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Oriente Médio ganha terreno com turistas chineses durante a Golden Week
Publicado 11/10/2025 • 13:19 | Atualizado há 5 horas
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Publicado 11/10/2025 • 13:19 | Atualizado há 5 horas
KEY POINTS
Durante o feriado prolongado da Golden Week, a tradicional semana de viagens da China entre 1º e 8 de outubro, o Oriente Médio registrou um salto histórico no número de visitantes vindos do país asiático. Cidades como Doha, Abu Dhabi e Dubai figuraram entre os destinos internacionais que mais cresceram em reservas, impulsionadas por políticas de visto mais flexíveis, rotas aéreas diretas e atrações culturais únicas.
Segundo a plataforma de viagens Trip.com, as reservas de chineses para Doha aumentaram 441% em relação ao ano anterior, enquanto Abu Dhabi teve alta de 229%. Dubai, principal destino dos Emirados Árabes Unidos, registrou crescimento de 27%, entrando no ranking dos dez destinos fora da Ásia mais procurados, de acordo com a consultoria ForwardKeys.
Além de popularizar a região como um todo, o movimento revela um novo perfil de turista chinês, com maior poder aquisitivo e interesse por experiências premium. Nos Emirados, as reservas em classes executiva e primeira classe cresceram 133% na comparação anual, segundo dados das operadoras aéreas.
A alta nas viagens é resultado direto da ampliação das rotas entre a China e o Oriente Médio. De acordo com Edmund Ong, gerente-geral da Trip.com em Singapura, os voos cresceram 25% em 2025, na comparação com o mesmo período de 2024, e já estão 180% acima do nível pré-pandemia.
Os cinco destinos internacionais com maior crescimento em reservas de hotéis durante a Golden Week foram Arábia Saudita, Egito, Nova Zelândia, Cazaquistão e Emirados Árabes Unidos, segundo levantamento da Tongcheng Travel, segunda maior plataforma de reservas online da China. Dentro da região, os destinos mais procurados foram Emirados Árabes, Arábia Saudita, Egito, Catar e Omã.
Apesar do avanço, os países asiáticos próximos à China ainda dominam o turismo de saída — com Japão, Tailândia, Malásia, Coreia do Sul e Singapura mantendo a liderança.
O aumento do turismo chinês para o Oriente Médio tem base em dois fatores: acessibilidade e singularidade. “Antes da pandemia, especialmente os Emirados Árabes — Dubai e Abu Dhabi — já eram populares pela facilidade na obtenção de visto. Isso é decisivo para o turista chinês”, explicou Alexander Glos, CEO da China i2i Group, consultoria de marketing sediada em Xangai.
Após o fim das restrições de viagem, a região “se recuperou rapidamente” e passou a ser vista como um destino seguro, aberto e com boa relação custo-benefício, completou Glos.
A executiva Peggy Li, CEO da consultoria SPS Affinity, destaca outro fator: a expansão das rotas aéreas. “As companhias do Golfo foram muito proativas. A Emirates, por exemplo, inaugurou em julho voos diretos para Hangzhou, onde fica a sede da Alibaba, logo depois de iniciar operações em Shenzhen”, disse.
Segundo Li, a escolha desses destinos é “estratégica não só para o turismo, mas também para os negócios”.
Viajar ao Oriente Médio se tornou também um símbolo de status entre os chineses. “Ir para lá mostra poder financeiro e espírito aventureiro. É uma forma de dizer: ‘Estou indo a um lugar que você ainda não foi’ — e compartilhar isso com milhares de amigos no WeChat”, brinca Glos.
Além do prestígio, o apelo está nas experiências. “A demanda por viagens de luxo e safáris no deserto continua alta, mas cresce ainda mais o interesse por experiências educativas e culturais autênticas”, observa Peggy Li.
A culinária é outro atrativo. “Os turistas chineses dificilmente têm acesso a cozinhas como iraniana, afegã, síria ou libanesa. A região é um verdadeiro caldeirão de sabores”, afirma Li.
O desafio agora é diferenciar os destinos do Golfo, que oferecem atrações semelhantes. “Todos têm o deserto, o passeio de camelo, o balão ao amanhecer e o safari. O turista começa a buscar o que é verdadeiramente local”, explica Li.
Dubai, antes símbolo do turismo de luxo no Oriente Médio, tem enfrentado dificuldades para atrair o público chinês. “Muitos não veem nada autêntico ali. As ruas estão cheias de redes como McDonald’s e KFC, o que não transmite uma identidade árabe”, diz Glos.
Ele estima que o número de turistas chineses em Dubai tenha caído cerca de 50% em 2025, enquanto Abu Dhabi ganha destaque ao oferecer uma experiência mais cultural e histórica, com museus, mesquitas e centros de arte que ajudam a criar “um tipo diferente de vivência”.
Dados do Departamento de Economia e Turismo de Dubai confirmam a tendência: o número de visitantes do Leste e Sudeste Asiático caiu 0,4% entre janeiro e julho, em comparação ao mesmo período de 2024.
Além disso, a desaceleração econômica na China e a valorização do iene — que tornou o Japão mais atraente para compras de luxo — reduziram a busca por produtos premium em Dubai.
O interesse crescente pelo Oriente Médio abre novas oportunidades, mas também intensifica a concorrência entre os países da região. “Agora será uma corrida de resistência para ver quem consegue manter o interesse dos turistas chineses”, resume Li.
Para isso, os destinos precisarão ir além dos roteiros convencionais e oferecer experiências genuínas, conectadas à cultura local — uma tarefa essencial para transformar o turismo em estratégia de longo prazo.
Como observa Glos, o desafio do Oriente Médio é o mesmo de qualquer marca que busca destaque global:
“Não basta ser acessível. É preciso ser memorável.”
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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