Durante uma coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (31), o senador democrata Tim Kaine criticou a decisão do presidente Donald Trump de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Kaine, que participou de reuniões com membros da comitiva de senadores brasileiros em Washington, afirmou que ele e seus colegas vão tomar medidas para contestar o uso do poder presidencial neste caso.
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“A decisão anunciada ontem é, entre tantas ações sem precedentes, realmente sem precedentes”, declarou o parlamentar da Virgínia. “O presidente disse que é uma emergência o Brasil estar processando um amigo dele, e por isso está impondo tarifas de 50% sobre todos os produtos brasileiros. Isso não é uma emergência nos termos da IEEPA. É um uso sem precedentes desse poder.”
A declaração faz referência à justificativa utilizada pelo governo norte-americano para aplicar as novas tarifas, com base na International Emergency Economic Powers Act (IEEPA). O argumento central do Executivo dos EUA seria a atuação da Justiça brasileira contra um aliado político próximo do presidente, o que, segundo Trump, configuraria uma ameaça à política externa e à economia americana.
Kaine afirmou ainda que os Estados Unidos mantêm superávit comercial com o Brasil, e não déficit, o que enfraquece a narrativa de prejuízo econômico. “Estamos falando de tarifas caóticas, consequentes e corruptas, que prejudicam os próprios americanos”, afirmou.
A reação dos democratas ocorre em meio a uma crescente preocupação entre parlamentares, empresas e consumidores norte-americanos com os impactos econômicos da medida. Mais de 43% das exportações brasileiras para os EUA foram afetadas pelas tarifas, com incidência sobre setores como café, carnes e metais. Itens como petróleo bruto, celulose e sucos ficaram isentos.
Kaine não detalhou quais ações serão tomadas pelo Congresso, mas sinalizou que o grupo buscará limitar ou reverter o uso da IEEPA para justificar tarifas em casos como este. “Meus colegas aqui e eu tomaremos medidas para contestar o uso dos poderes de emergência pelo presidente dessa forma tão incomum.”
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