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“Se ele vai cobrar 50% de nós, nós vamos cobrar 50% dele”, diz Lula sobre tarifas de Trump ao Brasil
Publicado 10/07/2025 • 17:25 | Atualizado há 3 horas
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Publicado 10/07/2025 • 17:25 | Atualizado há 3 horas
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Foto: Ricardo Stuckert / PR.
Presidente Lula.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o governo brasileiro está preparado para tomar medidas em resposta às tarifas comerciais anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra produtos brasileiros. Em entrevista, Lula defendeu a reciprocidade e indicou que o Brasil buscará soluções diplomáticas antes de aplicar sanções equivalentes.
“Vamos adotar as medidas necessárias. Se ele vai cobrar 50 de nós, nós vamos cobrar 50 dele”, declarou o presidente, ao comentar as declarações de Trump e a possibilidade de sobretaxação de produtos nacionais.
Segundo Lula, o Brasil mantém há mais de dois séculos relações diplomáticas com os Estados Unidos e sempre buscou resolver divergências por meio do diálogo. O presidente criticou a postura de Trump e considerou inadequada a carta enviada pelo presidente americano à Presidência da República.
Para Lula, o documento representa uma tentativa de interferência em assuntos internos brasileiros e demonstra desconhecimento sobre as regras comerciais entre os dois países. “O Brasil é um país de conversa. O que você não pode é receber uma carta onde nem verdadeira a carta é no que diz respeito à questão comercial”, afirmou.
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O presidente informou que o Itamaraty e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços já estavam em diálogo com os Estados Unidos desde a adoção da tarifa de 10% sobre produtos brasileiros. Lula mencionou a possibilidade de acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) e de formar uma coalizão com outros países afetados pelas medidas americanas.
Caso as negociações não avancem, o Brasil deve aplicar a lei da reciprocidade, aprovada pelo Congresso Nacional. “Primeiro nós vamos tentar negociar, mas se não tiver negociação, a lei da reciprocidade será colocada em prática”, afirmou.
Lula também ressaltou que o Brasil buscará diversificar parcerias comerciais e mencionou a participação, em outubro, de uma cúpula da ASEAN, bloco econômico que reúne dez países asiáticos. O objetivo, segundo o presidente, é firmar novos acordos e ampliar o comércio com a região.
Durante a entrevista, o presidente rebateu a alegação de Trump sobre o suposto déficit comercial dos Estados Unidos com o Brasil. Segundo Lula, em 2023 o Brasil exportou US$ 40 bilhões e importou US$ 47 bilhões, resultando em um déficit de US$ 7 bilhões para o lado brasileiro. Nos últimos 15 anos, o Brasil acumulou um déficit de US$ 410 bilhões no comércio de bens e serviços com os Estados Unidos.
Para acompanhar a situação, o governo brasileiro deve criar um comitê com participação de representantes do setor produtivo. “Nós vamos criar um comitê, e os empregados vão participar para a gente acompanhar dia a dia o que vai acontecer”, anunciou.
Ao final, Lula destacou que deseja boas condições de vida para o povo americano, mas que cabe aos brasileiros definir seus interesses. “Eu quero que o Trump cuide dos Estados Unidos para os americanos. Aqui no Brasil, quem manda somos nós brasileiros.”
De acordo com a apuração exclusiva do repórter Eduardo Gayer, do Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, uma reação na mesma moeda, ou seja, uma tarifa horizontal de 50% sobre todos os produtos americanos, é uma hipótese remota.
O Palácio do Planalto adotará um pacote diverso de retaliações aos Estados Unidos, se a Casa Branca de fato impuser a sobretaxa de 50% sobre os produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, como anunciado ontem por Donald Trump.
De acordo com fontes, o “mix” envolverá medidas tarifárias e não tarifárias, de forma a minimizar os efeitos sobre a economia brasileira. Estão em análise taxações maiores sobre filmes e quebra de patentes em medicamentos. Mas nada disso entrará em vigor antes de agosto, ou se os Estados Unidos recuarem da ofensiva protecionista.
Na avaliação de diplomatas, uma tarifa de 50% sobre todos os produtos americanos seria um “tiro no pé” porque penalizaria o setor produtivo brasileiro que depende de insumos dos Estados Unidos, gerando impactos na inflação, no câmbio e nos juros.
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