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Lula diz que ‘não tem mais intermediário’ entre ele e Trump e prevê acordo ‘logo, logo’ sobre tarifaço
Publicado 27/10/2025 • 01:03 | Atualizado há 44 minutos
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Publicado 27/10/2025 • 01:03 | Atualizado há 44 minutos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste domingo (26) que sua reunião com Donald Trump marcou o início de uma nova fase nas relações entre Brasil e Estados Unidos, sem intermediários políticos e com base em “respeito mútuo, apesar das diferenças ideológicas”.
“Não tem mais intermediário; agora é o presidente Lula e o presidente Trump”, declarou. O petista disse ter saído do encontro com a “boa impressão de que logo logo não haverá problema entre os Estados Unidos e o Brasil” e considerou a conversa “surpreendentemente boa”.
Lula afirmou que o objetivo central da conversa foi “colocar um ponto final no tarifaço que penaliza os produtos brasileiros”, e que ambos os governos “compartilham a vontade de restabelecer um fluxo comercial equilibrado e previsível” entre as duas maiores economias do continente. “O tarifaço vai acabar”, disse.
Segundo Lula, o diálogo foi franco e direto. Ele afirmou ter entregado por escrito a Trump um documento com o pedido de suspensão das tarifas aplicadas às exportações brasileiras e a defesa de um comércio equilibrado. “As informações de que os EUA têm déficit com o Brasil são infundadas”, disse. O presidente também reiterou que qualquer direito de taxar deve ser restrito a casos de prejuízo comprovado à indústria ou ao desenvolvimento.
Lula afirmou que a discussão de assuntos políticos será limitada entre ele e Trump. As equipes de negociação – capitaneadas do lado do Brasil pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad – ficarão restritas ao âmbito comercial.
O presidente, no entanto, classificou como “inadmissível” a punição de autoridades do Supremo Tribunal Federal com base na Lei Magnitsky e destacou que o tom da conversa foi de cooperação e confiança. “Se depender do presidente Trump e de mim, vai ter acordo”, resumiu.
Questionado sobre a citação de Trump ao ex-presidente Jair Bolsonaro, Lula disse que, com o tempo, Trump perceberá que o “Bolsonaro é passado”. “Depois de duas ou três reuniões, ele vai ver que Bolsonaro não é nada”, afirmou Lula.
O presidente destacou que os dois países estão “dispostos a fazer com que Brasil e Estados Unidos tenham a relação de amizade que existe há 201 anos”, e adiantou que uma nova reunião pode ocorrer na próxima semana, em Washington.
Lula revelou também que Trump demonstrou vontade de visitar o Brasil e que a conversa entre os dois foi um exemplo de multilateralismo prático. “Eu tenho o telefone do presidente Trump, e ele tem o meu”, disse. “A pessoa mais entusiasmada era ele. Estou convencido de que, em poucos dias, nós teremos uma solução entre os Estados Unidos e o Brasil.”
O presidente, que completa 80 anos nesta segunda, ganhará um jantar de gala, oferecido pelo primeiro-ministro malaio, Anwar Ibrahim.
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Em outra entrevista, logo após o encontro, o chanceler Mauro Vieira afirmou que Lula e Trump conversaram por cerca de 45 minutos sobre todos os temas relevantes da relação bilateral. “O presidente Lula começou dizendo que não havia assunto proibido e renovou o pedido de suspensão das tarifas aplicadas à exportação brasileira, além de questionar a aplicação da Lei Magnitsky”, disse.
Estiveram presentes o secretário de Estado, Marco Rubio, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer. Segundo Vieira, Trump orientou sua equipe a iniciar ainda neste domingo um processo de negociação bilateral “para resolver tudo em pouco tempo”.
O chanceler classificou o diálogo como “franco e colaborativo” e destacou que Lula argumentou que as tarifas são injustas, já que o Brasil mantém déficit comercial com os Estados Unidos. Ele afirmou ainda que as negociações técnicas começam hoje, mas que as tarifas seguem em vigor. “Hoje não está suspenso. Vamos conversar com vistas à suspensão das tarifas”, explicou.
Vieira contou também que Trump elogiou a trajetória política de Lula e que ambos manifestaram interesse em visitas oficiais recíprocas — Trump ao Brasil e Lula aos Estados Unidos.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirmou, em nota, que o encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, representou um “avanço concreto” nas negociações para reverter a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.
