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CNBC Esta pequena cidade na região de Abruzzo, na Itália, está vendendo casas por 1 euro — sem necessidade de entrada

Tarifas do Trump

Tarifas de Trump elevam custos e travam planos de expansão do setor de petróleo nos EUA

Publicado 12/04/2025 • 10:31 | Atualizado há 2 dias

CNBC

Redação CNBC

KEY POINTS

  • A política tarifária do presidente Donald Trump, especialmente as tarifas sobre o aço importado, está provocando um efeito colateral indesejado: dificultando a própria meta defendida pelo republicano de intensificar a produção de petróleo nos Estados Unidos, o famoso lema “drill, baby, drill” (“perfure, baby, perfure”).
  • O empresário J. Nelson Wood, que comanda uma empresa de petróleo no estado de Illinois, estava prestes a iniciar um projeto milionário de perfuração. No entanto, com a entrada em vigor das tarifas sobre o aço, os custos dos tubos necessários dobraram, ao passo que o preço do petróleo caiu cerca de 17% em 2025 — reflexo do temor de desaceleração econômica causada pela guerra comercial iniciada por Trump.
  • A situação não é isolada. Produtores de petróleo em diversas regiões dos EUA relatam cortes de custos e adiamento de novos projetos diante do aumento dos preços dos insumos e da queda no valor do barril.
Campo petrolifero

Campo petrolifero

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A política tarifária do presidente Donald Trump, especialmente as tarifas sobre o aço importado, está provocando um efeito colateral indesejado: dificultando a própria meta defendida pelo republicano de intensificar a produção de petróleo nos Estados Unidos, o famoso lema “drill, baby, drill” (“perfure, baby, perfure”).

O empresário J. Nelson Wood, que comanda uma empresa de petróleo no estado de Illinois, estava prestes a iniciar um projeto milionário de perfuração. No entanto, com a entrada em vigor das tarifas sobre o aço, os custos dos tubos necessários dobraram, ao passo que o preço do petróleo caiu cerca de 17% em 2025 — reflexo do temor de desaceleração econômica causada pela guerra comercial iniciada por Trump.

“É muito difícil ter confiança para investir quando os mercados estão em pânico. É onde estamos agora”, afirmou Wood. Segundo ele, a incerteza paralisou projetos tanto de empresas pequenas quanto de grandes grupos do setor.

A situação não é isolada. Produtores de petróleo em diversas regiões dos EUA relatam cortes de custos e adiamento de novos projetos diante do aumento dos preços dos insumos e da queda no valor do barril.

“O que estamos vendo é que a política tarifária do presidente Trump está prejudicando o próprio objetivo dele de incentivar a produção nacional de petróleo”, avaliou Andy Lipow, presidente da consultoria Lipow Oil Associates. “De um lado, os produtores enfrentam queda nas receitas por conta do preço do barril, e do outro, têm aumento de custos com materiais.”

Apesar de Trump ter suspendido parte das tarifas mais altas recentemente, ainda mantêm-se em vigor sobretaxas de 10% sobre uma série de produtos e tarifas maiores sobre o aço. Importações de petróleo, especialmente do Canadá, seguem isentas, desde que seja comprovada a origem norte-americana.

A queda no preço do petróleo, por outro lado, pode refletir em alívio momentâneo ao consumidor com preços mais baixos nos postos. Lipow estima uma redução de até US$ 0,15 por galão nas próximas semanas, podendo chegar a US$ 0,50 caso o país entre em recessão.

“Mas esse alívio é relativo”, pondera. “Significa só que o custo para ir ao supermercado caiu — mas os alimentos e outros produtos vão estar mais caros por causa das tarifas.”

Com menos projetos em andamento, a oferta tende a cair no médio prazo, o que pode pressionar novamente o preço dos combustíveis. Além disso, comunidades rurais que dependem do setor devem sentir os impactos com menor geração de empregos e atividade econômica.

No estado de Montana, Patrick Montalban, cuja empresa familiar atua no setor desde a década de 1950, afirma que não consegue manter novos projetos com o petróleo cotado a US$ 49 o barril — valor bem abaixo dos US$ 75 de um ano atrás. Segundo ele, o custo operacional da empresa já subiu 30% desde a pandemia, enquanto a receita segue em queda.

“Tem gente que acha que quem está no setor de petróleo está voando de jatinho particular. Isso está longe da realidade para pequenos produtores como nós”, disse.

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Efeito Trump sobre o setor

Nos primeiros dias de sua presidência, Trump havia agradado o setor com medidas que afrouxavam regulações, ampliavam o acesso a terras federais para perfuração e dificultavam o avanço das energias renováveis. No entanto, essas mudanças regulatórias não compensaram a queda do preço do petróleo, segundo empresários do setor.

Mike Cantrell, cuja família atua no setor em Oklahoma desde a década de 1920, afirmou que, apesar da retórica pró-petróleo de Trump, os resultados não se concretizaram como o esperado.

“O presidente diz ‘perfurem mais’ e ao mesmo tempo promete petróleo barato. Não dá para ter os dois”, disse. “Eu mesmo vou votar em Trump, mas avisei aos colegas: vocês não vão gostar dos preços do petróleo sob Trump.”

Prevendo as tarifas, alguns empresários se anteciparam. Ken Hunter, que opera mais de 700 poços entre Califórnia e Utah, comprou tubulações ainda em 2024. Mesmo assim, considera adiar o projeto se os preços continuarem caindo.

“Se houver mais queda no preço, vamos recuar com os investimentos”, afirmou.

Incerteza afeta planejamento

O projeto adiado por Wood, em Illinois, seria o maior já realizado por sua empresa: cinco novos poços, cada um avaliado em mais de US$ 1 milhão. A companhia opera hoje cerca de 200 poços antigos na Bacia de Illinois e tem participação em mais de 100 poços de xisto em Dakota do Norte e Montana.

Ainda se recuperando do colapso do mercado de petróleo durante a pandemia, Wood afirma que a instabilidade atual é diferente de tudo que já viu.

“Estamos acostumados com ciclos, mas essa incerteza é anormal”, disse. “Basta olhar para a situação das aposentadorias (401k). Se isso não causa angústia, não sei o que causa.”

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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.

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