Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC no
Após Lula lançar ‘Brasil Soberano’, Modi promete ‘Índia autossuficiente’ após tarifaço de Trump
Publicado 15/08/2025 • 08:56 | Atualizado há 3 horas
Com alta de até 170%, em meio à pressão dos EUA, Eli Lilly reajusta preço do Mounjaro no Reino Unido
Lançamento do GPT-5 decepcionou os consumidores, mas modelo de IA ganha força
China não recebe Nvidia de braços abertos após Trump liberar exportações do chip H20
Benefícios fiscais de Trump favorecem alta renda e geram complexidade estratégica para investidores
Economia do Japão cresce acima do esperado no segundo trimestre, apesar de tarifaço
Publicado 15/08/2025 • 08:56 | Atualizado há 3 horas
KEY POINTS
Premiê Modi fala da década de crescimento da Índia no mais longo discurso do Dia da Independência. Foto: DD News India
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, prometeu construir uma “Índia autossuficiente” (self-reliant India) e anunciou reformas tributárias e regulatórias para beneficiar empresários e a classe média. O discurso, feito no Forte Vermelho, em Déli, marcou o 78º aniversário da independência do país e foi o primeiro desde que os Estados Unidos impuseram tarifas de 50% sobre produtos indianos.
As medidas adotadas por Washington têm relação direta com a compra de petróleo russo pela Índia. Desde o início da guerra na Ucrânia, o governo de Joe Biden — e, agora, de Donald Trump, que retornou à presidência — pressiona aliados a reduzirem importações de energia de Moscou, argumentando que a receita ajuda a financiar o conflito.
A Índia, que mantém laços históricos com a Rússia, aumentou suas compras de petróleo russo após obter desconto nos preços, o que motivou a imposição de uma tarifa inicial de 25% em 1º de julho, seguida de mais 25% na semana passada. O petróleo e a energia são vitais para sustentar o crescimento robusto da indústria e economia indianas.
No discurso, Modi não citou diretamente o impasse com os EUA, mas reforçou um tom nacionalista já característico de seu governo e semelhante, em alguns pontos, à retórica adotada pelo Brasil no programa “Brasil Soberano” do presidente Lula, que também busca fortalecer a produção interna e reduzir dependências externas. Modi destacou a necessidade de proteger setores estratégicos e reduzir a dependência de importações que vão de microchips a motores para caças.
“Quero dizer aos nossos cidadãos, à nossa juventude e a todos que entendem o poder da tecnologia que, até o final deste ano, chips semicondutores ‘Made in India’ estarão disponíveis no mercado”, afirmou o premiê, vestindo um turbante laranja e um lenço com as cores nacionais.
O líder indiano também anunciou que até outubro o país passará por uma reforma no imposto sobre bens e serviços (GST), prometendo “reformas de próxima geração” para simplificar regras e beneficiar a classe média — base eleitoral importante para o Bharatiya Janata Party, partido nacionalista hindu que ele lidera.
Em referência indireta às disputas comerciais, Modi reafirmou a defesa de agricultores contra a entrada de produtos americanos. “A Índia nunca vai ceder quando se trata de proteger os interesses de nossos agricultores”, disse, reforçando uma postura de soberania econômica e política.
A tensão com os EUA, maior parceiro comercial da Índia, representa a pior crise bilateral em décadas, reacendendo na sociedade indiana uma desconfiança histórica em relação ao Ocidente. Analistas apontam que Modi, embora adote um discurso duro, mantém canais diplomáticos para buscar uma solução negociada.
O conceito de Atmanirbhar Bharat (“Índia autossuficiente”) é central na agenda do governo Modi desde antes das tarifas americanas. O programa “Make in India” — voltado para aumentar a produção nacional e reduzir a dependência de importações de bens manufaturados como semicondutores, baterias, fertilizantes e energia — já conseguiu atrair investimentos, como a decisão da Apple de transferir parte da produção de iPhones para o país. No entanto, segundo economistas, o avanço ainda é limitado por entraves burocráticos e regulatórios.
Para enfrentar esses obstáculos, Modi anunciou a criação de uma “força-tarefa para reformas de próxima geração”, com a missão de reduzir custos de conformidade para empresas, diminuir o espaço para ações legais arbitrárias e simplificar leis para melhorar o ambiente de negócios.
—
📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:
🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais
🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562
🔷 ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube
🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings
Mais lidas
Fábrica da chinesa GWM em São Paulo inicia produção com plano de 60% de nacionalização
Lançamento do GPT-5 decepcionou os consumidores, mas modelo de IA ganha força
Expectativa: reunião entre Trump e Putin nesta sexta pode por fim à guerra na Ucrânia e encerrar conflitos comerciais
Mercado imobiliário de luxo em SP ultrapassa R$ 7 bi no 1º trimestre, com alta de 57% nas vendas
Cultura do excesso: quando o sintoma vira sistema