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Robotáxis em 2025: Waymo planeja expansão global enquanto Zoox e Tesla chegam à linha de largada

Publicado 16/12/2025 • 10:39 | Atualizado há 2 horas

KEY POINTS

  • A Waymo ampliou sua liderança no mercado de robotáxis em 2025 e agora opera, planeja lançar serviços ou testa seus veículos em 26 mercados nos Estados Unidos e no exterior.
  • A Zoox, da Amazon, começou a oferecer corridas gratuitas sem motorista ao público ao redor da Las Vegas Strip e em alguns bairros de São Francisco.
  • A Tesla lançou um serviço com a marca Robotaxi em Austin e na região da Baía de São Francisco, mas esses veículos ainda contavam com motoristas humanos ou supervisores de segurança a bordo até meados de dezembro.

Divulgação

Os robotáxis pareciam ficção científica há apenas uma década, mas, neste ano, veículos autônomos se tornaram uma opção comum para passageiros pagantes em grandes cidades dos Estados Unidos e em partes da Ásia.

A Waymo, controlada pela Alphabet, continuou a se expandir e domina o mercado de robotáxis nos EUA, embora rivais como a Tesla e a Zoox, controlada pela Amazon, também tenham lançado as primeiras versões de seus serviços em 2025. Enquanto isso, a Apollo Go, da Baidu, liderou na China.

Alguns pais já enviam seus filhos adolescentes para a escola e outras atividades em veículos da Waymo. Além disso, muitas mulheres destacam a maior sensação de privacidade e segurança desses carros autônomos em comparação com viagens feitas com motoristas desconhecidos em aplicativos de transporte ou em táxis tradicionais.

A Waymo, em particular, teve tanto sucesso em sua expansão comercial que o CEO da Tesla, Elon Musk, reconheceu as conquistas da rival depois de ter criticado anteriormente a empresa-irmã do Google. Na reunião anual da Tesla, em 6 de novembro, Musk agradeceu à Waymo por “abrir o caminho” no que diz respeito à obtenção das aprovações regulatórias que permitem que serviços de robotáxi operem em grande parte dos Estados Unidos.

Ainda assim, o transporte sem motorista tem um longo caminho a percorrer antes de se tornar mais difundido.

Uma pesquisa da American Automobile Association (AAA), realizada no início de 2025, mostrou que 66% dos motoristas nos EUA se sentiam receosos e 25% inseguros em relação a veículos autônomos, refletindo o mesmo ceticismo do consumidor identificado pela entidade em 2024.

Há inúmeras reclamações sobre ruído, congestionamento e, em alguns casos, o comportamento de direção errático dos robotáxis, além de preocupações econômicas sobre o impacto dos veículos autônomos nos trabalhadores do setor de transporte. No entanto, segundo a National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA), o número de colisões comprovadamente prejudiciais causadas por veículos autônomos ainda é relativamente pequeno.

As tarifas de robotáxis atualmente são mais altas do que as alternativas disponíveis hoje, de acordo com a Obi, empresa que acompanha dados de preços de corridas e comparou a Waymo com viagens feitas por motoristas humanos na Uber e na Lyft.

Tanto os históricos de segurança quanto os custos por corrida podem mudar à medida que as frotas de veículos autônomos crescem de centenas para milhares de veículos.

Com 2026 se aproximando, este é o retrato atual do mercado de robotáxis.

A Waymo, da Alphabet, segue em expansão

A empresa mais avançada na corrida dos robotáxis é a Waymo, que agora oferece corridas ao público em cinco mercados, ante três no fim de 2024. Olhando para frente, a companhia está focada em “escalar de forma bastante agressiva”, segundo afirmou o CEO da Alphabet, Sundar Pichai.

“Como isso envolve o mundo físico, a expansão vai levar um pouco de tempo, mas acredito que no período de 2027 a 2028 a Waymo terá um peso relevante nos nossos resultados financeiros”, disse Pichai a funcionários em uma reunião interna em novembro, segundo áudio obtido pela CNBC. “Estou bastante animado com o que vem pela frente.”

Atualmente, o serviço de robotáxi da Waymo opera em Austin, na região da Baía de São Francisco, em Phoenix, Atlanta e Los Angeles. No início deste mês, a CNBC informou que a Waymo ultrapassou uma estimativa de 450 mil corridas pagas por semana, e a empresa disse, em dezembro, que realizou 14 milhões de viagens em 2025, colocando-a no ritmo de encerrar o ano com mais de 20 milhões de viagens desde o lançamento, em 2020.

