Elon Musk disse nesta terça-feira (22) que não gosta de tarifas altas ou imprevisíveis, mas que qualquer decisão sobre o que acontecer com elas “cabe inteiramente ao presidente dos Estados Unidos”.
Falando durante a teleconferência de resultados do primeiro trimestre de sua empresa, em meio à incerteza econômica relacionada a tarifas, Musk afirmou que a Tesla está em uma posição relativamente boa, comparada a outras montadoras americanas, porque possui “cadeias de suprimento localizadas” na América do Norte, Europa e China.
Musk afirmou que a Tesla é “a montadora menos afetada com relação às tarifas, ao menos na maioria dos aspectos”.
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A Tesla divulgou nesta terça-feira resultados trimestrais preocupantes, incluindo uma queda de 20% na receita automotiva em relação ao ano anterior e uma queda de 71% no lucro líquido. A empresa também informou que não fornecerá previsões para 2025, pelo menos até a atualização do segundo trimestre.
Embora Musk seja um dos conselheiros mais próximos do presidente Donald Trump, as tarifas são o único tema em que ele rompeu parcialmente com o governo. Recentemente, ele chamou Peter Navarro, principal conselheiro comercial de Trump, de “idiota” e “mais burro que um saco de pedras”.
No entanto, na teleconferência de terça-feira, Musk disse: “Se algum país está fazendo algo predatório com tarifas” ou “se um governo está oferecendo apoio financeiro extremo para um setor específico, então você precisa fazer algo para contrabalançar isso”.
O preço das ações da Tesla foi duramente atingido desde que o presidente ventilou seu plano de tarifas generalizadas no início deste mês, e isso depois de os papéis já terem caído 36% no primeiro trimestre, seu pior desempenho para qualquer período desde 2022.
Como a Tesla fabrica nos EUA os carros que vende no mercado doméstico, a empresa não está sujeita à tarifa de 25% imposta por Trump sobre veículos importados. No entanto, a Tesla depende de materiais e insumos vindos da China, México, Canadá e outros países para fabricar equipamentos, vidros automotivos, placas de circuito impresso, células de bateria e outros produtos.
Musk disse que oferece conselhos ao presidente sobre tarifas.
“Ele ouve meus conselhos. Mas, claro, cabe a ele tomar sua decisão”, disse Musk. “Já me pronunciei muitas vezes dizendo que acredito que tarifas mais baixas são geralmente uma boa ideia.”
Ele acrescentou que é defensor de “estruturas tarifárias previsíveis”, assim como do “comércio livre e de tarifas mais baixas”.
Musk afirmou que o negócio de energia da Tesla sofre um impacto “desproporcional” com as tarifas, pois a empresa obtém células de bateria de fosfato de ferro e lítio — usadas em seus carros — da China.
“Estamos no processo de comissionar equipamentos para a fabricação local de células de bateria LFP nos EUA”, disse ele. Mas afirmou que a empresa só consegue “atender uma fração de nossa capacidade instalada total” com os equipamentos locais.
“Também estamos trabalhando para garantir uma cadeia de suprimentos adicional com fornecedores de fora da China, mas isso levará tempo”, afirmou.
Musk chamou a Tesla de a montadora “mais verticalmente integrada”, mas disse que ainda há muitas peças e materiais que vêm de outros países. Mesmo tendo construído uma refinaria de lítio no Texas, “ainda não estamos plantando seringueiras nem minerando ferro”, disse ele.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
