Guerra tarifária prejudicará os esforços climáticos, diz CEO da COP30
Publicado 22/05/2025 • 16:41 | Atualizado há 5 horas
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Reprodução Pexels.
Guerras tarifárias prejudicarão o comércio de tecnologias verdes, como painéis solares e veículos elétricos, e prejudicarão o combate às mudanças climáticas, afirma Ana Toni, CEO da conferência climática COP30 da ONU.
A COP30 será realizada em novembro na cidade amazônica de Belém, no Brasil, onde Toni atua como secretária nacional para mudanças climáticas.
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Toni falou à AFP em uma reunião pré-COP de países latino-americanos na Cidade do Panamá. Aqui estão trechos de sua entrevista, editados para maior clareza e duração:
P: O impasse tarifário desencadeado pela imposição de taxas de importação mais altas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, prejudicará o combate às mudanças climáticas?
R: O comércio é um instrumento econômico muito importante e precisamos usá-lo para ajudar os países a mitigar ou se adaptar o mais rápido possível (aos efeitos das mudanças climáticas).
Muitos dos nossos ônibus elétricos (na América Latina) vêm da China ou de outros continentes, então essa é a boa (tecnologia) de baixo carbono que precisávamos promover e apoiar.
P: O que significa para o mundo o plano de Trump de retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris sobre o clima de 2015?
R: O povo americano não está mais seguro porque seu presidente decidiu deixar o Acordo de Paris. Os latino-americanos não estão mais seguros porque o presidente Trump fez o que fez. Vimos o que aconteceu em Los Angeles — aquele incêndio que destruiu tantas casas — e podemos ver agora o que eles estão passando.
Acho que eles (o governo americano) vão se arrepender, mas vamos trabalhar com as instituições americanas e com o povo americano que quer continuar a ação contra as mudanças climáticas.
A mudança climática é uma guerra… todos os dias, pessoas morrem de superaquecimento, de seca, de inundações.
As moléculas de carbono não têm passaporte. Elas não entendem nossas diferenças geopolíticas. Não podemos dizer que esse carbono veio do Panamá, do Brasil ou da China.
Se não fizermos isso juntos, em um cenário multilateral… não seremos capazes de combater as mudanças climáticas.
P: Como a região pode se adaptar melhor às consequências do aquecimento global?
R: A América Latina não está esperando que os países ocidentais, ou os países desenvolvidos, venham nos ajudar. Nossos líderes sabem que somos uma região muito vulnerável.
Portanto, precisamos fazer algo — tanto contribuindo para a mitigação (reduzindo as emissões que causam o aquecimento global) quanto trabalhando na adaptação (aos efeitos que não podem mais ser evitados), pois muitos países já estão sofrendo.
Para todos os países da América Latina, reconhecemos e sabemos que somente adotando uma abordagem multilateral… seremos capazes de combater as mudanças climáticas.
P: O que os países latino-americanos estão fazendo para reduzir as emissões de carbono?
R: Apenas cinco países da América Latina comunicaram suas novas metas para 2035 — as famosas NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas ou planos de ação climática do Acordo de Paris).
Portanto, esperamos que todos os países latino-americanos cheguem à COP30 com suas contribuições nacionais, para dizer que: “A América Latina está consciente de seus problemas, mas também faz parte da solução.”
É nesta região que temos abundância de recursos naturais, florestas e energia renovável, então somos parte da solução, mas precisamos fazer com que essa nova economia beneficie as pessoas e o planeta.
P: O que a América Latina precisa para que isso aconteça?
R: A América Latina já lidera em muitas áreas. Por exemplo, no Brasil, estamos combatendo o desmatamento (da Amazônia) junto com outros países.
Mas é verdade que precisamos de apoio, especialmente financeiro, para ver se conseguimos avançar mais rápido em termos de transição energética. A questão do financiamento será um tópico muito importante para nós na COP30.
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