Na noite de sexta-feira (11), o presidente da Argentina, Javier Milei, reuniu seu gabinete na Casa Rosada para anunciar o novo acordo do país com o FMI e o fim dos controles cambiais. Segundo o jornal Ámbito, Milei fez um discurso nacional e enfatizou que “tudo está indo conforme o planejado”.
Em mensagem gravada com membros de seu gabinete e líderes libertários, ele enfatizou que “o Ministério da Economia e o Banco Central da República Argentina (BCRA) finalmente romperam o último elo da corrente que mantém a economia nacional estagnada há 15 anos”. “A partir deste momento, eliminamos para sempre os controles cambiais sobre a economia argentina”, enfatizou Milei no discurso.
Embora tenha afirmado que “a inflação entrará em colapso porque não haverá emissão de pesos sem lastro”, ele ressaltou que este mês, os argentinos assistiram a uma interrupção no processo de desinflação. “Estes são os efeitos da aberração da Lei Guzmán, que nos obrigou a ir ao Congresso solicitar autorização para este acordo com o FMI”, disse Milei.
O presidente argentino observou que “nunca, jamais, nos últimos 120 anos, houve ordem fiscal, ordem monetária e ordem cambial ao mesmo tempo” no país.
Segundo o jornal Clarín, com o fim do controle cambial (Cepo cambial), o governo também abandonará o regime cambial de crawling peg de 1% ao mês, adotando um sistema de bandas móveis de flutuação — cujos limites serão atualizados mensalmente em 1% — e que o desembolso do FMI, previsto para esta semana, será maior do que o esperado: US$ 12 bilhões.
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O crawling peg é um regime cambial que combina características de câmbio fixo e flutuante. Nesse sistema, a taxa de câmbio é ajustada gradualmente ao longo do tempo, permitindo depreciações ou apreciações controladas da moeda.
Esses ajustes podem ser feitos com base em fórmulas predefinidas ou de forma mais flexível, dependendo das condições econômicas, como inflação ou pressões externas. O objetivo principal do crawling peg é evitar grandes oscilações cambiais, reduzindo a incerteza e a volatilidade, enquanto mantém a competitividade econômica.
O dólar no mercado atacadista fechou nesta sexta-feira a $1.074. A partir de agora, o câmbio flutuará dentro de um corredor com um piso de $1.000 e um teto de $1.400. Dentro dessa faixa (bandas), pretende-se que o câmbio oscile livremente, embora o Banco Central tenha autorização para intervir conforme necessário, dependendo da oferta e demanda. Caso o dólar no mercado atacadista alcance $1.400 na próxima segunda-feira, isso representará uma alta de 30,3% na taxa de câmbio.
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