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Secretário do Tesouro dos EUA prevê redução gradual das tarifas e correção dos desequilíbrios comerciais

Publicado 11/08/2025 • 06:52 | Atualizado há 2 dias

Da Redação

KEY POINTS

  • O Secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, declarou, em entrevista ao jornal japonês Nikkei Asia, que as tarifas recíprocas sobre importações de outros países devem diminuir caso haja melhora nos desequilíbrios comerciais.
  • "Com o tempo, as tarifas devem ser um cubo de gelo derretendo", disse.
  • Bessent, que lidera negociações comerciais com países como Japão e China, concedeu pela primeira vez uma entrevista exclusiva a um veículo que não seja uma emissora de TV dos EUA, segundo o Tesouro.

Fabrice Coffrini/AFP

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent.

O Secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, declarou, em entrevista ao jornal japonês Nikkei Asia que as tarifas recíprocas sobre importações de outros países devem diminuir caso haja melhora nos desequilíbrios comerciais.

“Com o tempo, as tarifas devem ser um cubo de gelo derretendo”, disse Bessent em entrevista na quinta-feira (7), no mesmo dia em que o governo de Donald Trump implementou novas taxas, como os produtos japoneses, que tiveram aumento de alíquota de 10% para 15%.

Bessent, que lidera negociações comerciais com países como Japão e China, concedeu pela primeira vez uma entrevista exclusiva a um veículo que não seja uma emissora de TV dos EUA, segundo o Tesouro.

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Com os novos valores, a tarifa média aplicada pelos EUA chega a 18,6%, de acordo com estimativa da Universidade Yale, o maior patamar desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

O secretário afirmou que o objetivo principal da política tarifária é “reequilibrar” o déficit em conta corrente, que atingiu US$ 1,18 trilhão em 2024, o maior entre as grandes economias. Segundo ele, um déficit dessa magnitude pode levar a uma crise financeira.

Ao explicar a metáfora do “cubo de gelo”, Bessent sinalizou que as tarifas podem ser reduzidas ou eliminadas. “Se a produção voltar para os EUA, importaremos menos. Assim, reequilibramos”, disse, acrescentando que as negociações em andamento com países sem acordo comercial devem ser concluídas até o fim de outubro.

China, Rússia e Índia

As tratativas com a China são consideradas as mais complexas. “É uma economia não baseada no mercado, com objetivos diferentes”, afirmou, criticando a superprodução chinesa e a exportação de produtos a preços muito baixos. “Muitos desses produtos são vendidos abaixo do custo. É um programa de empregos. Eles têm metas de emprego e produção, mais do que de lucratividade.”

Bessent também apontou o uso de tarifas como instrumento de pressão política, citando a Rússia e a guerra na Ucrânia. O governo Trump ameaçou a Índia com um adicional de 25% sobre o petróleo russo, elevando o total a 50%. “Trump também usa as tarifas em negociações de política externa. Como agora, quando pediu que a Índia pare de comprar petróleo da Rússia.”

Acordo com o Japão

Após negociações, Tóquio aceitou a tarifa de 15% e anunciou um pacote de investimentos e empréstimos de US$ 550 bilhões. Os EUA têm déficit comercial de US$ 69 bilhões com o Japão no comércio de bens. Bessent classificou o acerto como uma “parceria industrial dourada”.

A redução da tarifa sobre automóveis japoneses, de 27,5% para 15%, ponto central para Tóquio, ainda aguarda implementação. Pelo histórico com o Reino Unido, onde a redução de 27,5% para 10% levou 53 dias para vigorar, a expectativa é que o corte para o Japão ocorra em meados de setembro.

Política monetária e Fed

Nos mercados financeiros, cresce a atenção para a sucessão do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, cujo mandato termina em maio de 2026. Trump já iniciou a escolha do próximo presidente, e Bessent deve liderar o processo.

Segundo ele, o novo presidente do Fed precisa ter confiança do mercado, capacidade de analisar dados econômicos complexos e habilidade para construir consenso entre os 12 votos do comitê. Bessent também demonstrou preocupação com a independência monetária, que considera essencial para o bom funcionamento da economia e para as expectativas de inflação.

Apesar das críticas de Trump ao atual presidente do Fed, Bessent afirmou que a instituição “continua independente”.

Dólar forte e investimentos

O secretário explicou que “dólar forte” não se refere apenas ao valor de mercado, mas a políticas que mantêm a moeda como reserva global. Para isso, defendeu melhorar o ambiente de investimentos e atrair mais investimento estrangeiro direto, incentivando a realocação industrial para os EUA.


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