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Com tarifaço, para onde o Brasil pode exportar? Veja quem são os principais parceiros comerciais
Publicado 06/08/2025 • 11:01 | Atualizado há 2 meses
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Publicado 06/08/2025 • 11:01 | Atualizado há 2 meses
KEY POINTS
Brasil é um dos países afetados.
Cido Coelho/Times Brasil | CNBC/Imagem gerada por IA
Com o inicio do vigor da taxação dos produtos brasileiros pelos Estados Unidos nesta quarta-feira (1), o Brasil terá de recorrer à sua rede de parceiros comerciais para manter o fluxo de suas exportações. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e compilados pelo sistema ComexStat, os dez principais destinos das exportações brasileiras em 2024 somaram mais de dois terços de toda a pauta exportadora — que chegou a US$ 337 bilhões no ano.
O maior comprador dos produtos brasileiros continuou sendo a China, com um volume de US$ 94,4 bilhões, o equivalente a 28% das exportações totais. Em seguida, aparecem os Estados Unidos (US$ 40,3 bilhões), Argentina (US$ 13,8 bilhões), Países Baixos, Espanha, Singapura, México, Chile, Canadá e Alemanha.
A diversidade geográfica e econômica dos destinos — que inclui potências asiáticas, vizinhos latino-americanos, hubs europeus e parceiros na América do Norte — aponta para alternativas concretas caso barreiras comerciais se consolidem no mercado norte-americano.
Os principais destinos das exportações brasileiras em 2024
País | Exportações (US$ bilhões) |
---|---|
China | 94,4 |
Estados Unidos | 40,3 |
Argentina | 13,8 |
Países Baixos | 11,8 |
Espanha | 10,0 |
Singapura | 8,0 |
México | 7,8 |
Chile | 6,7 |
Canadá | 6,3 |
Alemanha | 6,0 |
Dados: ComexStat/MDIC – 2024
A imposição de tarifas de 50% — especialmente se incluir produtos como aço, alimentos processados ou bens industriais — exigirá respostas rápidas por parte do setor exportador brasileiro.
Diante do cenário, o papel da China tende a se fortalecer ainda mais, tanto como cliente da soja, do minério de ferro e do petróleo, quanto como destino maior de carnes, celulose e açúcar.
A União Europeia, embora mais exigente em padrões regulatórios, também aparece como opção. Países como Países Baixos, Espanha e Alemanha já figuram entre os principais compradores do Brasil e podem absorver parte da demanda deslocada dos EUA — principalmente em segmentos de alimentos, bioenergia e tecnologia verde.
Além disso, vizinhos latino-americanos como Argentina, México e Chile têm potencial para ampliação de comércio bilateral, especialmente em autopeças, máquinas, produtos químicos e alimentos processados. Nesses mercados, o Brasil já possui cadeias logísticas consolidadas e acordos comerciais no âmbito do Mercosul e de tratados bilaterais.
Mesmo assim, o redirecionamento de algumas cadeias pode enfrentar entraves estruturais. Para o economista-chefe da G11 Finance e professor do Mackenzie, Hugo Garbe, a substituição do mercado norte-americano não será fácil, principalmente no setor de alimentos.
“O ponto do Brasil são as commodities. Esses produtos têm um obstáculo quando se vai mirar outros mercados, que é a regulação sanitária. A Europa, por exemplo, tem uma regulação mais forte do que outros países. Os pescados e as frutas foram os mais impactados. Tentamos exportar pescado para o Japão desde 2017 e ainda não conseguimos”, afirmou.
Entre os mercados potenciais, Garbe aponta a Índia como um caminho possível, embora limitado:
“O mercado natural seria explorar a Índia, com uma classe consumidora importante, a maior população do mundo. Têm-se as questões culturais — eles consomem muito chá, então o café, por exemplo, não seria a principal bebida deles. Alguns países do Oriente Médio também podem ser opção.”
O movimento de comércio exterior brasileiro também envolve uma lista diversificada de países fornecedores. Em 2024, o Brasil importou US$ 262,4 bilhões em bens, segundo o ComexStat. A China também lidera como principal origem das importações, com US$ 63,6 bilhões — ou 24% do total.
Principais origens das importações brasileiras em 2024
País | Importações (US$ bilhões) |
---|---|
China | 63,6 |
Estados Unidos | 40,6 |
Alemanha | 13,7 |
Argentina | 13,6 |
Rússia | 11,0 |
Índia | 6,8 |
Itália | 6,4 |
França | 6,2 |
México | 5,8 |
Japão | 5,4 |
Fonte: ComexStat / MDIC – 2024
Os produtos importados são, em grande parte, bens intermediários e industriais, como semicondutores, fertilizantes, combustíveis, componentes eletrônicos, máquinas e equipamentos.
Embora os produtos básicos continuem liderando a pauta exportadora, o Brasil também se destaca em itens de maior valor agregado, especialmente nos embarques para os Estados Unidos e a Europa. Segundo estudo da Amcham Brasil, mais de 70% das exportações brasileiras para os EUA são de bens industrializados, como aeronaves, motores, maquinário agrícola, medicamentos e autopeças.
Caso esse canal seja comprometido pelo tarifaço, será necessário identificar mercados receptivos a bens industriais — como Canadá, México, Emirados Árabes, África do Sul e países da Ásia-Pacífico, incluindo a própria Singapura, que atua como porta de entrada para o sudeste asiático.
Garbe lembra que, no caso de exportações de aeronaves, o impacto tende a ser mais diluído no tempo:
“O ciclo para se fechar grandes vendas de avião é de anos. O Brasil já vem fechando vendas com países como Suécia, Dinamarca e no Leste Europeu. A Embraer deve ser menos prejudicada, mesmo com a tarifa de 10%”, completou.
Em um momento em que os Estados Unidos sinalizam com novas barreiras tarifárias, o Brasil precisa reforçar sua diplomacia econômica e seus instrumentos de promoção comercial. A base já existe: com presença relevante nos cinco continentes e uma pauta diversificada, o país tem alternativas reais para escoar sua produção e evitar perdas econômicas — desde que consiga reagir com agilidade.
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