REUTERS/Daniel Cole
Um veículo autônomo da Waymo passa por Santa Monica, Califórnia, EUA, em 30 de maio de 2025.

Além da expansão geográfica, a Waymo alcançou marcos importantes em 2025

Em julho, a empresa anunciou a ampliação da faixa etária de usuários elegíveis, passando a oferecer contas para adolescentes de 14 a 17 anos, inicialmente em Phoenix. Em novembro, a Waymo começou a levar clientes por rotas de rodovias nas regiões de São Francisco, Phoenix e Los Angeles, com planos de ampliar gradualmente esse tipo de trajeto para mais usuários e localidades.

Nas últimas semanas, a empresa fez uma série de anúncios para expandir ainda mais seu território em 2026. Atualmente, a Waymo já opera, planeja lançar serviços ou está testando seus veículos em 26 mercados, nos Estados Unidos e no exterior.

Em 2026, a Waymo pretende iniciar operações em Dallas, Denver, Detroit, Houston, Las Vegas, Miami, Nashville, Orlando, San Antonio, San Diego e Washington, D.C. A empresa também anunciou planos de lançar seu serviço em Londres em 2026, o que marcará a primeira operação internacional da Waymo.

Além disso, a companhia começou a testar veículos em Nova York e Tóquio, duas das cidades mais densas onde a Waymo já iniciou testes. A empresa ainda não especificou um cronograma para o lançamento comercial nesses mercados.

A Waymo também avalia uma expansão para regiões mais ao norte. A empresa vem testando sua tecnologia para garantir que consiga “navegar em condições climáticas mais severas”, segundo o porta-voz Ethan Teicher. Mercados como Denver e Detroit permitirão à Alphabet avaliar como seus robotáxis lidam com temperaturas negativas, neve intensa e estradas congeladas.

Em novembro, a empresa contratou um novo diretor financeiro, mirando a próxima fase do negócio, que pode incluir a busca por investimentos externos adicionais.

A Alphabet não divulga separadamente os resultados financeiros da Waymo, mas o segmento “Other Bets”, que inclui a divisão de robotáxis, registrou receita de US$ 344 milhões no terceiro trimestre, ante US$ 388 milhões no mesmo período do ano anterior. As perdas aumentaram de US$ 1,12 bilhão para US$ 1,43 bilhão na comparação anual.

Ao olhar para frente, porém, a Waymo enfrenta desafios

Seus rivais avançam, e a empresa começa a lidar com resistência de comunidades locais, que afirmam que os robotáxis estão passando a dirigir de forma mais agressiva.

Em São Francisco, um veículo da Waymo atropelou e matou um gato conhecido na vizinhança em outubro, e outro carro atingiu um cachorro pequeno que estava solto em novembro. Em Los Angeles, um veículo da empresa atravessou uma operação policial em andamento no início deste mês.

A Waymo também realizou um recall de software depois que autoridades do Texas afirmaram que os robotáxis ultrapassaram ilegalmente ônibus escolares pelo menos 19 vezes desde o início do ano letivo, segundo uma reportagem da Reuters.

A empresa afirmou que o recall faz parte de seus esforços para manter os mais altos padrões de segurança, segundo declarou o diretor de segurança da Waymo, Mauricio Peña.

“Continuaremos analisando o desempenho de nossos veículos e fazendo os ajustes necessários como parte do nosso compromisso com a melhoria contínua”, afirmou.

A Waymo também disse que a segurança orienta todas as decisões de desenvolvimento da empresa e que seus veículos são projetados para serem assertivos de forma segura.

Carro da Waymo.
Divulgação
Carro da Waymo

A Zoox, da Amazon, começa a ganhar tração

A Zoox acelerou suas ambições em robotáxis neste ano ao abrir corridas ao público em dois mercados.

Fundada em 2014 e adquirida pela Amazon por US$ 1,3 bilhão em 2020, a Zoox se diferencia por seus veículos exclusivos, de formato semelhante a uma torradeira, sem volante, retrovisores ou pedais, equipados com assentos voltados para dentro, no estilo “carruagem”.

A empresa atingiu um marco em setembro, quando começou a oferecer corridas públicas ao redor da Las Vegas Strip, antes de lançar viagens para usuários selecionados em alguns bairros de São Francisco, em novembro. Atualmente, a Zoox deixa passageiros em destinos específicos em Las Vegas, mas em São Francisco opera no modelo “ponto a ponto”, mais semelhante ao da Uber e da Lyft.

Por enquanto, as corridas nos shuttles elétricos da Zoox são gratuitas.

