Varejistas do Reino Unido alertam sobre ‘dumping’ chinês em meio a tarifas e pedem fim de brecha fiscal
Publicado 14/04/2025 • 10:48 | Atualizado há 5 dias
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Publicado 14/04/2025 • 10:48 | Atualizado há 5 dias
KEY POINTS
Uma mulher está com um café e olha para o celular em uma rua principal do Reino Unido.
John Keeble | Getty Images News | Getty Images (Reprodução CNBC Internacional)
Varejistas britânicos alertaram que empresas chinesas correm o risco de inundar o Reino Unido com produtos de baixo custo, à medida que as tarifas do presidente Donald Trump bloqueiam o acesso ao maior mercado consumidor do mundo.
O British Retail Consortium (BRC) afirmou que empresas domésticas levantaram preocupações sobre mercadorias mais baratas sendo “redirecionadas” dos EUA para outros mercados após a imposição das tarifas de 145% de Trump sobre a China, além do fim de uma importante brecha fiscal para importações de baixo custo.
“Os varejistas estão muito preocupados com o risco de alguns produtos de menor qualidade serem redirecionados dos EUA para a Europa como resultado das tarifas”, disse Helen Dickinson, CEO do BRC, em comunicado.
Analistas destacaram que esse risco é especialmente acentuado entre produtores chineses que vendem por meio de marketplaces online, como Amazon, Shein e Temu.
“Empresas como Shein e Temu, eu diria que existe o risco de que escolham direcionar as exportações para a Europa em vez dos EUA, pressionando os preços, especialmente para varejistas do segmento de itens mais baratos”, disse Richard Chamberlain, chefe de pesquisa de ações de consumo europeu do BRC, ao programa “Street Signs Europe” da CNBC nesta segunda-feira (14).
Chamberlain acrescentou que isso pode afetar empresas britânicas e europeias de baixo custo, como a gigante do vestuário Primark e a loja de artigos para o lar B&M. A Primark se recusou a comentar, enquanto a B&M não respondeu imediatamente ao pedido de comentário da CNBC.
No início deste mês, o presidente Trump assinou uma ordem executiva encerrando uma brecha fiscal “de minimis” de quase um século para importações de até US$ 800, medida que deve dificultar o crescimento rápido de varejistas chineses de baixo custo como Shein e Temu.
Agora, os varejistas britânicos estão pedindo que o governo do Reino Unido faça o mesmo com sua própria isenção fiscal para importações de até £ 135 (US$ 178).
“Diante das atuais tensões geopolíticas, o governo deveria revisar as regras ‘de minimis’ para garantir os melhores resultados para os varejistas e consumidores do Reino Unido”, disse Dickinson, do BRC.
Andrew Goodacre, CEO da Associação Britânica de Varejistas Independentes (BIRA), disse à CNBC que, mesmo antes do anúncio das tarifas, as empresas associadas já vinham expressando preocupação com o volume de itens entrando no país provenientes de empresas chinesas e pedindo o fim do limite de isenção fiscal.
“Há muitos meses, estamos pedindo ao governo que revise o atual limite de isenção de impostos ‘de minimis'”, disse Goodacre por e-mail. “Bilhões de produtos são vendidos todos os anos por grandes marketplaces, entrando no país isentos de impostos e também evitando qualquer obrigação de pagamento de IVA.”
“A ideia de empresas chinesas despejando ainda mais mercadorias por esses canais — uma possibilidade real — é uma preocupação tanto para grandes quanto para pequenos varejistas”, continuou ele.
“Embora os clientes vejam preços mais baixos, isso criará um mercado injusto, deixando as lojas físicas em desvantagem ainda maior do que o normal.”
No entanto, Chamberlain sugeriu que a capacidade das empresas chinesas de inundar outros mercados pode ser limitada, já que o custo adicional de vender nos EUA eleva seus custos como um todo.
“Esses varejistas eletrônicos chineses estão enfrentando aumentos de custos por si próprios, especialmente com as mudanças nas regras ‘de minimis’ que devem obrigá-los a pagar tarifas de importação nas exportações para os EUA. Isso pode significar que eles terão que aumentar os preços globalmente”, observou.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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