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O que muda nas suas compras com a nova guerra comercial entre EUA e China?

Publicado 02/05/2025 • 13:21 | Atualizado há 17 horas

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Redação CNBC

KEY POINTS

  • Os fabricantes que abastecem grandes lojas de varejo dizem que o tempo está se esgotando para aliviar as tarifas na China sem choques significativos de preços e fornecimento para as próximas vendas de fim de ano.
  • A China indicou que estava aberta a negociações comerciais com os EUA pela primeira vez esta semana, e proprietários de pequenas empresas dizem que os próximos 30 dias são cruciais para fazer pedidos de fabricação.
  • As remessas de fim de ano já caíram mais de 50%, de acordo com um rastreador de dados da cadeia de suprimentos, mas há alguma esperança de que mercados fora da China possam compensar grande parte da diferença nas prateleiras do varejo.
Em janeiro de 2025, uma fábrica perto de Nanjing foi aberta, mas precisou ser temporariamente fechada, segundo post dela no LinkedIn

Em janeiro de 2025, uma fábrica perto de Nanjing foi aberta, mas precisou ser temporariamente fechada, segundo post dela no LinkedIn

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O presidente Donald Trump afirmou nesta semana que pode haver menos bonecas para crianças neste fim de ano devido à guerra tarifária. No entanto, o impacto nas prateleiras pode se espalhar para diversas categorias de consumo se não houver uma rápida redução das tensões comerciais entre EUA e China.

Já a partir do 4 de Julho, muitas promoções de fim de ano podem ser diferentes, pois pequenas empresas fornecedoras de grandes varejistas revisam seus estoques e estratégias de desconto com base nas tarifas.

Empresários e executivos da cadeia de suprimentos disseram à CNBC que os próximos 30 dias são cruciais para que as tarifas sobre a China sejam suspensas e os pedidos de produção possam ser feitos a tempo de reabastecer as prateleiras.

Lauren Greenwood, cofundadora e presidente da YouCopia, que fabrica organizadores domésticos, transferiu a produção para a China ao longo dos últimos 15 anos para atender à demanda da varejista Bed Bath and Beyond.

Em janeiro de 2025, uma fábrica perto de Nanjing foi aberta, mas precisou ser temporariamente fechada, segundo post dela no LinkedIn.

Os embarques foram suspensos em 9 de abril, e os produtos já produzidos estão retidos na China. Isso inclui o organizador de tampas StoraLid, seu item mais vendido, agora em risco de faltar no estoque.

“A produção está parada há três semanas”, disse Greenwood. “Em agosto, alguns itens deixarão de estar disponíveis e as prateleiras ficarão vazias.”

Dados recentes da indústria mostram que a atividade fabril na China está no menor nível em 16 meses.

A empresa tem estoque para três meses, mas já foi afetado pela tarifa de 20% anteriormente em vigor, antes da nova tarifa de 145% imposta por Trump.

Essa tarifa de 20% elevou o custo de um contêiner de US$ 40 mil para algo entre US$ 75 mil e US$ 80 mil. “Acrescentar 145% a isso é inviável”, afirmou.

“Estamos subindo os preços entre 20% e 25% agora e tentando dividir o impacto com os varejistas, como Amazon, Target e Walmart”, disse Greenwood. “Mesmo assim, o custo adicional com tarifas é insustentável. Não vamos retomar a produção sem mudança nas tarifas.”

Pela primeira vez desde o anúncio das tarifas, a China sinalizou estar disposta a negociar com os EUA, desde que haja suspensão imediata das tarifas.

“É uma situação delicada. Os próximos 30 dias serão decisivos”, afirmou Greenwood.

Amazon Prime Day, Black Friday, Cyber Monday

“Os varejistas vêm tentando mitigar os impactos negativos das tarifas há meses”, disse Jon Gold, vice-presidente da Federação Nacional do Varejo dos EUA. Muitos anteciparam compras antes da vigência das tarifas, mas não conseguiram importar tudo a tempo.

Os pedidos de fim de ano foram reduzidos ou pausados, especialmente da China, devido à tarifa de 145%.

Com estoques mais enxutos, as promoções de feriados como 4 de Julho, Prime Day, Black Friday e Cyber Monday devem ser menos agressivas. A Amazon, inclusive, divulgou perspectivas cautelosas, com o CEO Andy Jassy dizendo que a instabilidade tarifária dificulta o planejamento.

Segundo Jassy, os vendedores parceiros da Amazon podem ou não repassar essas tarifas ao consumidor, criando um cenário de incerteza.

Melissa Gad, diretora da Colugo, fabricante de carrinhos de bebê e cangurus infantis, disse que pretende fazer promoções em julho, mas já interrompeu novos pedidos de seu carrinho de US$ 225 fabricado na China.

“Este mês será decisivo para saber se retomamos a produção para atender às entregas previstas”, afirmou. A empresa tem menos de um mês de estoque do modelo preto mais vendido, e até cinco meses das demais cores.

Ela tem comunicado aos clientes sobre estoques e incentiva compras antecipadas. “Se você esperar, talvez não encontre a cor desejada”, disse. A Colugo já reduziu promoções. “Não posso dar desconto num produto que talvez nem consiga repor”, afirmou.

Pedidos de fim de ano já caíram mais de 50%

Para os varejistas, o cronograma de fim de ano começa em junho, segundo Ted Krantz, CEO da interos.ai. Como 90% do comércio é marítimo, os prazos variam de duas a dez semanas.

Segundo dados da interos.ai, 457 mil importadores nos EUA compram itens típicos de feriados, quase metade provenientes da China. Desde o anúncio das tarifas em 2 de abril, os embarques para o fim de ano caíram 53% em relação a 2024.

“A volatilidade tarifária está bagunçando os cronogramas e criando riscos para quem apostou em estratégias tradicionais”, afirmou Krantz.

Acordo com a China não garante o Natal

Com o tempo de fabricação (de 45 a 60 dias) e transporte marítimo, ferrovias e caminhoneiros são informados em junho sobre o volume esperado de contêineres para agosto e setembro. Porém, mesmo com pedidos feitos, não há garantia de que serão finalizados, segundo Alan Baer, CEO da OL USA.

A incerteza sobre tarifas e a hesitação dos consumidores estão alongando o ciclo de pedidos. O número de “navegações canceladas” da China para os EUA aumentou 300% desde o anúncio das tarifas.

O sindicato dos estivadores dos EUA alertou que essas políticas estão prejudicando trabalhadores e beneficiando apenas os ultra-ricos.

Com a retração das encomendas dos EUA, empresas de navegação estão redirecionando embarcações para outras rotas, como Ásia-América Latina.

“Mesmo que um acordo com a China fosse fechado agora, levaria de 4 a 6 semanas para os navios voltarem às rotas”, disse Andy Abbott, CEO da Atlantic Container Line.

Alternativas fora da China ganham força

Empresas estão buscando fornecedores fora da China para evitar prateleiras vazias. Paul Brashier, da ITS Logistics, está otimista: “Enquanto os pedidos da China despencam, vemos um aumento das encomendas vindas da Índia, Sudeste Asiático e outros países.”

“Não vejo um cenário de prateleiras vazias, mas sim produtos de outros países ocupando esse espaço — com estoques menores e preços potencialmente mais altos”, completou.

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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.

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