Isso ocorre porque a empresa ainda precisa da autorização dos reguladores federais para operar um serviço pago. A NHTSA concedeu à Zoox uma isenção em agosto que permite demonstrar seus robotáxis desenvolvidos especificamente para esse fim em vias públicas, mas a companhia precisa obter uma isenção separada para a operação comercial.

A Zoox planeja começar a cobrar pelas corridas em São Francisco e Las Vegas em 2026, sujeito a aprovações regulatórias, disse o cofundador Jesse Levinson à revista Fortune no início deste mês.

Mais mercados também são esperados em 2026. A Zoox planeja expandir gradualmente sua área de atuação em São Francisco e opera uma frota de SUVs Toyota Highlander adaptados em Atlanta, Austin, Los Angeles, Miami, Seattle e Washington, D.C. A empresa também se prepara para iniciar testes de seus robotáxis em formato “caixa” em Austin e Miami, segundo a porta-voz Marisa Wiggam.

A implementação, no entanto, não ocorreu sem contratempos.

Justin Sullivan / Getty Images North America / Getty Images via AFP
Em vista aérea, robotáxis da Waymo estacionados em uma instalação própria (7/12/2025)

A empresa realizou um recall de software em março para parte de sua frota de testes, a fim de corrigir um problema de frenagem fantasma que motivou uma investigação da NHTSA. A Zoox também fez dois recalls voluntários em maio, depois que um de seus robotáxis colidiu com um usuário de patinete elétrico em São Francisco e outro veículo se envolveu em um acidente com um carro de passeio em Las Vegas.

A subsidiária da Amazon implantou uma frota de 50 robotáxis entre São Francisco e Las Vegas, mas se prepara para escalar a operação. Em junho, a empresa inaugurou uma fábrica de 20 mil metros quadrados na região da Baía de São Francisco, onde pretende produzir 10 mil veículos por ano quando estiver em plena capacidade.

A Tesla estreia seus “robotáxis” (com motoristas humanos de segurança)

Há mais de uma década, Elon Musk promete que a Tesla irá “resolver a autonomia” e que seus veículos elétricos em breve poderão ser atualizados para se tornarem robotáxis sem motorista.

Isso ainda não aconteceu, mas a Tesla manteve essa visão viva em 2025 ao demonstrar uma entrega sem motorista, na qual um de seus veículos elétricos navegou de forma autônoma da fábrica da empresa em Austin até a porta de um cliente próximo, em junho.

Naquele período, a companhia também lançou um serviço piloto de Robotáxi da Tesla em Austin e, pouco depois, um serviço na região da Baía de São Francisco chamado “full self-driving” ou FSD (Supervisionado) Rideshare.

Todos os veículos da Tesla disponíveis para corridas são solicitados por meio do aplicativo Robotaxi. Em setembro, a Tesla disponibilizou amplamente o aplicativo. A empresa também obteve uma licença para testes de veículos autônomos em Nevada e conseguiu autorização para operar um serviço de transporte por aplicativo no Arizona, após já ter permissão para testar carros autônomos no estado com um motorista humano de segurança a bordo.

A empresa gerou controvérsia e maior escrutínio regulatório ao recrutar motoristas de teste em cidades onde não possui autorizações para conduzir operações sem motorista, especialmente em Nova York, como a CNBC noticiou em agosto.

Na teleconferência de resultados do terceiro trimestre, no fim de outubro, Musk afirmou que a empresa esperava operar um serviço de robotáxi em Nevada, Flórida e Arizona até o fim do ano. Isso não havia ocorrido até meados de dezembro.

Os veículos de robotáxi da Tesla ainda contavam com monitores humanos de segurança a bordo até meados de dezembro. Esses supervisores devem estar prontos para assumir a direção ou a frenagem a qualquer momento.

No entanto, um passageiro da Califórnia publicou um vídeo no Reddit em novembro mostrando um monitor de corridas da Tesla dormindo ao volante. A NHTSA e a California Public Utilities Commission (CPUC) disseram à CNBC que tinham conhecimento do incidente, e a CPUC afirmou que estava em contato com a Tesla sobre o caso.

Ainda não está claro quando a Tesla conseguirá operar seus serviços de transporte sem supervisores humanos. No domingo, Ashok Elluswamy, vice-presidente de software de IA da Tesla, compartilhou uma publicação no X informando que um Model Y da empresa foi visto circulando em vias públicas de Austin sem ninguém a bordo.

“Os testes estão em andamento sem ocupantes no carro”, escreveu Musk no domingo.

A Tesla não respondeu a um pedido de comentário.

