acordos diretos com farmacêuticas

Além do impacto da IRA, Trump também tem atuado para reduzir preços em acordos diretos com as empresas.

Neste mês, por exemplo, anunciou entendimentos com Novo Nordisk e Eli Lilly para cortar o custo de remédios para obesidade destinados a beneficiários do Medicare e do Medicaid a partir de 2026.

As doses iniciais de Wegovy e Zepbound devem cair para US$ 350 e depois para US$ 245, em um cronograma de dois anos.

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A previsão é que a queda no preço seja parcialmente compensada pelo aumento expressivo no volume de vendas.

Além disso, a Novo Nordisk anunciou redução dos preços do Ozempic e do Wegovy para compras diretas do consumidor, após pressão do governo.

A Pfizer, AstraZeneca e outras empresas também fecharam acordos semelhantes.

Exposição elevada aumenta vulnerabilidade

As três maiores europeias têm parte significativa de sua receita dependente dos EUA:

  • Novo Nordisk: 56% das vendas no mercado americano
  • AstraZeneca: 42%
  • GSK: 52%

O novo ambiente regulatório aumenta o risco para o setor e já impulsiona movimentos estratégicos, como:

  • relocalização de investimentos nos EUA para evitar tarifas,
  • adição de linhas de produção no país,
  • e até novo registro da AstraZeneca na Bolsa de Nova York, ampliando acesso ao mercado financeiro local.

A Novo Nordisk, inclusive, citou a dificuldade de adaptação às mudanças nos EUA como uma das razões para trocas recentes na liderança.

Negociação da IRA preocupa menos que política de Trump

Segundo analistas do Barclays, o processo da IRA está se tornando mais previsível e compreensível para o mercado.

A maior preocupação agora é o alcance da política de “Nação Mais Favorecida”, que poderia forçar reduções ainda mais profundas nos preços praticados nos EUA.

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