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Trabalhadores fazendo Ursinhos Carinhosos em uma fábrica em Ankang, China.

CNBCPreços ao produtor na China caem mais do que o esperado em julho; deflação persiste na indústria local

Tarifas do Trump

Um mês após anúncio, tarifaço de 50% segue sem acordo entre Brasil e EUA

Publicado 09/08/2025 • 19:33 | Atualizado há 1 hora

Da Redação, com Eduardo Gayer, de Brasília

KEY POINTS

  • Há um mês, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, surpreendeu o Brasil ao anunciar uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras
  • Negociadores do Brasil tentam reverter a sobretaxa, que ameaça setores estratégicos da balança comercial, como carne bovina e café.
  • Palácio do Planalto deve anunciar um pacote de apoio a exportadores, com linhas de crédito a juros reduzidos e editais de compras governamentais.
Trump apresenta quadro com tarifas iniciais as quais os países pagariam em suas exportações.

Trump apresenta quadro com tarifas iniciais as quais os países pagariam em suas exportações.

AFP

Há um mês, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, surpreendeu o Brasil ao anunciar uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras — percentual bem acima da média aplicada a outros parceiros comerciais.

O fator que mais gerou perplexidade no governo brasileiro foi o motivo alegado pela Casa Branca: a suposta perseguição jurídica contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

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Desde então, negociadores do Brasil tentam reverter a sobretaxa, que ameaça setores estratégicos da balança comercial, como carne bovina e café. 

A Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG) estima que a medida pode retirar R$ 25 bilhões do PIB já no curto prazo.

Apesar dos esforços, os avanços têm sido limitados. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em entrevista a uma agência internacional, que não pretende telefonar para Trump para tratar do tema. Segundo Lula, o republicano condiciona qualquer conversa à discussão sobre política e uma eventual anistia a Bolsonaro — termos que o Brasil não aceita negociar.

Bolsonaro cumpre prisão domiciliar por descumprimento de medidas cautelares enquanto responde no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe de Estado.

Lei Magnistky contra membros do STF

Trump, aliado do ex-presidente, acusa o Brasil de censura e chegou a cancelar vistos de oito ministros do STF e do procurador-geral da República, Paulo Gonet. O ministro Alexandre de Moraes foi o mais afetado, ao ser incluído na Lei Magnitsky, que prevê sanções financeiras, elevando a tensão diplomática.

Outro entrave é que, desde que assumiu o cargo em 20 de janeiro, Trump ainda não indicou um embaixador para o Brasil, o que mantém as negociações restritas ao nível ministerial. O chanceler Mauro Vieira reuniu-se em 30 de julho com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, e reiterou que o Brasil aceita discutir comércio, mas não a soberania do Judiciário.

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Conversas seguem em andamento

No campo econômico, o vice-presidente Geraldo Alckmin mantém conversas com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pretende dialogar na próxima quarta-feira (13) com o secretário do Tesouro, Scott Bessent.

A tarifa de 50% entrou em vigor em 6 de agosto, mas cerca de 700 itens ficaram isentos, incluindo suco de laranja e aviões da Embraer. O governo brasileiro busca ampliar essa lista para incluir carne e café, mas enfrenta resistência da Casa Branca.

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Medidas de apoio a exportadores

Diante da falta de avanços, o Palácio do Planalto deve anunciar até terça-feira (12) um pacote de apoio a exportadores, com linhas de crédito a juros reduzidos e editais de compras governamentais para produtos perecíveis, como frutas e pescados.

Haddad afirmou que as medidas não comprometerão o teto de gastos nem a meta de déficit zero. A prioridade, segundo ele, é proteger empresas brasileiras afetadas pelo tarifaço.

Eventuais retaliações aos EUA, como aumento de tarifas de importação ou mudanças em regras de patentes, são tratadas como “cartas na manga” e só devem ser usadas como último recurso, para evitar efeitos colaterais sobre a economia já pressionada pela sobretaxa.

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