Mercado de títulos do Brasil pode ser um ‘oásis’ para investidores em meio a novas ameaças tarifárias de Trump
Publicado 03/03/2025 • 14:01 | Atualizado há 7 horas
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Publicado 03/03/2025 • 14:01 | Atualizado há 7 horas
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REUTERS/Carlos Barria
O mercado de títulos públicos do Brasil tem chamado a atenção de investidores internacionais, especialmente em um cenário de crescentes tensões comerciais globais. Analistas ouvidos pela CNBC apontam que os títulos do governo brasileiro podem se tornar um “oásis” para alguns investidores, devido à sua dinâmica particular e aos altos retornos oferecidos.
Segundo Viktor Szabo, diretor de investimentos da Abrdn, o mercado de títulos da maior economia da América Latina é mais influenciado por fatores internos — como política fiscal e inflação — do que pelo sentimento global.
Atualmente, o rendimento dos títulos públicos brasileiros de 10 anos está em 15,267%, um salto de mais de 40% em relação ao ano passado, segundo dados da LSEG.
“O Brasil oferece uma das maiores taxas reais entre todos os mercados de títulos públicos”, destacou Szabo.
Em comparação, os títulos públicos de 10 anos do Chile rendem cerca de 5,939%, enquanto os do México oferecem 9,487%.
A combinação de uma inflação persistente e as incertezas sobre a política fiscal do Brasil têm sido os principais fatores para os altos rendimentos dos títulos públicos, especialmente nos últimos meses.
Nos últimos cinco anos, o Brasil teve um desempenho modesto entre os países latino-americanos, ficando à frente somente de Chile e Colômbia, segundo Gustavo Medeiros, chefe de pesquisa do Ashmore Group. Ele acrescenta que Uruguai e México ofereceram os melhores retornos no período.
Agora, no entanto, o Brasil parece estar se destacando na região.
“No acumulado do ano, o Brasil é o mercado local com melhor desempenho”, afirmou Medeiros. Os títulos públicos brasileiros reduziram seus rendimentos de 16% para cerca de 14,6%, enquanto o real valorizou-se de 6,2 para 5,8 em relação ao dólar.
De acordo com Szabo, da abrdn, o mercado de títulos brasileiro possui características particulares, sendo fortemente influenciado por investidores locais de curto prazo.
“Isso contribui para o alto prêmio de risco e para os grandes movimentos nos preços dos títulos e da moeda”, explicou.
Devido a essa dinâmica, o Banco Central do Brasil pode adotar políticas monetárias diferentes das praticadas por economias avançadas e até mesmo de seus vizinhos na América Latina.
Desde que Luiz Inácio Lula da Silva reassumiu a presidência em janeiro de 2023, a economia brasileira tem enfrentado desafios e oportunidades, incluindo a inflação elevada herdada do governo anterior. Além disso, os gastos públicos aumentaram significativamente, gerando preocupações sobre a sustentabilidade da dívida. Hoje, a dívida pública brasileira equivale a 76,1% do PIB.
Apesar disso, especialistas afirmam que o Brasil está relativamente protegido das disputas comerciais globais, pois suas relações comerciais com os Estados Unidos são moderadas.
As políticas comerciais protecionistas dos EUA têm prejudicado o sentimento em relação a ativos de mercados emergentes, mas o Brasil parece menos vulnerável à guerra comercial de Trump, segundo Noah Wise, gestor sênior da Allspring Global Investments.
Os ativos brasileiros vêm se recuperando em 2025. O real já valorizou mais de 4% frente ao dólar desde o início do ano, enquanto o Ibovespa acumula alta de mais de 12%, segundo a LSEG.
Diante desse cenário, Wise afirmou que voltou a comprar títulos públicos brasileiros após um desempenho significativo nos últimos meses. Em 2024, ele havia reduzido sua exposição em mais de 50% devido às incertezas fiscais.
Já Ning Sun, estrategista sênior de mercados emergentes da State Street Global Markets, acredita que a alta taxa de retorno dos títulos brasileiros e o baixo risco de impacto por tarifas dos EUA tornam o mercado atrativo no curto prazo.
O mercado de títulos brasileiro tem demonstrado baixa correlação com outros mercados, segundo George Efstathopoulos, gestor de portfólio da Fidelity International.
“Os títulos locais do Brasil podem ser um verdadeiro ‘oásis’ para investidores brasileiros, que não precisam se preocupar com os riscos cambiais”, afirmou.
Segundo ele, os investidores locais obtêm rendimentos nominais elevados, acima da inflação, além de retornos competitivos. No entanto, para investidores estrangeiros, o risco cambial segue sendo um fator relevante, especialmente após a grande desvalorização do real no ano passado.
Mesmo assim, Zsolt Papp, especialista da JPMorgan Asset Management, acredita que os retornos compensam os riscos.
“Investir no mercado de títulos públicos do Brasil por meio de fundos ativos oferece diversificação e gestão de risco eficiente”, afirmou.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.