Tarifas Trump ainda ‘vão incomodar’ os consumidores mesmo com bloqueio do tribunal comercial, diz economista
Publicado 30/05/2025 • 11:21 | Atualizado há 4 dias
Publicado 30/05/2025 • 11:21 | Atualizado há 4 dias
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Presidente Donald Trump durante anúncio de tarifas em 2 de abril de 2025.
Daniel Torok/ White House
O destino de muitas das tarifas do presidente Trump é incerto após uma série de decisões judiciais esta semana.
Mas mesmo que o bloqueio judicial às tarifas específicas para cada país seja mantido, outras que permaneceriam em vigor — para produtos como aço e automóveis — ainda deverão custar aos consumidores quase US$ 1.000 por ano, de acordo com uma nova análise do Laboratório de Orçamento de Yale.
“Isso realmente aperta” o bolso dos consumidores, disse Ernie Tedeschi, diretor de economia do Laboratório de Orçamento de Yale e ex-economista-chefe do Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca durante o governo Biden.
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O que vem a seguir na batalha legal de Trump sobre tarifas?
As tarifas são um imposto pago sobre importações, pago por entidades americanas que importam o produto. Espera-se que as empresas repassem pelo menos parte desses custos aos consumidores.
No entanto, o impacto em dólares dessas tarifas restantes está “muito longe” do que seria se as tarifas específicas para cada país fossem mantidas, disse ele.
Na quarta-feira (28), o Tribunal de Comércio Internacional dos EUA bloqueou tarifas específicas para cada país, incluindo uma tarifa básica de 10% sobre a maioria dos países e impostos separados sobre Canadá, México e China, vinculados a alegações de tráfico de fentanil.
Um painel de três juízes concluiu que Trump excedeu sua autoridade ao invocar a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional para impor essas taxas de importação.
No entanto, tarifas de 25% sobre aço, alumínio, automóveis e autopeças continuam em vigor, com algumas exceções, bem como certas tarifas sobre a China impostas durante o primeiro mandato de Trump e ampliadas durante o governo Biden, escreveram Jennifer McKeown e Stephen Brown, economistas da Capital Economists, em nota na quinta-feira (29).
Essas tarifas foram impostas por meio de diferentes autoridades legais.
Se a decisão do tribunal inferior for mantida, essas tarifas restantes custarão à família média US$ 950 em poder de compra em 2025, segundo a análise do Yale Budget Lab publicada na quinta-feira (29). Isso equivale a um aumento de 0,6% nos preços ao consumidor, concluiu o estudo.
Outra maneira pela qual os consumidores podem encarar esse desenvolvimento legal: a decisão judicial inicial, se mantida, economizaria mais de US$ 1.800 para as famílias este ano, disse Tedeschi.
Isso porque, em média, uma família perderia cerca de US$ 2.800 em 2025 se as tarifas específicas de cada país permanecessem, disse Tedeschi.
Nesse caso, os preços ao consumidor aumentariam cerca de 1,7% este ano, afirmou ele.
McKeown e Brown estimam que a decisão judicial reduziria a alíquota efetiva da tarifa de 15% para 6,5%. No início do ano, era de 2,5%, disseram eles.
“O impacto mais direto” das tarifas restantes será na compra de carros, disse Tedeschi. Os preços dos carros provavelmente aumentariam cerca de 8% este ano e 5% no longo prazo, disse ele.
Mas aço e alumínio são insumos em uma gama de produtos de consumo, da construção civil a eletrodomésticos.
A Suprema Corte pode ser o árbitro final para as tarifas específicas de Trump para cada país, um processo que pode levar “muitos meses”, de acordo com McKeown e Brown.
Além disso, “seria improvável que marcasse o fim da guerra tarifária, dadas as várias outras vias pelas quais o governo Trump poderia impor tarifas”, escreveram.
O governo Trump também sinalizou a intenção de impor tarifas sobre produtos adicionais, como produtos farmacêuticos, semicondutores, cobre e madeira.
A decisão judicial de ontem foi uma “decisão histórica”, disse Tedeschi. “Não espero que seja o fim de tudo.”
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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