Negociações entre EUA e China são retomadas enquanto Trump comemora “reinicialização total” nas relações comerciais
Publicado 11/05/2025 • 08:11 | Atualizado há 18 horas
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Publicado 11/05/2025 • 08:11 | Atualizado há 18 horas
KEY POINTS
Estados Unidos e China entraram em uma guerra comercial sem precedentes que afeta o mundo.
Times Brasil/Imagem gerada por IA
As negociações entre as principais autoridades americanas e chinesas foram retomadas pelo segundo dia consecutivo neste domingo (11), após o presidente americano, Donald Trump, expressar otimismo com as negociações que visam aliviar as tensões comerciais desencadeadas por sua agressiva implementação de tarifas.
Em uma publicação no Truth Social após o primeiro dia de negociações em Genebra no sábado, Trump elogiou as discussões “muito boas” e as considerou “uma redefinição total negociada de forma amigável, mas construtiva”.
Antes, a agência de notícias estatal chinesa Xinhua também descreveu as negociações na Suíça como “um passo importante para promover a resolução da questão”.
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O segundo dia de reuniões a portas fechadas entre o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, o representante comercial Jamieson Greer e o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, foi retomado pouco depois das 10h (08h00 GMT ou 05h00 no horário de Brasília) de domingo (11).
Assim como no sábado, as negociações ocorreram na residência do embaixador suíço nas Nações Unidas, em Genebra, uma discreta vila com persianas azul-celeste perto de um grande parque na margem esquerda do Lago Genebra.
“Essas negociações refletem que o estado atual das relações comerciais, com essas tarifas extremamente altas, não é, em última análise, do interesse nem dos Estados Unidos nem da China”, disse à AFP o economista-chefe global do Citigroup, Nathan Sheets, chamando as tarifas de “uma proposta em que todos perdem”.
As discussões marcam a primeira vez que altos funcionários das duas maiores economias do mundo se encontram pessoalmente para abordar o espinhoso tema do comércio desde que Trump impôs novas e pesadas taxas à China no mês passado, o que provocou uma forte retaliação de Pequim.
As tarifas impostas por Trump à gigante manufatureira asiática desde o início do ano totalizam atualmente 145%, com as taxas americanas cumulativas sobre alguns produtos chineses chegando a impressionantes 245%.
Em retaliação, a China impôs tarifas de 125% sobre produtos americanos.
Antes da reunião, Trump sinalizou que poderia reduzir as tarifas, sugerindo nas redes sociais que uma “tarifas de 80% sobre a China parece o correto!”.
No entanto, sua secretária de imprensa, Karoline Leavitt, esclareceu posteriormente que os Estados Unidos não reduziriam as tarifas unilateralmente e que a China também precisaria fazer concessões.
Ao entrarem na reunião, ambos os lados minimizaram as expectativas de uma grande mudança nas relações comerciais, com Bessent destacando o foco na “desescalada” e não em um “grande acordo comercial”, e Pequim insistindo que os Estados Unidos devem primeiro aliviar as tarifas.
O fato de as negociações estarem acontecendo “é uma boa notícia para os negócios e para os mercados financeiros”, disse Gary Hufbauer, pesquisador sênior não residente do Instituto Peterson de Economia Internacional (PIIE).
Mas Hufbauer alertou que estava “muito cético quanto à possibilidade de qualquer retorno a algo como as relações comerciais normais entre EUA e China”, com até mesmo uma tarifa de 70% a 80% ainda potencialmente reduzindo o comércio bilateral pela metade.
O vice-primeiro-ministro chinês entrou nas discussões animado com a notícia de sexta-feira (09) de que as exportações chinesas aumentaram no mês passado, apesar da guerra comercial.
O desenvolvimento inesperado foi atribuído por especialistas a um redirecionamento do comércio para o Sudeste Asiático para mitigar as tarifas americanas.
Entre alguns dos funcionários mais moderados de Trump, como Bessent e o Secretário de Comércio, Howard Lutnick, “há uma percepção de que a China está mais bem equipada para lidar com esta guerra comercial do que os EUA”, disse Hufbauer.
A reunião em Genebra ocorre após Trump revelar um acordo comercial com o Reino Unido, o primeiro acordo com qualquer país desde que ele lançou sua onda de tarifas globais.
O acordo de cinco páginas, não vinculativo, confirmou aos investidores nervosos que os Estados Unidos estão dispostos a negociar isenções setoriais das tarifas recentes, mas mantiveram uma taxa básica de 10% sobre a maioria dos produtos britânicos.
Após o anúncio comercial EUA-Reino Unido, analistas expressaram pessimismo quanto à probabilidade de as negociações levarem a mudanças significativas na relação comercial EUA-China.
“É bom que eles estejam conversando. Mas minhas expectativas para os resultados reais desta primeira rodada de negociações são bastante limitadas”, disse Sheets, do Citigroup.
“Acho bem possível que eles saiam de Genebra dizendo o quão construtivas e produtivas as negociações foram, mas sem realmente reduzir as tarifas”, disse Hufbauer.
Em sua publicação no Truth Social, Trump disse que as negociações fizeram “GRANDE PROGRESSO!!”
“Queremos ver, para o bem da China e dos EUA, uma abertura da China aos negócios americanos”, acrescentou.
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Juliana Colombo é jornalista especializada em economia e negócios. Já trabalhou nas principais redações do país, como Valor Econômico, Forbes, Folha de S. Paulo e Rede Globo.
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