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Netanyahu: guerra em Gaza não terminará até que Hamas seja desarmado

Publicado 18/10/2025 • 20:41 | Atualizado há 3 horas

AFP

KEY POINTS

  • O Hamas entregou os corpos de dois reféns israelenses, mas Israel mantém a passagem de Rafah fechada até que todos os corpos sejam devolvidos, o que tem atrasado a implementação do acordo.
  • Apesar do cessar-fogo, ataques e mortes continuam em Gaza; a ONU alerta para devastação e crise humanitária, enquanto centenas de caminhões de ajuda seguem entrando pelo controle israelense.

Foto por HAZEM BADER / AFP

Pessoas se reúnem para assistir do topo de uma colina perto da prisão militar de Ofer, localizada entre Ramallah e Beitunia, na Cisjordânia ocupada, em 13 de outubro de 2025, antes da libertação de prisioneiros palestinos em troca de reféns mantidos pelo Hamas em Gaza desde os ataques de 7 de outubro.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou neste sábado (18) que a guerra na Faixa de Gaza só terminará quando o grupo Hamas for desarmado e o território palestino estiver totalmente desmilitarizado.

A declaração foi feita no mesmo dia em que o braço armado do Hamas, as Brigadas Ezzedine Al-Qassam, entregou os restos mortais de mais dois reféns, como parte do acordo de cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos.

O Exército israelense informou que uma equipe da Cruz Vermelha recebeu os corpos e que os caixões estavam a caminho das forças de segurança em Gaza.

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A questão dos reféns mortos que ainda permanecem no território tornou-se um ponto de impasse na implementação da primeira fase do cessar-fogo. Israel condicionou a reabertura da passagem de Rafah — fronteira entre Gaza e o Egito — à recuperação dos corpos desses reféns.

Netanyahu afirmou que a conclusão da segunda fase do cessar-fogo é essencial para encerrar a guerra.

“A Fase B também envolve o desarmamento do Hamas e a desmilitarização da Faixa de Gaza. Quando isso for concluído com sucesso — esperamos que de maneira fácil, mas, se não for, de forma difícil —, a guerra terminará”, declarou em entrevista ao canal israelense Channel 14, de orientação conservadora.

O Hamas, por sua vez, tem resistido à proposta e, desde a pausa nos combates, tenta reafirmar seu controle sobre a Faixa de Gaza.

Passagem de Rafah permanece fechada

Pelo acordo de cessar-fogo mediado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, o Hamas já libertou 20 reféns vivos, além dos corpos de nove israelenses e um cidadão nepalês.

A entrega mais recente ocorreu na noite de sexta-feira (17). O corpo foi identificado por Israel como o de Eliyahu Margalit, de 75 anos, morto durante o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023.

Em contrapartida, Israel libertou quase 2 mil prisioneiros palestinos e entregou 135 corpos de palestinos desde o início da trégua, em 10 de outubro.

O Hamas afirmou que precisa de tempo e assistência técnica para localizar e recuperar os corpos restantes, que estariam sob os escombros de Gaza.

Segundo as Brigadas Al-Qassam, os dois corpos entregues neste sábado foram “recuperados mais cedo”.

Netanyahu sugeriu que a reabertura da passagem de Rafah dependerá da devolução de todos os corpos dos reféns ainda em Gaza.

A missão palestina no Cairo chegou a anunciar que o ponto de travessia poderia ser reaberto na próxima segunda-feira (20), mas apenas para palestinos residentes no Egito que desejassem retornar ao território. Pouco depois, o gabinete de Netanyahu informou que o premiê determinou que a passagem de Rafah permaneça fechada até novo aviso.

“A reabertura será considerada conforme o Hamas cumpra sua parte no retorno dos reféns e corpos dos falecidos, e na implementação do acordo firmado”, disse o comunicado, referindo-se ao cessar-fogo em vigor há uma semana.

O Hamas alertou que o fechamento prolongado da passagem “causará atrasos significativos na recuperação e transferência dos corpos”.

Destruição e ajuda humanitária

O fechamento da passagem também dificulta o trabalho do coordenador humanitário da ONU, Tom Fletcher, que visitou o norte de Gaza no sábado.

“Passei por aqui há sete ou oito meses, quando a maioria desses prédios ainda estava de pé. Ver essa devastação — uma área enorme da cidade transformada em ruínas — é absolutamente chocante”, disse à AFP.

Fletcher afirmou que a ONU e as agências de ajuda enfrentam um “trabalho massivo” nos próximos meses. Ele relatou ter encontrado moradores que voltavam para suas casas destruídas e tentavam cavar latrinas entre os escombros.

“Eles me disseram que, acima de tudo, querem dignidade”, contou. “Temos um plano de 60 dias para distribuir alimentos, oferecer um milhão de refeições por dia, reconstruir o setor de saúde, montar tendas para o inverno e devolver centenas de milhares de crianças às escolas.”

Apesar do fechamento da passagem de Rafah, centenas de caminhões de ajuda humanitária continuam entrando diariamente em Gaza por meio de pontos de controle israelenses.

Mortes durante o cessar-fogo

Mesmo com a trégua, incidentes violentos persistem.

A agência de defesa civil de Gaza, administrada pelo Hamas, informou neste sábado que recuperou os corpos de nove palestinos — dois homens, três mulheres e quatro crianças — da família Shaaban, mortos após o disparo de dois projéteis de tanque israelenses contra um ônibus.

Outras duas pessoas morreram na explosão e ainda não tiveram os corpos encontrados.

No hospital Al-Ahli, na Cidade de Gaza, os corpos foram cobertos com mortalhas brancas enquanto familiares lamentavam.

“Minha filha, os filhos dela e o marido; meu filho, os filhos dele e a esposa foram mortos. O que eles fizeram de errado?”, questionou Umm Mohammed Shaaban, avó das vítimas.

O Exército israelense afirmou ter disparado contra um veículo que se aproximou da chamada “linha amarela”, área da qual suas tropas se retiraram conforme os termos do cessar-fogo.

“As tropas dispararam tiros de advertência contra o veículo suspeito, mas ele continuou avançando de forma que representou uma ameaça iminente. As tropas abriram fogo para eliminar a ameaça, de acordo com o acordo firmado”, informou o comunicado militar.

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