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Vendas no varejo dos EUA sobem com impacto limitado de tarifas

Publicado 15/08/2025 • 16:08 | Atualizado há 2 meses

AFP

KEY POINTS

  • As vendas no varejo dos Estados Unidos subiram de maneira moderada em julho, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (15).
  • No total, as vendas cresceram 0,5%, chegando a US$ 726,3 bilhões (cerca de R$ 3,93 trilhões, na cotação atual) em relação a junho.
  • Analistas consideraram o relatório positivo, mas alguns alertam para um risco maior de enfraquecimento das vendas no varejo na segunda metade de 2025, principalmente depois dos dados recentes sobre o mercado de trabalho.
Varejo está acima do pré-pandemia, mostra IBGE.

Vendas no varejo vem crescendo nos Estados Unidos

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As vendas no varejo dos Estados Unidos subiram de forma moderada em julho, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (15), enquanto o mercado acompanha as tarifas que, por enquanto, não parecem ter afetado de maneira significativa os consumidores.

No total, as vendas cresceram 0,5%, chegando a US$ 726,3 bilhões (cerca de R$ 3,93 trilhões, na cotação atual) em relação a junho. Os aumentos em veículos, autopeças e móveis compensaram as quedas em eletrônicos e materiais de construção.

Analistas consideraram o relatório positivo, mas alguns alertam para um risco maior de enfraquecimento das vendas no varejo na segunda metade de 2025, especialmente após os dados recentes sobre o mercado de trabalho. O consumo das famílias é um dos principais motores da economia americana.

Reação do mercado e expectativas diante das tarifas

“Esse relatório deve aliviar um pouco as preocupações sobre a saúde do consumo das famílias após o choque das tarifas”, afirmou Oliver Allen, economista sênior dos EUA na Pantheon Macroeconomics, em nota.

“Mesmo assim, o crescimento do consumo ainda parece fraco, e o mercado de trabalho mais morno, além da tendência de repasse das tarifas, indicam que uma recuperação forte é improvável.”

O relatório é divulgado em um momento em que pesquisas apontam para uma recuperação parcial do ânimo dos consumidores em comparação com a primavera, após a forte queda no mercado de ações. Esse movimento ocorreu quando o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou, no começo de abril, planos de aumentar tarifas de maneira ampla sobre parceiros comerciais — medidas que acabaram sendo amenizadas posteriormente.

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Uma pesquisa divulgada na sexta-feira pela Universidade de Michigan mostrou que os consumidores já se preparam para um impacto pior adiante, com as expectativas de inflação para o próximo ano subindo de 4,5% para 4,9%.

No geral, o relatório apontou queda no ânimo dos consumidores em agosto, que ficou em 58,6 pontos, abaixo dos 61,7 registrados em julho. O índice havia chegado ao fundo do poço na primavera, com 52,2 pontos.

“Os consumidores não estão mais esperando pelo pior cenário para a economia, como em abril, quando as tarifas de retaliação foram anunciadas e depois suspensas”, disse Joanne Hsu, diretora da pesquisa. “Por outro lado, eles seguem esperando que tanto a inflação quanto o desemprego piorem nos próximos meses.”

Varejistas seguram o tranco

Desde a primavera, Donald Trump suspendeu algumas das tarifas mais pesadas e anunciou acordos comerciais preliminares com parceiros importantes, como Japão e União Europeia.

Mesmo assim, o resultado da política comercial ainda é um nível de tarifas alto, se comparado com padrões históricos — embora não tão elevado quanto as ameaças iniciais.

Além disso, Trump segue anunciando novas taxas. Nesta sexta-feira, o presidente disse a jornalistas que vai impor tarifas “na próxima semana e na seguinte” sobre semicondutores e aço.

Dados divulgados no começo da semana mostraram que os preços no atacado subiram mais do que os preços ao consumidor. Alguns analistas alertam que esse movimento pode indicar que a pressão de custos logo será repassada para os consumidores.

Sabendo da fragilidade dos consumidores, muitos varejistas estão aceitando margens de lucro menores e absorvendo parte das tarifas “com a intenção de compensar depois por meio de cortes de custos em outras áreas”, disse Neil Saunders, da GlobalData.

“Embora aumentos de preços sejam praticamente certos, a resposta geral às tarifas está se mostrando muito mais variada do que o esperado no início”, acrescentou Saunders.

Essa estratégia já aparece entre as concessionárias de veículos, com as vendas de carros subindo 1,6%, segundo os dados de sexta-feira.

“Os consumidores mantêm um ritmo moderado de gastos e até aceleraram nos últimos dois meses, já que o repasse dos preços das tarifas ainda foi limitado até agora”, disse Kathy Bostjancic, economista-chefe da Nationwide Financial.

Carl Weinberg, economista-chefe da High Frequency Economics, disse que os dados dos EUA divulgados na sexta-feira, mostrando alta nos preços das importações em julho, são “nova evidência de que a pressão de preços está subindo na cadeia”, acrescentando que “os gastos do consumidor estão desacelerando”.

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