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‘O plano é não deixar os EUA sem nosso suco’, diz diretor da CitrusBR sobre tarifa de Trump

Publicado 07/04/2025 • 11:12 | Atualizado há 5 horas

Redação Times Brasil

KEY POINTS

  • O mercado americano representa 37% das exportações brasileiras.
  • De acordo com Netto, embora existam outros mercados, é virtualmente impossível substituir os Estados Unidos a curto prazo.
  • Segundo ele, essa dependência reforça o papel estratégico do Brasil no abastecimento global e contradiz qualquer alegação de que o produto brasileiro ameaça a produção local norte-americana.

O Brasil é um dos maiores produtores de suco de laranja do mundo, e as exportações para os Estados Unidos são estratégicas para o setor.

Em entrevista exclusiva ao Times Brasil — Licenciado Exclusivo CNBC, nesta segunda-feira (07), Ibiapaba Netto, diretor-executivo da CitrusBR, comentou sobre o impacto das novas políticas comerciais defendidas por Donald Trump no fluxo de exportação do produto brasileiro.

“Os Estados Unidos podem se dar ao luxo de ficar sem o suco de laranja do Brasil?” — foi uma das perguntas feitas pela reportagem.

“Primeiramente, o plano é não deixar que os americanos fiquem sem o nosso suco. O mercado americano representa 37% das exportações brasileiras. Então, o Brasil também não pode abrir mão desse mercado,” afirmou Netto.

Segundo ele, a indústria de suco é altamente sofisticada, o que torna inviável substituir, de forma imediata, um mercado do porte dos Estados Unidos.

“O que pode acontecer é um aumento de custo que vai afetar toda a cadeia produtiva no Brasil. Isso é muito ruim, porque tira a competitividade do nosso produto, principalmente quando consideramos que o México aparentemente continua usufruindo dos benefícios do acordo de comércio com Estados Unidos e Canadá, com tarifa zero, enquanto nós estamos pagando quase 25% entre tarifas fixas e ad valorem,” explicou.

Para o executivo, o cenário é preocupante, mas o setor tem atuado com resiliência.

Sobre importação dos EUA

Ao ser questionado se o Brasil importa suco de laranja dos Estados Unidos, Netto respondeu que, se existe importação, ela é absolutamente residual.

“Os EUA já foram um dos maiores produtores de suco de laranja do mundo, inclusive incentivaram essa indústria. Mas os pomares da Flórida vêm sendo duramente afetados por uma doença chamada greening. Nos últimos 15 anos, a produção caiu de 150 milhões para apenas 11 milhões de caixas. O Brasil tem sido um fornecedor essencial para manter o suco na mesa dos americanos,” completou.

Segundo ele, essa dependência reforça o papel estratégico do Brasil no abastecimento global e contradiz qualquer alegação de que o produto brasileiro ameaça a produção local norte-americana.

Alternativas ao mercado americano

Ao ser questionado sobre eventuais perdas no mercado dos EUA, por exemplo, se o Brasil deixasse de exportar 10% dos atuais 37%, Netto explicou que, como associação setorial, a CitrusBR não pode fazer previsões comerciais.

“Isso depende das negociações individuais entre empresas e seus parceiros. O que podemos afirmar é que uma tarifa de 10% representa um aumento de cerca de 80% nos custos aduaneiros no mercado americano,” disse.

De acordo com ele, embora existam outros mercados, é virtualmente impossível substituir os Estados Unidos a curto prazo.

“O que esperamos é que medidas sejam tomadas para mitigar essa tarifa, porque, do contrário, isso vai afetar toda a cadeia produtiva no Brasil, principalmente com a diminuição da renda gerada por esse mercado,” concluiu.

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