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O que é overtourism? Cidades europeias sofrem com excesso de turistas e moradores ficam exautos
Publicado 02/07/2025 • 08:00 | Atualizado há 14 horas
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Publicado 02/07/2025 • 08:00 | Atualizado há 14 horas
essoas penduram uma faixa com a inscrição "Sem espaço para Bezos" na Ponte Rialto durante um protesto um dia após a cerimônia de casamento de Jeff Bezos e Lauren Sanchez em Veneza, em 28 de junho de 2025.
Andrea Pattaro/AFPP
O aumento expressivo no fluxo de turistas em destinos europeus vem gerando uma onda de protestos inédita em cidades como Veneza, Barcelona, Amsterdã e Florença. Moradores, comerciantes locais e associações civis têm ido às ruas denunciar os impactos do chamado overtourism — o turismo excessivo que, segundo eles, transforma os centros históricos em espaços voltados apenas para visitantes, expulsando a população fixa e afetando a dinâmica urbana.
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O movimento ganha força em meio a dados que revelam o novo recorde de presenças turísticas na Itália em 2024, com 458,4 milhões de hospedagens — alta de 2,5% em relação ao ano anterior.
O casamento de Jeff Bezos com a jornalista Lauren Sánchez ocorrido na semana passada expôs o cansaço da população diante do ‘excesso de turismo’ que Veneza vem enfrentando, no qual os moradores acusaram o fundador da Amazon de transformar a cidade italiana em “um cenário, um palco ou um parque de diversões”.
As cidades italianas são algumas das mais atingidas pelo fenômeno, com turistas estrangeiros representando 54,6% do total, superando os números de visitantes locais, que caíram 7,6% nas chegadas e 2,2% nas presenças, segundo a pesquisa do Istat.
O descompasso entre o crescimento do turismo e as condições de vida da população se tornou insustentável em locais como Veneza, onde o transporte feito por barcos já não atende mais aos moradores diante da chegada diária de visitantes.
O comércio tradicional dá lugar a lojas de souvenirs, e o próprio centro urbano perde sua função original. A cidade foi uma das primeiras a adotar medidas restritivas, como a regulação de aluguéis de curta duração.
Florença seguiu o mesmo caminho, proibindo esse tipo de locação em sua área histórica tombada pela Unesco. Barcelona decidiu ir além e anunciou a extinção total desses aluguéis até 2028, citando inclusive a dificuldade de abrigar trabalhadores e o colapso no transporte urbano.
O impacto econômico explica parte da hesitação das autoridades em adotar restrições mais duras. O turismo representa 5% do PIB e 6% da força de trabalho da Itália.
Na Espanha, essa dependência é ainda maior: o setor responde por 13% da mão de obra e tem peso decisivo no crescimento econômico. Reduzir o fluxo de visitantes poderia afetar diretamente o emprego e as receitas de regiões inteiras.
Além da pressão econômica, as redes sociais desempenham papel central na disseminação do fenômeno. A promessa de “viver como um local” atrai viajantes para os mesmos pontos icônicos, impulsionando um turismo de massa focado mais em fotos e postagens do que em experiências autênticas.
Esse comportamento acelera a gentrificação dos centros urbanos e leva moradores para áreas periféricas, agravando a crise habitacional e descaracterizando o espaço urbano original.
Em meio às manifestações e medidas emergenciais, a Europa tenta encontrar o equilíbrio entre preservar o turismo — vital para a economia de muitas nações — e garantir qualidade de vida às populações locais.
O desafio está longe de uma solução definitiva, mas a crescente mobilização dos moradores sugere que novas regulamentações poderão surgir em breve, moldando o futuro do turismo no continente.
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