O recente acordo tarifário entre os Estados Unidos e a China tem gerado reações positivas nos mercados globais, com analistas enxergando a trégua como um alívio para o comércio internacional. Andrea Damico, economista-chefe e CEO da Buysidebrazil, avalia que a redução substancial das tarifas, com uma diminuição de até 115%, foi uma surpresa, já que as expectativas eram de um encontro inicial.
Em entrevista ao Times Brasil — Licenciado Exclusivo CNBC nesta terça-feira (13), a executiva destacou que, após meses de tensão, os dois países perceberam a gravidade da guerra comercial e, por isso, decidiram adotar uma abordagem mais conciliatória. “Eu vejo como algo bastante relevante, sim, do ponto de vista da mudança do cenário”, disse, ressaltando que a incerteza no mercado diminui.
Quando o assunto é o impacto no Brasil, Andrea disse acreditar que a tese de que um conflito comercial entre os EUA e a China beneficiaria o país esfria um pouco, mas não desaparece totalmente.
O acordo entre as duas maiores economias do mundo pode enfraquecer as chances de o Brasil se beneficiar da disputa, especialmente no setor agropecuário, onde a China retalia os EUA com a importação de produtos de outros países. No entanto, segundo Andrea, mesmo com essa diminuição, o Brasil ainda poderá encontrar oportunidades em acordos bilaterais com outros países.
Apesar de a China ser um investidor importante, ela destaca que os valores envolvidos não são tão expressivos em comparação com o total de investimentos estrangeiros no país. “A China tem pouca participação nos investimentos financeiros brasileiros, mas é um grande investidor na economia real”, disse.
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