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Investidores fecham acordo solar para eletrificar o Quênia

Publicado 28/07/2025 • 11:14 | Atualizado há 20 horas

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Redação CNBC

KEY POINTS

  • Sun King levanta US$ 150 milhões com bancos comerciais para expandir energia solar off-grid no Quênia.
  • Cerca de 1,4 milhão de sistemas solares devem ser vendidos a consumidores rurais sem acesso à rede elétrica.
  • Estrutura com tranche sênior e mezanino atrai capital privado e oferece retorno acima dos títulos do governo.
Imagem de painéis solares - Energia Solar

Imagem de painéis solares - Energia Solar

Unsplash

Bancos comerciais participaram de um importante financiamento de US$ 150 milhões para energia solar fora da rede no Quênia — sinal de que cresce a confiança dos investidores na eletrificação da África Subsaariana.

A Sun King, empresa de energia solar off-grid, levantou o equivalente a US$ 156 milhões em xelins quenianos, agrupando pagamentos futuros de seus clientes em um título financeiro adquirido por investidores.

O acordo, estruturado pelo Citi, é um dos maiores do tipo e o primeiro liderado por bancos comerciais.

Segundo a Sun King, a transação deve viabilizar a venda de cerca de 1,4 milhão de sistemas solares domésticos para quenianos — a maioria em áreas rurais sem acesso à rede elétrica.

O investimento oferece aos investidores um retorno ligeiramente superior ao rendimento dos títulos públicos do Quênia com vencimento em 6 meses, atualmente em 8,4% ao ano. A operação foi estruturada em duas tranches (partes).

Segundo dados da FactSet, os títulos com vencimento em seis meses de curto prazo do governo queniano atualmente têm rendimento de 8,4% ao ano.

A tranche sênior — considerada a parte mais segura da dívida — foi financiada por bancos comerciais como Absa, Citi, The Co-operative Bank of Kenya, KCB e Stanbic Bank Kenya.

Instituições de financiamento ao desenvolvimento (DFIs), como a British International Investment, a norueguesa Norfund e o banco de fomento holandês FMO — tradicionalmente os principais financiadores desse tipo de iniciativa — investiram na tranche “mezanino”, menor e mais arriscada, que será a primeira a absorver eventuais perdas.

“Este é um exemplo de como criar estruturas que permitem a entrada de capital privado em larga escala”, afirmou Jorge Rubio Nava, chefe global de finanças sociais do Citi.

Essa estrutura em camadas foi essencial, oferecendo uma espécie de “colchão de segurança” que tornou o acordo mais atrativo para os bancos comerciais.

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“É importante que as [DFIs] estejam na tranche mezanino, pois é nesse ponto que elas conseguem oferecer um amortecedor para os credores privados da tranche sênior”, explicou Rubio.

O investimento chega em meio a um cenário macroeconômico desafiador para o Quênia.

O país enfrenta déficits orçamentários persistentes e paga cerca de 10% de juros sobre sua dívida emitida em moeda estrangeira.

“A situação pode ser administrável por enquanto, mas sem um plano claro e crível de consolidação fiscal, apoiado por ajuda externa do FMI, tememos que um calote da dívida soberana se torne cada vez mais difícil de evitar”, afirmou David Omojomolo, economista especializado em África da Capital Economics, em nota a clientes no dia 3 de julho.

Pulando uma geração

Cerca de 600 milhões de pessoas na África vivem sem acesso à eletricidade conectada à rede, segundo um relatório de 2022 do Banco Europeu de Investimento.

As finanças públicas pressionadas, tanto no Quênia quanto em toda a África Subsaariana, limitam os investimentos liderados pelo Estado para expandir a rede elétrica.

A Sun King e um número crescente de empresas solares fora da rede, como a Ignite Energy Access, estão “pulando” a rede elétrica tradicional ao oferecer diretamente painéis solares e sistemas de bateria para as residências.

Um dos principais obstáculos para os consumidores tem sido o alto custo inicial.

O modelo “pague conforme usa”, adotado pela Sun King e outras empresas, busca tornar esses sistemas descentralizados mais acessíveis.

Os clientes pagam um pequeno valor de entrada, cerca de US$ 7, e fazem pagamentos semanais por 12 a 18 meses para quitar o sistema e o empréstimo.

“O que faz isso funcionar é que coletamos pequenos pagamentos, estáveis e previsíveis, de milhões de clientes”, afirmou Anish Thakkar, cofundador da Sun King, ele ainda acrescenta que “Depois agrupamos esses pagamentos e os securitizamos.”.

Os títulos securitizados são vendidos a grandes investidores, o que fornece à Sun King o capital inicial necessário para fabricar e distribuir mais sistemas solares.

Esse modelo se baseia em uma securitização anterior de US$ 130 milhões concluída em 2023.

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