Turistas evitam calor e lotação no verão europeu
Publicado 14/04/2025 • 11:10 | Atualizado há 1 uma semana
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Publicado 14/04/2025 • 11:10 | Atualizado há 1 uma semana
KEY POINTS
Para os países do norte da Europa, como Suécia e Estônia, a crescente tendência das coolcations representa uma oportunidade econômica
Pixabay
Os viajantes de primeira viagem parecem estar impulsionando uma tendência conhecida como “coolcations”, abandonando os destinos europeus mais procurados no auge do verão em favor de climas mais frescos, como os países nórdicos e bálticos.
O calor extremo do verão, combinado com preocupações com os custos e a superlotação, está influenciando as escolhas de destino de férias das pessoas.
Para alguns, a atração de reservar uma viagem para destinos mediterrâneos como Itália, Grécia e Espanha em julho e agosto perdeu o brilho.
Em vez disso, uma onda crescente de turistas parece estar priorizando viagens de verão ao norte da Europa para escapar do calor.
“Se voltarmos ao período pós-pandemia, em 2022 e até mesmo no verão de 2023, vimos o sul da Europa sendo extremamente popular”, disse James Thornton, CEO da Intrepid Travel, à CNBC por videochamada.
“Parecia que todo mundo precisava voltar ao Mediterrâneo, à Itália, à Grécia, à Espanha, porque não tinham tido a oportunidade de fazer isso por alguns anos. O que aconteceu foi que ficou lotado, muitas vezes caro, e começaram a surgir diversos desafios naturais, frequentemente como resultado das mudanças climáticas”, explicou Thornton.
“O que vimos acontecer agora, em 2024 e entrando em 2025, é uma crescente demanda por viagens no auge do verão, em julho e agosto, para destinos tradicionalmente mais frescos no norte da Europa”, acrescentou.
Para seus clientes do Reino Unido, Thornton afirmou que a Intrepid Travel observou um aumento de 50% nas reservas para Islândia, Estônia e Escandinávia no período de julho a agosto, enquanto as viagens ao sul da Europa foram transferidas para as chamadas “estações de transição” (primavera e outono).
As reservas da Intrepid Travel para a Itália entre abril e junho e entre setembro e outubro aumentaram 16%, enquanto para a Grécia, no mesmo período, subiram 37%.
Já as reservas para o sul da Europa durante julho e agosto caíram 15%, segundo Thornton, que acredita que essa tendência deve continuar nos próximos anos.
“Os dias das férias de verão no sul da Europa parecem estar contados”, afirmou.
Notavelmente, os dois principais impulsionadores da tendência das coolcations este ano foram os baby boomers, nascidos entre 1946 e 1964, e os viajantes de primeira viagem com idades entre 18 e 35 anos, segundo Thornton.
“O crescimento vem muito dos baby boomers, que estão na faixa dos 50 e 60 anos. Os filhos já saíram de casa, a hipoteca está quitada e há mais tempo livre para viajar e ver o mundo, além de estarem talvez menos afetados pelo custo de vida”, disse ele.
“O segundo grupo está no extremo oposto: os viajantes de primeira viagem. Essas pessoas estão no início da carreira, priorizando experiências em vez de posses, e a realidade de ter uma casa própria é menos relevante ou talvez até inatingível.”
Cidades como Roma, Barcelona e Atenas costumam estar entre os destinos de verão mais populares da Europa. Mas as condições escaldantes no sul da Europa têm afetado fortemente a temporada de viagens.
No ano passado, a Europa teve o verão mais quente já registrado, e especialistas alertam que recordes de calor registrados já em março podem criar as condições para ondas de calor ainda mais intensas e incêndios florestais nos próximos meses.
Jenny Southan, CEO da Globetrender, a principal agência de previsão de tendências de viagens do mundo, disse que espera que a tendência das coolcations se intensifique à medida que os efeitos das mudanças climáticas se agravem e se tornem mais imprevisíveis.
“A tendência das coolcations reflete uma decisão consciente de uma parcela crescente de consumidores de evitar o calor extremo e os incêndios florestais que ocorrem em determinadas partes do mundo todos os anos”, disse Southan à CNBC.
“Em vez de evitar completamente os pontos turísticos do Mediterrâneo, por exemplo, as pessoas estão viajando na primavera e no outono. Já em julho e agosto, escolhem lugares como Noruega e Finlândia, que são mais temperados”, acrescentou.
Para os países do norte da Europa, como Suécia e Estônia, a crescente tendência das coolcations representa uma oportunidade econômica.
Um porta-voz da empresa de marketing Visit Sweden afirmou que, embora as coolcations possam ser consideradas “uma nova força motriz”, ainda é difícil dizer se elas são a principal razão para qualquer aumento no turismo.
“Há muitos fatores em jogo ao decidir o tipo de férias e o destino. Não temos números exatos sobre o tamanho da tendência ou sua origem. A tendência, se continuar, continua em estágio inicial”, disse a Visit Sweden.
Por sua vez, o Conselho de Turismo da Estônia afirmou que “certamente dá boas-vindas” ao crescente desejo dos turistas por climas mais frescos.
“Vemos isso como uma tendência de longo prazo, já que outros fatores além da temperatura também tendem a influenciar o comportamento do consumidor, como o turismo excessivo em alguns destinos populares e o crescente desejo de escapar para lugares mais tranquilos e se reconectar com a natureza”, disse Anneli Lepp, diretora do Conselho de Turismo da Estônia, à CNBC.
Lepp afirmou que não espera ver uma migração em massa de viajantes que normalmente buscariam férias de praia ensolaradas para destinos como a Estônia, observando que o país báltico “tende a atrair aqueles que buscam aventuras mais ativas, como trilhas e atividades ao ar livre”.
Southan, da Globetrender, disse que um dos benefícios de os viajantes buscarem temperaturas mais amenas durante o verão é a redução da superlotação em lugares anteriormente saturados de turistas.
“Será uma oportunidade de reequilibrar, para que as economias locais não dependam apenas de quatro meses de funcionamento intenso (como acontece em Ibiza e em muitas ilhas gregas, por exemplo). Em vez disso, buscarão atrair viajantes o ano todo, proporcionando uma fonte de renda mais sustentável e com menos pressão sobre a infraestrutura”, afirmou Southan.
Nos próximos anos, ela acredita que a maioria das pessoas vai querer deixar as cidades onde moram quando estiver muito quente, apontando haver áreas na Itália onde esse comportamento já é observado há décadas.
“O sol já não é mais algo a ser idolatrado”, disse Southan.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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