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Mundo

Milei boicota fórum da China com países latino-americanos em aceno a Trump

Publicado 14/05/2025 • 15:31 | Atualizado há 5 horas

Estadão Conteúdo

KEY POINTS

  • O governo Javier Milei orientou a delegação da Argentina a não participar da reunião ministerial de alto nível do Fórum China-Celac, realizada em Pequim na terça-feira (13).
  • A China é um relevante parceiro comercial da Argentina, mas os laços políticos estão conturbados, com gestos às vezes ideológicos, às vezes pragmáticos de Milei.
  • Diplomatas brasileiros interpretaram a instrução de Javier Milei como mais um sinal de atuação em favor dos interesses do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com quem o argentino tem uma relação muito próxima.
Presidente da Argentina, Javier Milei

Presidente da Argentina, Javier Milei

Tânia Rêgo/Agência Brasil

O governo de Javier Milei orientou a delegação da Argentina a não participar da reunião ministerial de alto nível do Fórum China-Celac, realizada em Pequim (China) na terça-feira (13).

“A República Argentina esteve ausente da plenária ministerial da 4ª Reunião do Fórum China-Celac e não participou da adoção destes documentos”, informa a Declaração de Pequim.

Na prática, a diplomacia argentina compareceu em um nível diplomático mais baixo, apenas para informar que não bloquearia a discussão, mas também não participaria das decisões. Na Celac e em outros fóruns, como G20, OEA e Mercosul, e até nas Nações Unidas, o governo argentino adotou uma postura de tentar barrar temas e complicar consensos.

A China é um relevante parceiro comercial da Argentina, mas os laços políticos estão conturbados, com gestos às vezes ideológicos, às vezes pragmáticos de Milei.

Diplomatas brasileiros interpretaram a instrução de Javier Milei como mais um sinal de atuação em favor dos interesses do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com quem o argentino tem uma relação muito próxima.

A declaração final do mecanismo usado pelo presidente Xi Jinping para estreitar elos com a América Latina e o Caribe revela que a Costa Rica, outro país próximo dos EUA, também se dissociou do bloco, pontualmente.

US$ 9,1 bilhões

Já no plano de ação 2025-2027, aparece a mesma estratégia de esvaziamento por parte da Argentina, enquanto Costa Rica e o Equador, de Daniel Noboa, mais uma vez não aceita o tema da guerra comercial.

“As partes promoverão esforços para construir mecanismos de cooperação, resolver disputas comerciais por meio de diálogo construtivo, administrar adequadamente os atritos comerciais e abordar medidas coercitivas unilaterais que afetam a economia, o comércio e o investimento”, diz o texto.

Xi Jinping fez questão de elevar o peso político do Fórum China-Celac, originalmente apenas uma reunião de ministros com os 33 países do grupo. O líder chinês procurou ser um contraponto a Trump com o evento e reforças elos políticos.

Na abertura, Xi anunciou uma linha de crédito de US$ 9,1 bilhões para a região, isenção de visto para cinco países – no momento em que Trump deporta imigrantes em massa – e milhares de bolsas de estudo e viagens à China, entre outros.

O chinês também reagiu às tarifas de Donald Trump, dizendo que não há vencedores em uma guerra comercial, e buscou mais influência política na América Latina e no Caribe. Por isso, um parágrafo do comunicado final, proposto originalmente pelos anfitriões chineses e emendado pelos demais países, reafirmava o “apoio a um sistema multilateral de comércio justo, transparente e baseado em regras”. “O governo da República da Costa Rica se desassocia deste parágrafo”, registra o documento.

Como o Estadão revelou, a China tentou usar o comunicado oficial de um fórum multilateral para arrancar apoios mais explícitos a questão que os países decidem bilateralmente. Isso desagradou e fez com que a negociação diplomática se prolongasse.

No fim, o princípio político de uma só China, base para reivindicação de soberania sobre Taiwan, foi mantido, mas com validade apenas para aliados de Pequim. E a menção à Nova Rota da Seda (Belt and Road Initiative), projeto de infraestrutura global que ficou na mira dos EUA, foi suavizado, para não parecer um endosso completo.

Chile e Colômbia vão por outro caminho

“Reconhecemos as contribuições das partes envolvidas na Iniciativa do Cinturão e Rota, que apoiou o desenvolvimento econômico e social em algumas áreas de ambas as regiões”, resume a declaração.

Por outro lado, a China deixou também de apoiar explicitamente o pleito da América Latina e do Caribe para indicar o próximo secretário geral da ONU, em campanha patrocinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O apoio seria um passo importante, mas a China afirmou apenas que tomou nota do pleito.

Com outra postura, os presidentes do Chile, Gabriel Boric, e da Colômbia, Gustavo Petro, ambos com histórico de relações privilegiadas com Washington, fizeram questão de viajar a Pequim. O Chile foi o primeiro país latino-americano a ter um acordo de livre comércio com os EUA e recebeu 10% no tarifaço de Trump, como quase todos os demais da região.

Boric pediu ajuda ao Palácio do Planalto para azeitar a agenda com Xi Jinping de última hora. Já Petro, cujo país também possui relação extensa com os EUA, inclusive em Defesa e segurança, usou sua passagem pela capital chinesa para anunciar a adesão colombiana à Nova Rota da Seda.

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