Na Califórnia, a empresa ainda não obteve as licenças necessárias para operar um serviço comercial de robotáxi, segundo a CPUC e o Departamento de Veículos Motorizados do estado.

Embora todas as empresas de veículos autônomos enfrentem desafios para comprovar a segurança de seus sistemas, a tecnologia sem motorista da Tesla tem atraído um escrutínio maior. Isso se deve, em parte, às dezenas de colisões fatais associadas aos seus sistemas avançados de assistência ao motorista, atualmente comercializados como Autopilot e FSD (Supervisionado) nos EUA, segundo o site TeslaDeaths.com, que acompanha esses incidentes.

Após lançar seu serviço piloto em Austin no fim de junho, a Tesla informou à NHTSA sete colisões envolvendo seus veículos Model Y 2026 até 15 de outubro. Esses veículos estavam equipados com o ADS mais recente da Tesla, ou “sistemas de direção automatizada”, que ainda não estão amplamente disponíveis, e as colisões não foram graves, de acordo com dados da NHTSA.

Em outubro, Musk disse que a Tesla seria “paranoica na implantação, porque obviamente até um único incidente vira manchete de primeira página”.

Em novembro, Musk publicou no X que a Tesla dobraria sua frota de veículos na região de Austin neste mês. Isso levaria a frota a 60 veículos até o fim do ano, número significativamente menor do que a meta anteriormente declarada de 500 robotáxis.

Ainda assim, investidores otimistas apostam que a montadora conseguirá evoluir seus carros e operações de transporte por aplicativo para robotáxis totalmente autônomos no próximo ano, citando o vasto volume de dados coletados dos carros dos clientes e as atualizações do sistema FSD (Supervisionado) ao longo do último ano.

O interesse do consumidor pelo serviço da Tesla também cresce.

Lançado em setembro, o aplicativo com a marca Tesla Robotaxi foi instalado 529 mil vezes até 12 de dezembro, com média de 2.790 downloads por dia nos últimos 30 dias, segundo a Apptopia. Para comparação, o aplicativo da Waymo registrou média de 24.831 downloads diários no mesmo período.

Concorrência formidável vinda da China

Rivais chineses em 2025 representaram um desafio maior para a Waymo do que seus concorrentes domésticos, ao continuarem a ganhar participação de mercado na China e avançarem com cautela para outros países.

O gigante de buscas Baidu acelerou sua operação de robotáxis Apollo Go neste ano e afirmou, em outubro, que havia superado 250 mil corridas semanais totalmente sem motorista, patamar semelhante ao alcançado pela Waymo em abril.

A Apollo Go opera robotáxis em várias grandes cidades chinesas, incluindo os subúrbios da capital Pequim e toda a cidade de Wuhan.

A empresa também trabalha para se expandir para Abu Dhabi e Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, Guangzhou, na China, Hong Kong e Suíça. Em agosto, anunciou uma parceria com a Lyft para levar seus robotáxis ao Reino Unido e à Alemanha em 2026.

Em novembro, a Apollo Go divulgou em uma atualização do terceiro trimestre que havia recebido 17 milhões de pedidos de corridas de robotáxi e que seus carros percorreram 240 milhões de quilômetros, incluindo 140 milhões de quilômetros totalmente sem motorista até setembro.

Enquanto isso, Pony.ai e WeRide, ambas sediadas em Guangzhou e listadas nos EUA, também lançaram serviços.

Em 2025, a Pony.ai obteve autorização para operar em toda Shenzhen, conhecida como o Vale do Silício da China, e também manteve um serviço de robotáxi sem motorista nos subúrbios de Pequim.

A WeRide tem se concentrado mais na expansão internacional. A empresa começou a oferecer um serviço de robotáxi em Abu Dhabi em novembro, em parceria com a Uber.

Em outubro, a WeRide e a Uber também passaram a oferecer corridas de robotáxi com supervisores humanos a bordo em Riad, na Arábia Saudita. Em maio, as empresas informaram que planejam levar o serviço de robotáxi a várias outras cidades, inclusive na Europa, ao longo dos próximos cinco anos.

De forma independente, a WeRide oferece serviço de robotáxi nos mercados de Pequim e Guangzhou, segundo informou a empresa à CNBC.

A WeRide afirmou que seus veículos autônomos também operam em Leuven, na Bélgica, e que obteve licenças para condução sem motorista em mercados da França, Singapura, Suíça e Estados Unidos. A empresa informou que atualmente possui uma frota de 1.600 veículos autônomos, que inclui também ônibus sem motorista e varredoras de rua autônomas.

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