O Pix continua ganhando terreno internacional, mesmo diante dos ataques do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que recentemente criticou o sistema brasileiro de pagamentos. Nesta quarta-feira (23), a norte-americana Verifone, gigante do setor de meios de pagamento, lançou oficialmente o Pix no varejo físico dos Estados Unidos, por meio de uma parceria com a fintech PagBrasil.
O sistema já era usado por turistas brasileiros em algumas operações com chaves Pix vinculadas a lojistas brasileiros no exterior, mas agora poderá ser oferecido diretamente por varejistas norte-americanos, com integração às maquininhas da Verifone, que opera com mais de 75% dos grandes varejistas dos EUA e movimenta mais de US$ 8 trilhões ao ano.
“O lançamento do Pix nos EUA representa um divisor de águas para o varejo em destinos como Flórida e Nova York”, afirmou Madhu Vasu, vice-presidente sênior de produtos globais da Verifone.
Como funciona o Pix nos EUA
A operação segue o mesmo modelo do Brasil. O lojista digita o valor da compra em dólares, e a maquininha gera um QR Code de Pix. O consumidor brasileiro escaneia o código pelo aplicativo do banco e vê o valor convertido em reais, com o câmbio do momento e já com IOF de 3,5% embutido. O pagamento é confirmado em segundos, e o valor entra na conta do comerciante em tempo real.
Segundo a Verifone, além da praticidade, o Pix também tem custo mais baixo para os varejistas: 2% por transação, contra uma faixa de 2% a 3% mais taxas fixas cobradas pelos cartões de crédito internacionais.
Expansão global do Pix
O lançamento nos EUA faz parte de uma estratégia voltada ao crescimento do turismo brasileiro no país, especialmente com a expectativa de alta no fluxo de visitantes com a Copa do Mundo de 2026. Em média, 1,9 milhão de brasileiros visitam os EUA todos os anos, número que tende a crescer.
Nos últimos meses, o Pix também se expandiu para outros mercados turísticos. Em Portugal, o sistema foi integrado em 2023 pelo Braza Bank e pela adquirente Unicre. Na Argentina, o Mercado Pago já aceita pagamentos por Pix desde o início de 2024. E na Colômbia, a fintech Dock fornecerá infraestrutura para o Bre-B, sistema de pagamentos instantâneos do país inspirado no Pix e previsto para estrear no segundo semestre deste ano.
Mesmo sob críticas do governo Trump, que vê no Pix uma ameaça à hegemonia do sistema financeiro americano, empresas seguem apostando no modelo brasileiro como alternativa eficiente, segura e barata para o comércio internacional.
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