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Preços caem na China com guerra comercial em alta

Publicado 10/04/2025 • 12:20 | Atualizado há 1 uma semana

CNBC

Redação CNBC

KEY POINTS

  • O índice de preços ao consumidor da China caiu 0,1% em relação ao ano anterior, contrariando a expectativa de estabilidade apontada por economistas consultados pela Reuters.
  • Os preços ao produtor caíram pelo 29º mês consecutivo, com uma queda de 2,5% em março na comparação anual — a maior contração desde novembro de 2024.
  • Li Daokui, professor de economia Mansfield Freeman na Universidade Tsinghua e ex-assessor do Banco Popular da China, acredita que Pequim está preparando novas medidas de estímulo voltadas ao fortalecimento do consumo doméstico, que devem ser anunciadas “dentro de 10 dias.”
A inflação subjacente, que exclui os preços voláteis de alimentos e combustíveis, subiu 0,5%

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Pixabay

Os preços ao consumidor na China caíram pelo segundo mês consecutivo, enquanto a deflação nos preços ao produtor se intensificou, num momento em que os exportadores chineses se preparam para mais dificuldades em meio ao agravamento da guerra comercial com os Estados Unidos.

O índice de preços ao consumidor (CPI) caiu 0,1% em março em comparação com o ano anterior, permanecendo em território deflacionário após uma contração de 0,7% em fevereiro, segundo dados divulgados pelo Escritório Nacional de Estatísticas nesta quinta-feira (10).

Economistas consultados pela Reuters previam uma leitura estável em relação ao mesmo período do ano passado.

Já os preços ao produtor recuaram pelo 29º mês consecutivo, com uma queda de 2,5% em março na comparação anual, a maior contração desde novembro de 2024. A expectativa da Reuters era de uma queda de 2,3%.

A inflação subjacente, que exclui os preços voláteis de alimentos e combustíveis, subiu 0,5%, após um recuo de 0,1% em fevereiro, embora ainda abaixo do crescimento de 0,6% registrado em janeiro.

“É mais provável que vejamos uma divergência entre os preços ao consumidor e os preços ao produtor”, disse Tianchen Xu, economista sênior da Economist Intelligence Unit, acrescentando que os preços ao consumidor mostram sinais de recuperação, enquanto os preços ao produtor devem continuar se deteriorando, em razão da disrupção comercial.

“Os exportadores chineses estão, essencialmente, competindo por um mercado global encolhido”, completou.

Na última quarta-feira (09), o presidente dos EUA, Donald Trump, aumentou as tarifas sobre importações chinesas para 125%, ante os 104% anteriores. Horas antes, a China havia retaliado com uma tarifa de 84% sobre produtos americanos.

Os dados indicam um “potencial ponto de inflexão impulsionado por medidas de estímulo político, especialmente iniciativas voltadas ao aumento do consumo”, afirmou Bruce Pang, professor associado da Universidade Chinesa de Hong Kong.

“Com os recentes compromissos do governo para conter a guerra de preços e estratégias adicionais para incentivar os gastos das famílias, espera-se que o CPI apresente sinais de recuperação gradual nos próximos meses”, disse Pang.

Enquanto isso, a pressão deflacionária nos preços ao produtor deve continuar, diante das incertezas em torno dos preços do petróleo e da demanda externa, em meio às tensões comerciais em andamento, afirmou ele.

Após a divulgação dos dados, o yuan onshore ficou próximo das mínimas de várias décadas, a 7,3469 por dólar, após atingir seu nível mais fraco desde 2007 no início da sessão. O yuan offshore recuou 0,23%, para 7,3611 por dólar.

O índice CSI 300 da China continental subiu 1,6%, enquanto o Hang Seng de Hong Kong saltou 3,9%, em meio a uma recuperação mais ampla dos mercados asiáticos.

Em março, o primeiro-ministro chinês Li Qiang apresentou o relatório anual de trabalho do governo, no qual apontou o estímulo ao consumo como a principal tarefa para o ano, ao definir uma meta ambiciosa de crescimento de “cerca de 5%”.

É a primeira vez em uma década que Pequim dá tanta prioridade ao consumo, afirmou Laura Wang, estrategista-chefe de ações da China no Morgan Stanley. Ela destacou que o termo “consumo” foi mencionado 27 vezes no relatório, o maior número em dez anos.

Li Daokui, professor de economia da Universidade Tsinghua e ex-assessor do Banco Popular da China, disse ao programa The China Connection, da CNBC, que Pequim está preparando novas medidas de estímulo voltadas ao consumo doméstico, que devem ser anunciadas em breve.

Diante do aumento das tarifas impostas pelos EUA, “Pequim deve dobrar ou até quadruplicar a intensidade dos estímulos ao consumo interno”, disse Li, prevendo que “em até 10 dias, veremos anúncios do Conselho de Estado”.

Em uma tentativa de impulsionar o consumo doméstico, os formuladores de políticas da China dobraram em março os subsídios para um programa de renovação de bens de consumo, alcançando 300 bilhões de yuans (US$ 41,47 bilhões) este ano.

Os subsídios devem cobrir entre 15% e 20% do valor de compra de produtos selecionados, como smartphones intermediários e eletrodomésticos.

Trata-se de uma ampliação do programa do ano passado, de 150 bilhões de yuans, anunciado no verão, com foco em uma gama mais restrita de produtos.

A China deve focar mais na demanda interna, diante da possibilidade de “novos choques” à demanda externa, afirmou Shen Danyang, chefe do grupo de redação do Relatório de Trabalho do Governo e diretor do Escritório de Pesquisa do Conselho de Estado, em coletiva de imprensa em março, segundo tradução da CNBC.

Autoridades chinesas disseram que atingir a meta de crescimento exigirá “um trabalho muito árduo”, segundo tradução da CNBC das declarações feitas em mandarim. A situação foi ainda mais complicada pelas tensões comerciais intensificadas entre Pequim e Washington.

“Embora os formuladores de políticas tenham sinalizado disposição para fazer mais para apoiar a demanda doméstica, grande parte dos gastos fiscais ainda está voltada à expansão do lado da oferta da economia”, observou Julian Evans-Pritchard, chefe de economia chinesa na Capital Economics, em nota.

“Parece improvável que o apoio ao consumo seja suficiente para compensar plenamente a fraqueza nas exportações. Assim, o excesso de capacidade tende a piorar, exacerbando a pressão para queda nos preços”, concluiu Evans-Pritchard.

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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.

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