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Tarifas do Trump

Empresas da Europa soam alarme com impacto de tarifas enquanto correm por acordo com os EUA

Publicado 25/07/2025 • 14:03 | Atualizado há 15 horas

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Redação CNBC

KEY POINTS

  • Empresas europeias enfrentam bilhões em perdas antes mesmo de tarifas da UE contra os EUA serem aplicadas
  • Montadoras e marcas de luxo já revisam projeções diante de tarifas americanas de até 30%
  • UE avalia retaliação e negocia acordo comercial com a Casa Branca antes do prazo de 1º de agosto

Renault

Divulgação/Renault

Autoridades europeias seguem tentando fechar um acordo comercial com o governo de Donald Trump, enquanto grandes empresas da região já relatam impactos financeiros antes mesmo das tarifas recíprocas entrarem em vigor.

No início de julho, Trump anunciou que aplicaria uma tarifa de 30% sobre todos os produtos importados da União Europeia, a partir de 1º de agosto.

Negociações entre UE e EUA seguem em andamento, mas ainda sem acordo formal. Paralelamente, Bruxelas prepara uma série de contramedidas caso as tarifas de fato se concretizem.

Automotivas lideram os prejuízos

O setor automotivo europeu já sente os efeitos das tarifas dos EUA. As montadoras enfrentam, ao mesmo tempo, a concorrência crescente de marcas chinesas e os custos da transição para veículos elétricos.

Desde abril, os Estados Unidos impõem uma tarifa de 25% sobre veículos e peças automotivas estrangeiras. O governo Trump indicou que esse percentual pode subir para 30% em agosto.

Na sexta-feira, a Volkswagen afirmou que as tarifas elevaram seus custos em 1,3 bilhão de euros no primeiro semestre do ano. A empresa também reduziu sua projeção de lucro anual após queda acentuada no lucro operacional do 2º trimestre.

A Stellantis, dona de marcas como Fiat, Jeep, Dodge e Peugeot, antecipou parte dos resultados e projetou um prejuízo de 2,3 bilhões de euros no semestre. Desse montante, 300 milhões de euros já se referem a tarifas aplicadas e perdas programadas com paralisações de produção.

A Volvo, da Suécia, também relatou forte queda no lucro operacional trimestral, atribuindo o resultado às tarifas americanas.

Esportes, bebidas e tecnologia também sofrem

A alemã Puma anunciou que espera fechar o ano com prejuízo operacional, citando diretamente os efeitos das políticas comerciais dos EUA sobre suas vendas. A empresa esperava lucro entre 445 milhões e 525 milhões de euros, antes de revisar suas projeções.

A francesa Rémy Cointreau, famosa pelos conhaques e licores como Cointreau e rum Mount Gay, também revisou suas expectativas. A empresa agora estima um impacto tarifário de 35 milhões de euros no ano fiscal 2025-2026, ante projeção anterior de 25 milhões.

Já a finlandesa Nokia cortou sua projeção de lucro operacional para um intervalo entre 1,6 e 2,1 bilhões de euros — antes era de 1,9 a 2,4 bilhões. A empresa estima um impacto tarifário de até 80 milhões de euros.

Empresas reavaliam previsões

A Traton, fabricante de caminhões da Alemanha, também cortou suas projeções e agora prevê queda de até 10% nas vendas — anteriormente previa estabilidade ou queda de até 5%. O novo cenário considera tarifas já em vigor, mas alerta que o quadro pode piorar com tarifas de 50% sobre o Brasil e de 30% sobre a UE.

Outras empresas, como a francesa Thales, também podem revisar suas previsões. Atualmente, a companhia espera impactos contidos, baseando-se na possibilidade de uma tarifa de 10%, mas o cenário pode mudar rapidamente.

UE pode retaliar

Segundo uma fonte da União Europeia ouvida pela CNBC, as autoridades trabalham com a hipótese de um acordo que preveja tarifa básica de 15% como cenário principal.

Ainda assim, o bloco já aprovou uma lista de tarifas retaliatórias sobre 93 bilhões de euros em produtos americanos, caso Trump leve sua decisão adiante.

Economistas preveem impacto na inflação e nos preços

Para o Citi, algumas empresas europeias estão absorvendo parte dos custos iniciais das tarifas, mas isso não deve gerar altas de preços ao consumidor. Segundo o banco, os efeitos das tarifas seguem sendo desinflacionários, especialmente diante do aumento da deflação de importados vindos da China e da valorização do euro.

O Citi projeta inflação de bens duráveis na zona do euro em 0% em 2026.

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