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Trump sinaliza que EUA e Reino Unido podem fechar um ‘acordo comercial real’ sem tarifas

Publicado 28/02/2025 • 10:27 | Atualizado há 6 meses

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Redação CNBC

KEY POINTS

  • O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicou que o Reino Unido pode negociar um "acordo comercial real" e evitar tarifas em meio às negociações em andamento, impulsionadas pela visita do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, à Casa Branca.
  • Quando questionado, durante uma coletiva de imprensa, se Starmer o havia convencido a evitar novas tarifas sobre o Reino Unido, Trump respondeu: "Ele tentou! Acho que há uma grande chance de que cheguemos a um verdadeiro acordo comercial no qual as tarifas não sejam necessárias."
  • Trump enfatizou que estava "muito receptivo" às investidas de Starmer — a quem elogiou repetidamente como uma "pessoa muito, muito especial".
Donald Trump em dezembro de 2024.

Donald Trump em dezembro de 2024.

Fotos públicas

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicou que o Reino Unido pode negociar um “acordo comercial real” e evitar tarifas em meio às negociações em andamento, impulsionadas pela visita do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, à Casa Branca na quinta-feira (27).

Quando questionado, durante uma coletiva de imprensa, se Starmer o havia convencido a evitar novas tarifas sobre o Reino Unido, Trump respondeu: “Ele tentou! Trabalhou duro. Acho que há uma grande chance de que, no caso desses dois grandes e amigáveis países, possamos chegar a um verdadeiro acordo comercial no qual as tarifas não sejam necessárias. Vamos ver”.

Trump enfatizou que estava “muito receptivo” às investidas de Starmer — a quem elogiou repetidamente como uma “pessoa muito, muito especial” e um negociador “muito duro” — e observou que os dois países poderiam chegar a “um acordo que poderia ser excelente”.

“Acho que teremos algo, talvez até algo acordado em breve, em termos de possibilidades”, disse Trump.

No entanto, os comentários de Trump e Starmer sobre um possível acordo “podem significar qualquer coisa neste momento”, disse Stefan Koopman, economista sênior de mercado do Rabobank, em nota na sexta-feira.

“Provavelmente aponta para algum tipo de arranjo para evitar tarifas e aumentar a cooperação em certos setores”, acrescentou. “Pelo menos, adia a questão e salva o Reino Unido das tarifas. Pelo menos por hoje”, disse Koopman.

Nenhuma divisão

A reaproximação calorosa com o Reino Unido contrasta fortemente com a abordagem tarifária punitiva que Trump tem adotado para redefinir as relações comerciais dos EUA globalmente desde seu retorno ao Salão Oval em janeiro.

Mais cedo, na quinta-feira, o líder americano revelou planos para impor tarifas de 25% sobre importações do México e do Canadá a partir de 4 de março, após um mês de suspensão da medida. Ele também anunciou que a China — alvo frequente de medidas comerciais durante seu primeiro mandato — enfrentará uma tarifa adicional de 10% na mesma data.

Trump defende tarifas como forma de remodelar as relações comerciais, eliminar déficits comerciais e promover a manufatura doméstica. No entanto, analistas alertam que o consumidor americano pode acabar pagando a conta, com preços mais altos de bens e uma possível aceleração da inflação na maior economia do mundo.

“Fomos tratados de forma muito injusta no comércio”, disse Trump na quinta-feira, ressaltando que isso se aplicava tanto a “amigos quanto a inimigos”.

Em meio ao aumento das tensões, Trump também ameaçou impor tarifas aos parceiros transatlânticos de longa data dos EUA, deixando a União Europeia e o Reino Unido em uma corrida diplomática para evitar tais medidas.

Em uma escalada na quinta-feira, o presidente americano disse que o bloco europeu, cujas raízes remontam ao Tratado de Maastricht de 1993, foi “formado para ferrar os Estados Unidos… esse é o propósito dele, e fizeram um bom trabalho nisso”. Em resposta, a Comissão Europeia destacou que o bloco já trouxe benefícios para os EUA no passado.

