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Tarifaço: Setor cafeeiro dos EUA recorre ao Canadá para driblar tarifa de 50% do produto brasileiro
Publicado 01/11/2025 • 19:55 | Atualizado há 2 semanas
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Publicado 01/11/2025 • 19:55 | Atualizado há 2 semanas
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Unsplash.
Tarifa de 50% de Trump sobre o café brasileiro eleva preços e pressiona empresas.
O setor de café dos Estados Unidos enfrenta uma crise desde que o governo de Donald Trump impôs, em agosto, uma tarifa de 50% sobre as importações do produto brasileiro. A medida retirou do mercado estadunidense o principal fornecedor de grãos do país e provocou um efeito cascata em toda a cadeia, afetando de importadores a consumidores.
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Responsável por cerca de um terço do café consumido nos EUA, o Brasil viu seus embarques interrompidos após o anúncio da nova taxa, feito em julho.
Desde então, os comerciantes estadunidenses recorrem a estratégias de emergência para reduzir prejuízos e garantir o abastecimento. A importadora Lucatelli Coffee, por exemplo, redirecionou um carregamento de US$ 720 mil em café brasileiro para o Canadá a fim de escapar da tarifa.
“É um dilema: esperar e torcer por um acordo comercial ou enfrentar um massacre logístico para redirecionar o café”, afirmou Steven Walter Thomas, dono da Lucatelli. Segundo ele, a decisão de enviar o produto ao Canadá eleva os custos com transporte, mas ainda é mais vantajosa do que arcar com a tarifa.
A situação se repete em outras empresas do setor, como a Downeast Coffee Roasters, de Rhode Island, que relata estoques cada vez menores e dificuldade em encontrar substitutos para os grãos brasileiros. “Temos café, mas está acabando rápido”, disse Michael Kapos, executivo da companhia, que fornece para redes e supermercados da Costa Leste.
Os contratos comerciais também se tornaram um obstáculo. Em muitos casos, o comprador é responsável por tarifas impostas após a formalização do negócio, e o cancelamento depende do aval de ambas as partes. Algumas companhias conseguiram encerrar pedidos de café do Brasil mediante pagamento de multas de US$ 20 a US$ 25 por saca de 60 quilos, mas muitas ficaram sem produto.
Com o bloqueio às importações, o mercado estadunidense se voltou a alternativas mais caras, como cafés da Colômbia, México e América Central, cujos preços subiram até 10% desde julho. Já os grãos brasileiros caíram cerca de 5%, pressionados pela queda na demanda.
A crise chega ao consumidor. Dados do Departamento de Estatísticas do Trabalho dos EUA mostram que o preço do café torrado e moído subiu 41% em setembro em comparação ao ano anterior, atingindo US$ 9,14 por libra. O aumento reflete tanto a escassez global de oferta agravada por eventos climáticos quanto os efeitos das tarifas.
O cenário preocupa investidores. Estima-se que os estoques estadunidenses, hoje em torno de 4 milhões de sacas, possam cair para entre 2,5 e 3 milhões até dezembro, próximos dos níveis mínimos históricos. Os EUA consomem cerca de 25 milhões de sacas por ano, das quais 8 milhões tradicionalmente vêm do Brasil.
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A Starbucks também sente o impacto. A maior rede de cafeterias do país registrou margens menores no último trimestre, resultado dos altos custos do café. A CEO Cathy Smith afirmou que o aumento continuará sendo “um obstáculo pelos próximos seis meses”.
Enquanto importadores e comerciantes lidam com prejuízos e incertezas, os governos tentam negociar uma saída. Lula se disse otimista quanto à possibilidade de um acordo “mais rápido do que muitos imaginam”, enquanto Trump declarou apenas: “Não sei se algo vai acontecer, mas veremos.”
Sem avanços concretos nas negociações, os analistas preveem que o preço de uma xícara de café nos Estados Unidos continuará subindo, refletindo um impasse que mistura diplomacia, economia e o cotidiano de milhões de consumidores.
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