Tradução: Fabien Pinckaers, CEO da startup de software empresarial Odoo, sediada na Bélgica.

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Inteligência artificial em plataformas de busca de emprego dificulta contratações, diz empresário

Publicado 19/11/2024 • 21:24 | Atualizado há 1 dia

CNBC

Redação CNBC

KEY POINTS

  • Uso de tecnologias pode causar estresse e angústia em candidatos.
  • Anunciantes usam IA para a criação de 'vagas fantasmas' e armazenamento de dados e candidaturas.
  • Maneira mais orgânica de conseguir emprego é pelas conexões reais dentro dessas plataformas.
Imagem de pessoa preocupada em frente ao computador

Pessoa procupada em frente ao notebook

Reprodução Unsplash

Jon Stross, criador da Greenhouse, uma plataforma de busca de emprego dos Estados Unidos, diz que a inteligência artificial nos ambientes de procura de emprego é geralmente positiva, mas que estão ‘exacerbando’ o seu uso e prejudicando recrutadores e usuários que buscam trabalhos. 

Ele criou o software em 2012 e, desde então, lida com tecnologias que auxiliam na busca por empregos, mas diz que não está convencido de que as ferramentas atuais são tão eficazes. 

Segundo ele, as empresas afirmam que as contratações estão em queda e que a situação está piorando. 

Uso de IA por candidatos

Candidatos utilizam aplicativos de inteligência artificial, como o ChatGPT, para auxiliá-los na redação ou aprimoramento de cartas de apresentação ou currículos.

Isso gera um grande volume de candidaturas, o que leva a uma maior competição entre os inscritos, mas muitos candidatos não têm as habilidades específicas para as vagas em questão. 

Stross diz que isso gera uma ansiedade e angústia nos candidatos. 

“Os candidatos estão se sentindo como se estivessem em uma corrida armamentista uns com os outros, falando de quantos empregos você se candidata”, diz Stross. “Você ouve as pessoas nas redes sociais dizendo: ‘Eu me candidatei a 150 empregos’. E então você sente a pressão de que, se você não estiver se candidatando a toneladas de vagas, está ficando para trás”.

E as empresas?

As plataformas de emprego também “têm culpa” –elas enviam e-mails e notificações  de novas vagas e criaram botões de “candidate-se agora”, para que o fluxo de candidatos seja cada vez mais rápido. 

Anos atrás, apenas companhias altamente competitivas recebiam um número superior de candidatos ao de vagas disponíveis. Agora, até mesmo as pequenas empresas recebem mais currículos do que o número de vagas.

No primeiro trimestre de 2024 a Greenhouse percebeu um aumento de 43% nas inscrições de vagas de emprego em relação ao ano anterior. Foram cerca de 222 inscritos para cada vaga anunciada.

Vagas fantasma

O volume de candidaturas também aumentou porque as empresas anunciam vagas fantasmas –ou seja, elas não estão ativamente contratando, mas querem ter uma espécie de “banco de currículos” para, eventualmente, convocar os candidatos. .

Isso serve para sinalizar aos investidores em potencial e aos funcionários da empresa que estão crescendo num ritmo rápido. 

Em 2022, cerca de 18% a 22% dos empregos anunciados na Greenhouse foram vagas fantasmas. Essa prática dá uma impressão de que existem muitas oportunidades de mercado, causando um senso de urgência nos candidatos e eles pensam que a concorrência é grande.

Jon Stross descreve essa tática de anunciar vagas fantasmas como irracional e caótica. Para fugir de recrutamento fantasma, ele sugere que os candidatos entrem em contato com conexões em comum daquela empresa para procurar saber se a vaga é real ou não.

Contratações por IA

Na etapa da contratação, passou a ser comum empregar inteligência artificial para avaliar os currículos, automatizar agendamento de entrevistas e enviar mensagens de resultados de processos.

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