Starmer, cuja estratégia de aproximação com a Casa Branca incluiu uma carta do rei Charles convidando Trump para uma inédita segunda visita de Estado ao Reino Unido, adotou um tom conciliador na quinta-feira, afirmando que os dois líderes tiveram “uma discussão muito boa, produtiva e construtiva” sobre comércio.

“Acho que vocês estão tentando encontrar uma divisão entre nós que não existe”, disse o primeiro-ministro britânico a repórteres, destacando: “Nosso relacionamento comercial não é apenas forte, mas também justo, equilibrado e recíproco”.

O comércio entre EUA e Reino Unido tem se mantido relativamente equilibrado, oscilando entre superavit e déficit nos últimos anos, o que levou a ministra britânica das Finanças, Rachel Reeves, a assegurar, no final de janeiro, que seu país “não faz parte do problema” para Washington.

Penny Mordaunt, ex-secretária de Defesa do Reino Unido e integrante do principal partido de oposição, o Conservador, disse à CNBC na sexta-feira que era “positivo” os EUA e o Reino Unido voltarem a discutir comércio.

Mordaunt observou que, apesar da paralisação das negociações sobre um acordo comercial em nível federal, o Reino Unido continuou envolvido em tratativas e firmou acordos com estados americanos individuais.

“Temos um bom entendimento sobre o que as empresas precisam em cada estado. Estamos em uma posição favorável para considerar que tipo de acordos econômicos realmente ajudariam nossos negócios a acessar melhor os mercados uns dos outros”, afirmou.

Foco na Ucrânia

As conversas de quinta-feira entre os dois chefes de Estado também abordaram outra grande preocupação de Trump: acelerar o desfecho da guerra na Ucrânia e incentivar uma postura mais proativa da Europa no aumento dos gastos com defesa.

Nesse sentido, ele parabenizou o anúncio feito pelo Reino Unido na terça-feira de que aumentará suas contribuições para a defesa para 2,5% do PIB nacional a partir de abril de 2027 — superando a meta formal de 2% da OTAN, que muitos aliados têm dificuldade em alcançar.

“Nesta nova era, você está certo ao dizer que a Europa deve intensificar seus esforços”, disse Starmer.

Trump, que incomodou aliados ocidentais ao retomar rapidamente as conversas com a Rússia, destacou na quinta-feira que Washington está preparando o terreno para um “acordo de paz de longo prazo” entre Kiev e Moscou e espera um cessar-fogo como um dos próximos passos.

A conservadora Mordaunt disse à CNBC na sexta-feira que acreditava que progressos estavam sendo feitos, mas sugeriu que questões críticas ainda permaneciam sem resposta.

“Acho que estamos chegando lá”, disse ela quando questionada se acreditava que um acordo de paz para a Ucrânia estava próximo. “É bom ver que as condições para o fim dessa guerra estão sendo criadas. O ponto-chave é: temos o suficiente para dissuadir a futura agressão expansionista da Rússia?”, questionou Mordaunt.

Ela acrescentou que a Europa ainda tinha “um longo caminho a percorrer para demonstrar isso”, afirmando que, na sua visão, o aumento do orçamento de defesa do Reino Unido ainda não era suficiente.

Aliados europeus têm questionado se as negociações aceleradas e a diplomacia calorosa de Washington com o Kremlin podem resultar em um acordo de paz desfavorável ou unilateral, forçando a Ucrânia a fazer concessões territoriais.

Enquanto isso, o governo americano também tem priorizado obter retorno para suas contribuições militares e de ajuda externa a Kiev desde a invasão em larga escala da Rússia em 2022.

Trump afirmou que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, visitaria a Casa Branca na sexta-feira para assinar um acordo sobre minerais raros estratégicos. Zelensky, por sua vez, descreveu esse “acordo-quadro” como a base para a criação de um fundo de investimento conjunto nos EUA, no qual a Ucrânia investiria 50% das receitas obtidas com a futura monetização de seus recursos naturais.

“Vamos assinar um acordo histórico que fará dos Estados Unidos um parceiro importante no desenvolvimento dos minerais raros, petróleo e gás da Ucrânia”, garantiu Trump na quinta-feira. “Vamos cavar, cavar, cavar. Cavaremos o quanto for necessário.”

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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.

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