Desinflação cai e EUA já vêem efeitos de tarifas mais altas, diz diretora do Fed
Publicado 05/06/2025 • 15:47 | Atualizado há 22 horas
Publicado 05/06/2025 • 15:47 | Atualizado há 22 horas
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Em 29 de maio de 2025, o governador Kugler fez o discurso de abertura no 5º Workshop Anual de Macrofinanças do Federal Reserve Board.
Federal Reserve / Flickr
A diretora do Federal Reserve, Adriana Kugler, afirmou que o processo de desinflação diminuiu e que já é possível ver efeitos das tarifas mais altas. Segundo a diretora, as tarifas devem continuar a elevar a inflação ao longo de 2025 e, neste momento, há maiores riscos de alta para a inflação e potenciais riscos de baixa para o emprego e o crescimento da produção no futuro. Kugler discursou em um evento no Clube Econômico de Nova York, nesta quinta-feira (5).
“Isso me leva a continuar apoiando a manutenção da taxa básica de juros do FOMC [Comitê Federal de Mercado Aberto, na sigla em inglês] em sua configuração atual, caso os riscos de alta para a inflação persistam. Considero nossa postura atual de política monetária bem posicionada para quaisquer mudanças no ambiente macroeconômico”, defendeu a diretora, ao mencionar que considera a atual postura “modestamente restritiva” e apropriada para atingir e sustentar uma inflação de 2% no longo prazo.
Kugler citou ainda que o mercado de trabalho está atualmente próximo da meta de emprego máximo do FOMC, mas que existe a perspectiva de que mudanças nas políticas comerciais e outras políticas possam elevar a taxa de desemprego e afastar o emprego da meta do Fed. “Essas políticas, especialmente tarifas de importação mais altas, também podem elevar a inflação no restante deste ano”, afirmou.
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A diretora do Fed ressaltou que dados não tradicionais sobre a atividade econômica são consistentes com a avaliação geral de que pode estar acontecendo “alguma moderação” no crescimento da atividade econômica americana, mas ainda não uma desaceleração significativa. “À medida que as políticas sobre questões fiscais e imigração tomam forma, considero importante também levar em conta suas implicações para as perspectivas econômicas dos EUA”, acrescentou.
Kugler ainda acredita que é difícil avaliar a força atual da atividade econômica, com base em dados dos primeiros quatro meses de 2025, principalmente devido à antecipação das importações antes da implementação de tarifas. “Embora o Produto Interno Bruto (PIB) real tenha diminuído ligeiramente no primeiro trimestre, isso se deveu em grande parte a um aumento nas importações antes dos aumentos tarifários previstos, um aumento que provavelmente será revertido”, disse.
Kugler adicionou que é observada uma escalada na inflação de bens e serviços, e dados de pesquisas apontam também para “algumas pressões inflacionárias” e afirmou que tem mantido seu foco na inflação. Ela disse que a maioria dos dirigentes do BC americano está mais preocupada com a inflação do que com o crescimento.
A diretora do Fed também disse ver a inflação como um risco maior no momento do que a queda do emprego. “O desemprego ainda está em uma taxa historicamente muito baixa”, pontuou. Segundo ela, ainda é cedo esperar perdas de emprego por conta da inteligência artificial (IA), mas a diminuição dos fluxos de imigrantes pode tornar o mercado de trabalho mais restrito.
“Quando as tarifas forem totalmente implementadas, poderemos começar a falar sobre outros efeitos, mas isso ainda não aconteceu”, ressaltou, ao reiterar que ainda não se viu a extensão total do impacto das tarifas sobre os preços.
No mesmo evento, o presidente do Fed de Kansas City, Jeffrey Schmid, afirmou que as incertezas em torno da política tarifária dos EUA estão dificultando a definição da trajetória dos juros. Ele ressaltou que os efeitos potenciais das tarifas sobre os dois pilares do mandato do Fed, a estabilidade de preços e o pleno emprego, são motivo de atenção crescente.
“Grande parte dessa incerteza parece estar relacionada à trajetória e ao potencial impacto das mudanças na política tarifária”, disse Schmid, após relatar conversas com empresários e contatos em sua região. Segundo ele, há uma percepção de que tarifas mais altas tendem a elevar os preços e reduzir atividade e emprego, mas “com menos convicção sobre a magnitude e o momento desses efeitos”.
Apesar de considerar que o Fed está “tão próximo de cumprir seu mandato quanto esteve em muito tempo”, com a inflação em 2,1% em abril, “um nível que considero alinhado com o objetivo de inflação de 2% do Fed”, e o desemprego em 4,2%, Schmid destacou que os efeitos da política monetária têm defasagens e que “as perspectivas para a economia estão atualmente muito incertas”. Para ele, é possível que tarifas pressionem os preços nos próximos meses, mesmo após dados recentes de inflação.
Schmid disse que o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) precisará manter uma postura ágil diante do cenário incerto. “Embora as tarifas provavelmente pressionem os preços para cima, a extensão desse aumento não é certa”, advertiu, acrescentando que o impacto sobre crescimento e emprego também é incerto.
O dirigente ainda defendeu um sistema bancário dinâmico para que a economia americana seja “saudável”, com estímulo à criação de novos bancos e fusões mais eficientes, principalmente para preservar o acesso a serviços em regiões rurais. Segundo ele, a abertura de novas instituições é essencial para preencher lacunas deixadas por consolidações no setor, mas esbarra em exigências regulatórias pesadas. Schmid sugeriu que os processos de aprovação para novos bancos e revisões de fusões devem ser revistos para garantir um sistema mais competitivo e inovador.
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