Texto final do G20 cita muitos desafios e alta de riscos diante de incerteza
Publicado 18/11/2024 • 22:53 | Atualizado há 6 meses
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Publicado 18/11/2024 • 22:53 | Atualizado há 6 meses
KEY POINTS
Encontro de líderes dos países e blocos que formam o G20, no Rio, em 18 de dezembro de 2024
Jorge William/G20
Os líderes do G20 divulgaram na noite de segunda-feira, 18, o comunicado final da reunião, após a Argentina assinar o texto. O documento cita múltiplos desafios para a economia mundial e alerta para o aumento de riscos de piora da atividade diante da elevada incerteza no mundo.
“Observamos boas perspectivas de um pouso suave da economia global“, afirma o comunicado, de 22 páginas. Os bancos centrais dos países permanecem com o compromisso firme de garantir a estabilidade dos preços, ou seja, o controle da inflação.
A atividade econômica mundial tem se mantido “mais resiliente do que o esperado” em muitos países e a inflação está baixando, ressalta o documento. Ainda assim, o G20 alerta que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) tem sido desigual entre os países, o que aumenta o risco de divergências econômicas.
“Vivemos em tempos de grandes desafios geopolíticos, sociais e climáticos”, comenta o G20, ressaltando que esse ambiente requer ações urgentes. O texto ressalta ainda que os avanços para reduzir a pobreza e erradicar a fome tiveram reveses desde a pandemia de covid.
Com apenas seis anos para atingir os objetivos das metas sustentáveis das Nações Unidas para 2030, apenas 17% das metas de desenvolvimento sustentáveis estão em curso.
País emplaca menções desejadas em pontos mais sensíveis das negociações
O Brasil conseguiu emplacar no comunicado final da reunião de cúpula do G20, divulgado nesta segunda-feira, 18, menções desejadas aos principais pontos que defendia, como a taxação dos super-ricos, a condenação enfática da guerra em Gaza e o compromisso com financiamento a serviços florestais.
A declaração final faz uma forte condenação a conflitos bélicos na linha do que esperava a delegação brasileira. A guerra na Faixa de Gaza tem destaque e os líderes pedem um cessar-fogo abrangente na região. Ainda, demonstra “profunda preocupação” com a escalada de tensão no Líbano.
O documento também condena o terrorismo em “todas as suas formas e manifestações” e reafirma compromisso com o avanço de um mundo livre de armas nucleares. Há uma cobrança para resolução pacífica de conflitos e os esforços para tratar crises. “Apenas com a paz alcançaremos a sustentabilidade e a prosperidade”, diz.
Os líderes não fazem uma condenação à Rússia e o nome do país não aparece no comunicado. Há apenas uma menção no documento à guerra da Ucrânia.
O texto não condena o conflito na Ucrânia, que está completando mil dias, com a mesma ênfase que condena a guerra no Oriente Médio. Na Ucrânia, o texto fala do sofrimento humano e do impacto negativo da guerra nas cadeias produtivas globais, nos alimentos, inflação e na segurança energética. O G20 afirma apoiar iniciativas para a paz duradoura na região.
O comunicado fala da intenção do grupo de buscar cooperação para taxar os super-ricos, que no texto são descritos como aqueles com “patrimônios ultra elevados”. Taxar os mais ricos é uma das formas de financiar o combate à fome e à pobreza e reduzir desigualdades. Mas o tema não era consenso desde reuniões anteriores. Inicialmente, a Argentina se mostrou contrária a esse tipo de ação e os Estados Unidos não queriam uma taxação global única, mas sim dentro de cada país.
A declaração final foi clara ao afirmar o compromisso do G20 em mobilizar financiamento “novo e adicional” para florestas, conforme desejado pelo governo brasileiro. O texto diz “reconhecer que as florestas fornecem serviços ecossistêmicos cruciais”, uma sinalização de que esse financiamento pode incluir a preservação, ou seja, o pagamento pela manutenção da floresta em pé. O documento fala, ainda, em financiamento “concessional e inovador” para países em desenvolvimento.
O fundo para florestas tropicais proposto pelo governo brasileiro, TFFF na sigla em inglês, também é mencionado, embora não haja um compromisso de adesão explícito dos países do grupo.
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