Empresas americanas ampliam embarques da China após suspensão temporária de tarifas
Publicado 17/05/2025 • 09:39 | Atualizado há 4 horas
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Publicado 17/05/2025 • 09:39 | Atualizado há 4 horas
KEY POINTS
Bandeira dos Estados Unidos e da China
Canva Images
Empresas dos Estados Unidos aumentaram significativamente os embarques de mercadorias vindas da China, após o presidente Donald Trump anunciar a suspensão de parte das tarifas sobre produtos chineses, segundo a NBC.
A medida, válida por 90 dias, já provocou um aumento expressivo na demanda logística e pode gerar gargalos na cadeia de suprimentos nos próximos meses.
Segundo Ben Tracy, vice-presidente de desenvolvimento estratégico da Vizion — empresa especializada em rastreamento de contêineres — as reservas de cargas saindo da China saltaram quase 300% nesta semana em relação à anterior, atingindo o maior volume do ano. O movimento ocorre depois do anúncio de Trump, na última segunda-feira, de redução temporária das tarifas enquanto Washington e Pequim mantêm negociações comerciais.
No mês passado, empresas americanas haviam interrompido embarques e cancelado pedidos após o governo elevar as tarifas de importação de produtos chineses para mais de 145%, tornando inviável a compra para diversos setores. Com a tarifa reduzida temporariamente para 30%, companhias aproveitam a trégua para normalizar pedidos atrasados e antecipar entregas enquanto vigorar o imposto mais baixo.
“Nos últimos 30 dias, observamos uma queda brusca no comércio transpacífico, especialmente da China, com redução de mais de 60% nos volumes”, afirmou Jessica Dankert, vice-presidente da Retail Industry Leaders Association. “Agora, com essa relativa previsibilidade por 90 dias, a expectativa é de retomada desses volumes.”
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Apesar da trégua parcial, especialistas alertam para dificuldades logísticas no horizonte. O prazo médio para o transporte marítimo entre China e EUA é de aproximadamente um mês, mas a demanda elevada, combinada à capacidade limitada de navios, espaço em portos e caminhões para distribuição interna, pode causar atrasos adicionais de meses.
“Existe um limite para a capacidade logística. Só há um certo número de navios, de contêineres e de janelas disponíveis nos portos para absorver esse volume extra”, explicou Bryan Gross, executivo da PwC especializado em cadeia de suprimentos. “Esse fluxo extra de mercadorias vai passar pelo sistema, mas há um gargalo de capacidade.”
Com o desequilíbrio entre oferta e demanda, os preços de frete já começaram a subir nos últimos dias. Além disso, como o ciclo completo de ida e volta de um navio entre China e EUA pode levar meses, o aumento de embarques nos próximos dias deve resultar em escassez de navios e contêineres disponíveis no verão americano — justamente a alta temporada para os varejistas, que abastecem suas lojas para o retorno às aulas e para as festas de fim de ano.
“Daqui a dois meses, que é o pico para o setor varejista, talvez não haja contêineres e navios suficientes disponíveis na China”, alertou Tracy.
Para outros setores, como o de fogos de artifício, a situação é ainda mais delicada. Segundo Julie Heckman, diretora executiva da American Pyrotechnics Association, muitos importadores cancelaram embarques em abril, diante das tarifas elevadas. Embora parte das remessas tenha sido retomada, é provável que algumas cheguem tarde demais para o feriado de 4 de Julho, data tradicionalmente marcada por espetáculos pirotécnicos.
“Todo mundo está tentando aproveitar a janela de 90 dias, mas não é como acender um interruptor e tudo volta ao normal”, disse Heckman. “As empresas estão se organizando para embarcar o que for possível, mas parte disso vai chegar depois do feriado.”
A preocupação também se estende para 2026, quando os EUA comemoram os 250 anos de sua independência, e o setor de fogos previa forte aumento na demanda. A produção na China foi suspensa em abril por conta da incerteza, e mesmo com a retomada, o setor perdeu um período estratégico de fabricação.
Entre os varejistas, o clima ainda é de cautela. “Agora temos uma janela de relativa previsibilidade para os próximos meses, o que permite colocar os produtos mais críticos em produção e embarcá-los”, disse Dankert. “Mas o setor precisa de estabilidade no longo prazo para tomar decisões de médio e longo prazo sobre pedidos e estoques.”
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