O presidente Donald Trump, autor de “A Arte da Negociação”, disse em um comentário surpreendente nesta terça-feira (06) que os Estados Unidos não precisam “assinar acordos” com parceiros comerciais, apesar de altos funcionários da Casa Branca afirmarem há semanas que tais acordos são a principal prioridade do governo.
“Todo mundo pergunta: ‘quando, quando, quando vocês vão assinar acordos?'”, reclamou Trump durante uma reunião na Casa Branca com o primeiro-ministro canadense Mark Carney.
“Nós não precisamos assinar acordos, eles precisam assinar acordos conosco. Eles querem uma fatia do nosso mercado. Nós não queremos uma fatia do mercado deles”, disse Trump.
Após semanas alardeando quantos países estavam pedindo negociações comerciais bilaterais com os Estados Unidos, o presidente e sua equipe ainda não anunciaram nenhum acordo ou estrutura formal.
“Eu gostaria que eles… parassem de perguntar quantos acordos vocês estão assinando esta semana?”, disse Trump, claramente frustrado com a crescente pressão sobre a Casa Branca para mostrar progresso nas negociações comerciais. “Porque um dia chegaremos e daremos 100 acordos”, disse ele.
A tentativa de Trump de despriorizar acordos comerciais nesta terça-feira (06) marcou um distanciamento do que seu Secretário do Tesouro disse à CNBC no dia anterior.
Os EUA estão “muito perto de alguns acordos”, disse Scott Bessent no programa “Money Movers”.
O próprio Trump disse no domingo, no Air Force One, que “muito bem poderia haver” acordos comerciais sendo lançados esta semana. “No fim das contas, estou definindo o acordo”, disse ele a repórteres a caminho de Washington.
Falando na semana passada durante um debate público na NewsNation, Trump também disse que seu governo tem “acordos potenciais” com a Índia, Coreia do Sul e Japão.
Ele também disse na semana passada que as negociações com a Índia estavam “indo muito bem” e que os EUA “provavelmente fecharão um acordo com a Índia”.
Nesta terça-feira (06), no entanto, Trump culpou assessores importantes como Bessent e o Secretário de Comércio, Howard Lutnick, por prometerem acordos comerciais exageradamente.
“Acho que meu pessoal não deixou claro que assinaremos alguns acordos”, disse Trump. “Mas, muito mais do que isso, vamos reduzir o preço que as pessoas terão que pagar para comprar nos Estados Unidos. Pense em nós como uma loja de super luxo, uma loja que tem os produtos.”
Os mercados americanos caíram na tarde de terça-feira (06) após Trump fazer os comentários sobre os acordos.
Investidores e líderes empresariais esperam desesperadamente que o governo Trump possa negociar uma série de acordos bilaterais com os principais parceiros comerciais dos EUA, como Japão, Coreia do Sul e Índia, antes que o impacto total da desaceleração comercial induzida pelas tarifas atinja a economia americana.
Mas, até o momento, o governo Trump não forneceu detalhes sobre nenhum acordo específico. Em vez disso, quase todos os dias, os principais assessores afirmam publicamente que vários acordos estão “próximos” e podem ser anunciados em poucos dias.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