“O diálogo entre os dois líderes representa um avanço concreto nas tratativas bilaterais e reforça o compromisso de ambos os governos com a construção de soluções equilibradas para o comércio entre Brasil e Estados Unidos”, diz o documento.
O presidente da República em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, disse, em publicação no X, que o encontro “entre o presidente Lula e o presidente Donald Trump, hoje, na Malásia,”prova que temos bons motivos para acreditar no diálogo. Foi mais um passo para Brasil e EUA estreitarem ainda mais seus laços de amizade“, disse Alckmin.
Segundo o analista Rodrigo Loureiro, “quando o assunto é Donald Trump, o imprevisível faz parte do jogo” e cada gesto diplomático é lido com cautela pelos mercados. Ele vê a primeira conversa como positiva, mas ainda cercadas de incerteza. A postura confiante de Lula diante de Trump, que costuma dominar os encontros, chamou atenção e reacende o debate sobre o papel do Brasil nas novas dinâmicas de poder global.
Agentes do mercado financeiro viram a reunião entre Lula e Trump como positiva e um importante passo para reduzir as tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos. As perspectivas para os ativos brasileiros são favoráveis.
“A sinalização de diálogo construtivo, com foco na suspensão temporária das tarifas e na retomada de um canal técnico permanente, tende a melhorar o humor do mercado, especialmente nos setores mais afetados pelo tarifaço — como aço, alumínio e carne. Além disso, a busca por um reequilíbrio da balança comercial e o reposicionamento diplomático do Brasil como mediador regional fortalecem a percepção de estabilidade e previsibilidade, fatores essenciais para atrair capital estrangeiro”, afirma David Martins, sócio-diretor da Brazil Wealth.

2 de abril de 2025 — Trump assina a Executive Order 14257, criando o pacote de tarifas “Dia da Libertação”, com tarifa-base de 10% sobre importações de praticamente todos os países.
10 de julho de 2025 — Lula ameaça aplicar tarifas de 50% em resposta, caso os EUA ampliem as cobranças sobre produtos brasileiros.
21 de julho de 2025 — O governo brasileiro reconhece que não há acordo imediato com os EUA e que as negociações para evitar o aumento tarifário não avançaram.
25 de julho de 2025 — A CNI anuncia missão empresarial a Washington, com foco em dialogar com o Departamento de Comércio dos EUA e medir o impacto das tarifas na indústria nacional.
30 de julho de 2025 — Trump impõe tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, totalizando 50%. No mesmo dia, o governo americano divulga exceções para suco de laranja, aeronaves civis e peças, ferro líquido, celulose, castanhas-do-Brasil e energia.
6 de agosto de 2025 — As tarifas de 50% entram em vigor, atingindo café, carne bovina, madeira processada, móveis e manufaturados.
13 de agosto de 2025 — O governo lança o plano “Brasil Soberano”, com R$ 30 bilhões em crédito, garantias de exportação, extensão de prazos fiscais e incentivos diplomáticos para mitigar os efeitos do tarifaço.
3 de setembro de 2025 — CNI e CNA realizam missão conjunta a Washington, reunindo mais de 30 setores para debater as tarifas e propor soluções comerciais.
9 de setembro de 2025 — Técnicos da Fazenda e do Itamaraty entregam ao Planalto uma proposta de retaliação setorial, mas Lula opta por adiar qualquer resposta, priorizando o diálogo.
20 de setembro de 2025 — A CNA apresenta relatório apontando queda de 30% nas exportações agrícolas e 10 mil empregos perdidos no setor madeireiro.
24 de setembro de 2025 — Fiesp e Itamaraty se reúnem com o embaixador americano no Brasil e pedem revisão parcial das tarifas industriais.
27 de setembro de 2025 — Lula e Trump se cumprimentam brevemente na ONU, em Nova York, sinalizando distensão.
6 de outubro de 2025 — Os dois líderes fazem videoconferência de 30 minutos; Lula pede o fim das tarifas, e Trump admite revisar as condições “sob as circunstâncias certas”.
9 de outubro de 2025 — Mauro Vieira e Marco Rubio acertam reunião técnica em Washington para discutir comércio e tarifas.
15 de outubro de 2025 — Lula confirma que as negociações comerciais continuam e que o encontro com Trump será em breve.
16 de outubro de 2025 — Brasil e EUA anunciam reunião presencial entre Lula e Trump durante a cúpula da ASEAN, na Malásia.
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