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Índia enfrenta tarifas mais altas do que a China; O que isso diz sobre a política externa de Trump?
Publicado 03/11/2025 • 08:48 | Atualizado há 6 horas
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Publicado 03/11/2025 • 08:48 | Atualizado há 6 horas
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SAUL LOEB / AFP via Getty Images
Imagem de arquivo. Trump e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi
As exportações indianas aos Estados Unidos, taxadas em média em 50%, voltaram a superar as tarifas de 47% impostas aos produtos chineses, após o acordo comercial firmado entre Donald Trump e Xi Jinping na Coreia do Sul. O contraste marca um enfraquecimento na relação entre Washington e Nova Délhi, que durante duas décadas foi vista como estratégica.
De acordo com analistas, a política externa norte-americana deixou de tratar a Índia como parceiro prioritário na contenção da China, adotando uma abordagem “transacional”. “A confiança entre os dois países pode levar anos para ser reconstruída”, afirmou Atman Trivedi, sócio da Albright Stonebridge Group.
A escalada nas tarifas, a cobrança de US$ 100 mil em taxas de visto H1B e declarações públicas de Trump sobre supostas mediações entre Índia e Paquistão contribuíram para o desgaste diplomático.
“O presidente Trump não vê a Índia como parceira estratégica no equilíbrio com a China, como faziam seus antecessores”, disse Raymond Vickery Jr., do Center for Strategic and International Studies (CSIS).
De Bill Clinton até o primeiro mandato de Trump, a política americana valorizava a “Índia democrática” em oposição à “China autocrática”. Segundo Vickery, essa lógica deu lugar ao pragmatismo de curto prazo.
Após o encontro de quinta-feira (30) em Seul, Trump e Xi anunciaram uma trégua comercial, com redução de tarifas sobre o fentanil de 20% para 10%, diminuindo a taxa média sobre produtos chineses. Em postagem no Truth Social, o presidente americano chamou a reunião de “grande para ambos os países” e previu “paz e sucesso duradouros”.
O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, confirmou no X (antigo Twitter) a criação de canais militares de comunicação direta para evitar incidentes e tensões — um sinal de reaproximação entre as duas potências.
Em agosto, os EUA ampliaram para 50% as tarifas sobre produtos indianos, incluindo sobretaxas de 25% pela compra de petróleo russo. Nova Délhi classificou a medida como “injusta e desproporcional”, enquanto Trump chamou a relação comercial entre os dois países de “desastre totalmente unilateral”.
Durante discurso no fórum APEC na Coreia do Sul, o presidente americano chegou a afirmar que ameaçou Índia e Paquistão com tarifas de 250% caso não cessassem hostilidades na Caxemira, onde um ataque militante em abril deixou 26 mortos e provocou uma ofensiva militar indiana.
A tensão repercute internamente na Índia. O líder da oposição, Rahul Gandhi, acusou o primeiro-ministro Narendra Modi de “temer Trump”. Segundo a analista Alexandra Hermann, da Oxford Economics, o desafio indiano agora é encontrar equilíbrio entre as duas superpotências: “Mesmo que Nova Délhi ganhe mais acesso ao mercado americano, sua dependência da China não deve diminuir tão cedo.”
Apesar das divergências comerciais, EUA e Índia assinaram na sexta-feira (31) um acordo de defesa de 10 anos, com foco em cooperação tecnológica e troca de informações militares. Washington descreveu o pacto como essencial para manter um Indo-Pacífico livre e baseado em regras.
Especialistas alertam que, se a Casa Branca insistir em manter uma política puramente comercial, pode empurrar a Índia para mais perto da Rússia e da China, comprometendo o equilíbrio estratégico que os EUA tentam preservar na Ásia.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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