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‘Eu mereço, mas nunca vão me dar’: a obsessão de Donald Trump pelo Prêmio Nobel da Paz
Publicado 03/08/2025 • 07:00 | Atualizado há 35 minutos
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Publicado 03/08/2025 • 07:00 | Atualizado há 35 minutos
KEY POINTS
Donal Trump, presidente dos EUA
Evan Vucci/AFP/EStadão Conteúdo
Um desejo por prestígio internacional, uma rivalidade de uma década com Barack Obama [ex-presidente norte-americano] e talvez uma pitada de provocação: uma mistura volátil de fatores está em jogo na obsessão de Donald Trump com o Prêmio Nobel da Paz.
“Já passou da hora de o presidente Trump receber o Prêmio Nobel da Paz“, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, a repórteres nesta quinta (31), provocando reações de descrença e sarcasmo dos oponentes do líder republicano.
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Desde seu retorno ao poder em 20 de janeiro, o presidente dos EUA “intermediou, em média, um acordo de paz ou cessar-fogo por mês”, disse Leavitt, citando como exemplos suas mediações entre a Índia e o Paquistão; Camboja e Tailândia; Egito e Etiópia; Ruanda e a República Democrática do Congo; Sérvia e Kosovo; e outros.
Sua principal porta-voz também mencionou o Irã, onde Trump ordenou ataques dos EUA contra as instalações nucleares da república islâmica, como evidência de decisões que Leavitt afirma terem contribuído para a paz mundial.
Ela não mencionou o conflito na Ucrânia, que Trump prometeu diversas vezes encerrar no “primeiro dia” de seu mandato, ou a guerra em Gaza, que continua – e para a qual os EUA fornecem armas a Israel.
Para alguns líderes estrangeiros, mencionar o prestigioso prêmio se tornou um sinal de boa vontade diplomática em relação a um presidente norte-americano que se vê como um pacificador.
O Paquistão indicou Trump para o Prêmio Nobel da Paz, assim como o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.
Durante uma reunião no início de julho na Casa Branca, um jornalista perguntou aos presidentes da Libéria, Senegal, Mauritânia, Guiné-Bissau e Gabão se Trump merecia o prêmio.
Aproveitando as respostas cheias de elogios dos líderes africanos, um Trump sorridente disse: “Poderíamos fazer isso o dia todo”.
Dezenas de milhares de pessoas podem fazer uma indicação ao comitê do Nobel, incluindo legisladores, ministros, certos professores universitários, ex-laureados e os próprios membros do comitê.
As indicações devem ser feitas até 31 de janeiro, e o anúncio será feito em outubro — este ano, no dia 10.
A professora de direito Anat Alon-Beck, israelense-americana, apresentou o nome de Trump aos cinco membros do comitê, que foram nomeados pelo Parlamento norueguês.
A professora assistente da Faculdade de Direito da Case Western Reserve University disse à AFP que fez isso por causa da “liderança extraordinária” e do “brilho estratégico” que Trump demonstrou, na opinião dela, ao promover a paz e garantir a libertação dos reféns mantidos na Faixa de Gaza.
Para alguns, a perspectiva de entregar o prêmio a alguém que abalou a ordem internacional é insustentável.
“Nomear Trump para o Prêmio Nobel da Paz é como inscrever uma hiena em uma exposição de cães”, escreveu a pesquisadora de história e política dos EUA Emma Shortis no site de notícias The Conversation.
“É claro que Trump não merece isso.”
O presidente norte-americano discorda.
“Eu mereço, mas eles nunca vão me dar“, disse Trump a repórteres em fevereiro, ao receber Netanyahu na Casa Branca, lamentando não ter conseguido riscar o Nobel de sua lista de desejos.
“Não, não vou ganhar o Prêmio Nobel da Paz, não importa o que eu faça, incluindo Rússia/Ucrânia e Israel/Irã, quaisquer que sejam esses resultados”, reclamou Trump em sua plataforma Truth Social em junho.
“Mas as pessoas sabem, e é isso que importa para mim!”
Trump é conhecido por ser alguém que gosta particularmente de elogios e prêmios, disse Garret Martin, professor de relações internacionais na American University, à AFP, “então ele receberia orgulhoso esse grande reconhecimento internacional”.
E desde o início de suas ambições presidenciais, há 10 anos, “ele se colocou no papel de adversário de Barack Obama, que ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2009“, acrescentou Martin.
O prêmio concedido ao ex-presidente democrata, apenas nove meses após sua posse, gerou um debate acalorado — e continua gerando.
“Se eu me chamasse Obama, teria ganhado o Prêmio Nobel em 10 segundos”, reclamou Trump em outubro de 2024, durante a reta final da campanha presidencial.
Três outros presidentes dos EUA também foram homenageados: Theodore Roosevelt, Woodrow Wilson e Jimmy Carter.
O prêmio também foi concedido a Henry Kissinger em 1973 por seus esforços para ajudar a acabar com a Guerra do Vietnã. A escolha do ex-secretário de Estado dos EUA foi duramente criticada.
A lista completa de indicados ao Prêmio Nobel da Paz é confidencial — exceto por anúncios individuais de patrocinadores —, mas o número de indicados é público. Em 2025, existem 338 indicados.
Alguns sites de apostas colocam Trump em segundo lugar na disputa pela vitória, atrás de Yulia Navalnaya, viúva do líder da oposição russa Alexei Navalny.
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