Trump elogia Xi Jinping e diz que espera ‘se dar bem com a China’
Publicado 24/01/2025 • 11:22 | Atualizado há 3 meses
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Publicado 24/01/2025 • 11:22 | Atualizado há 3 meses
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Donald Trump durante discurso
Evan Vucci/Associated Press/Estadão Conteúdo
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou na última quinta-feira (24) que “sempre teve um ótimo relacionamento” com o presidente chinês, Xi Jinping, e que espera “se dar bem com a China”.
Em entrevista virtual no Fórum Econômico Mundial, Trump afirmou que os Estados Unidos e a China terão “um relacionamento muito bom”. “Tudo o que queremos é justiça. Só queremos um campo de jogo nivelado”, disse Trump. “Mas eu gosto muito do presidente Xi. Sempre gostei dele.”
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O presidente recém-empossado comentou, no início desta semana, que pode aumentar as tarifas sobre produtos chineses em 10% já em 1º de fevereiro. Na segunda-feira, a Casa Branca também anunciou planos de investigar ações da China que prejudicam o comércio dos EUA. Durante sua campanha, Trump havia sugerido a imposição de tarifas de até 60% sobre produtos chineses.
Em outra entrevista, exibida pela Fox News nesta quinta-feira nos EUA, Trump afirmou que, embora prefira não impor tarifas à China, suas ameaças tarifárias têm “um poder tremendo” sobre o país asiático.
O índice CSI 300, que reúne ações de grandes empresas chinesas, reagiu positivamente aos comentários mais recentes de Trump, subindo quase 1%. O yuan offshore valorizou até 0,67%, atingindo 7,2389 em relação ao dólar, seu nível mais forte desde o final de novembro, segundo dados da LSEG.
O yuan onshore, que é controlado mais rigidamente, também ganhou 0,61%, alcançando 7,2445.
A China também reiterou recentemente sua disposição para negociar com Washington. O Ministério do Comércio afirmou que sempre manteve comunicação com autoridades “relevantes” dos EUA sobre economia e comércio.
“A China está disposta a trabalhar com os EUA para promover as relações econômicas e comerciais bilaterais de forma estável, saudável e sustentável”, disse o porta-voz do ministério, He Yadong, na quinta-feira, enfatizando que isso deve ser baseado no “respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação ganha-ganha”.
Os dois líderes realizaram uma ligação telefônica na última sexta-feira para discutir questões como TikTok, fentanil e comércio. Trump descreveu a conversa como “muito boa”.
Já o comunicado oficial do lado chinês não mencionou o aplicativo de mídia social, mas destacou que Xi pediu cooperação e classificou os laços econômicos entre os dois países como mutuamente benéficos.
Trump incluiu a venda do TikTok nas negociações tarifárias com a China, já que o aplicativo enfrenta desafios legais nos Estados Unidos. O presidente ajudou a evitar que o aplicativo fosse banido no país ao conceder uma prorrogação temporária de 75 dias para a aplicação da proibição.
Ao assinar a ordem executiva, Trump sugeriu que investidores norte-americanos deveriam deter metade do negócio do TikTok nos EUA caso o aplicativo continuasse a operar. Ele também considerou impor tarifas à China caso Pequim dificultasse que o TikTok encontrasse um parceiro norte-americano.
Falando a líderes mundiais reunidos em Davos, na Suíça, Trump afirmou que os EUA e a China não têm um “relacionamento justo” no comércio e que trabalharia para reduzir o “enorme” déficit comercial dos EUA com a China.
O déficit comercial dos EUA com a China foi de mais de US$ 270 bilhões entre janeiro e novembro de 2024, em comparação a mais de US$ 280 bilhões em 2023, segundo estatísticas do governo dos EUA. Em 2020, último ano completo do primeiro mandato de Trump, o déficit foi de quase US$ 308 bilhões.
O presidente também expressou o desejo de trabalhar com a China para acabar com a guerra entre Rússia e Ucrânia. “Esperamos que a China possa nos ajudar a parar a guerra, em particular a Rússia-Ucrânia. Eles têm muito poder sobre essa situação, e trabalharemos com eles.”
No mesmo dia em que Trump assumiu o cargo, na segunda-feira, Xi conversou com o presidente russo, Vladimir Putin, em uma videoconferência, na qual os dois líderes prometeram aprofundar seus laços estratégicos.