Em entrevista exclusiva para o Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC o presidente da Autoridade Portuária de Santos, Anderson Pomini, afirmou que as tarifas dos Estados Unidos de 50% sobre produtos brasileiros terão um impacto “bilateral”, tanto na economia americana como na brasileira.
De acordo com ele, o Porto de Santos, que representa 30% da corrente comercial do Brasil, já está passando por algo chamado de “corrida das cargas”, onde os produtores tentam adiantar as entregas para evitar as tarifas. “Assim que o presidente Trump anunciou esse tarifaço, nós tivemos um aumento nas exportações em 96%, para o café 40%, para a celulose perto de 50%.”, explicou.
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Pomini explica que cerca de 6 milhões de containers passam pelo porto de Santos, onde 20% são destinados aos Estados Unidos, e que no momento ainda não existem cargas paradas no porto. Isso ocorre porque a carga é tarifada, geralmente, quando chega no país de destino e todos os produtos que chegam ao porto já foram vendidos.
Além disso, ele explica que a estratégia de triangulação, onde um produto passa por outro país antes de chegar ao seu destino final, não seria viável para as exportações brasileiras, já que a maioria delas são produtos perecíveis e tem datas específicas para serem enviadas. A solução seria encontrar outros mercados para esses produtos.
“Os nossos alimentos, obviamente, receberão outros destinos, que é exatamente o que vem dialogando o nosso governo. Então, essa triangulação é praticamente impossível para os nossos produtos”, explica.
Outro impacto direto das tarifas americanas é na geração de empregos, com uma estimativa de impacto direto em pelo menos 150 mil empregos, no Estado de São Paulo, onde toda a cadeia de produção será afetada.
“Esse impacto, ele é bilateral. Num primeiro momento, o consumidor americano será o principal afetado. E muitos empregos também vinculados a essa cadeia logística americana serão afetados. Então, a falta de negociação com dados transparentes e critérios bem postos à mesa prejudica os dois países.”
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