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Rússia diz que EUA colocam lenha na fogueira ao permitir que Ucrânia ataque território russo

Publicado 18/11/2024 • 15:03

CNBC

Redação CNBC

KEY POINTS

  • A decisão dos EUA de permitir que a Ucrânia use mísseis de longo alcance contra o território russo gerou críticas da Rússia, que acusa Washington de escalar o conflito e considera isso uma participação direta da Otan na guerra.
  • Analistas apontam que a mudança pode ter impacto limitado no campo de batalha, já que muitos alvos russos estão fora do alcance das armas fornecidas.
  • Enquanto isso, Zelensky defende medidas mais amplas para enfraquecer a capacidade militar russa, afirmando que isso é essencial para proteger o povo ucraniano.

Tanque de guerra russo destruído na Ucrânia

Divulgação/ Ministério do Interior da Ucrânia

O governo da Rússia criticou a decisão dos Estados Unidos de permitir que as forças armadas da Ucrânia usem mísseis de longo alcance para atacar o território russo.

A decisão é uma mudança na política dos EUA até agora –os americanos estavam dando armas para a Ucrânia desde que elas não fossem usadas para atacar território russo –a ideia era apenas defender o próprio país.

Havia o receio de que, se os ucranianos atacarem território russo, a guerra vai escalar e piorar. 

Decisão controversa

Um dos motivos pelos quais a decisão é controversa é que o governo de Joe Biden está em seus últimos momentos –Donald Trump deverá assumir o cargo no dia 20 de janeiro de 2025.

Oficialmente, os EUA não se pronunciaram sobre a mudança de política, mas, de forma reservada, dirigentes de governo afirmam que a situação na guerra é diferente agora, pois tropas norte-coreanas foram empregadas no front.

O presidente Volodymyr Zelensky afirmou que esse é um dos maiores ataques contra o país dele no conflito.

Porta-voz russo: lenha na fogueira

Dmitry Peskov, o porta-voz do governo russo, afirmou que “é óbvio que a gestão que está de partida em Washington (o governo Biden) quer alimentar o fogo e provocar tensões neste conflito”.

Ele disse também que, se a decisão realmente foi tomada, fica claro o envolvimento dos EUA no conflito.

Em 12 de setembro, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que ele, para ele, uma decisão como essa dos EUA é equivalente a uma declaração de guerra.

“A questão não é permitir ou não que o regime ucraniano ataque a Rússia com essas armas. A questão é tomar a decisão: os países da Otan participam diretamente do conflito militar ou não. Se essa decisão for tomada, significará nada menos do que a participação direta dos países da Otan — EUA, países europeus — na guerra na Ucrânia”, disse Putin na época, segundo a agência estatal russa Tass.

Ucrânia depende de aliados

A Ucrânia depende dos aliados ocidentais para ajuda militar e humanitária, incluindo o fornecimento de armas dos membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

Para analistas, pouco muda

Analistas do Instituto para o Estudo da Guerra afirmou que a autorização para que a Ucrânia use armas contra território russo pode não mudar de forma significativa o campo de batalha. 

Isso porque dificilmente a Ucrânia conseguirá atingir alvos muito distantes da fronteira.

Zelensky diz que é pouco

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou em uma rede social que “a única maneira de realmente parar esse terror é eliminar a capacidade da Rússia de lançar ataques. E isso é absolutamente realista”.

Ele não fez referência explícita às notícias sobre a mudança de política dos EUA.

“Isso não é apenas defesa; é justiça — a maneira certa de proteger nosso povo. Qualquer nação sob ataque agiria assim para defender seus cidadãos. Devemos fazer o mesmo, junto com nossos parceiros. A Rússia deve ser deixada sem capacidade para o terror.”

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