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Por que um boato nas redes sociais causou queda nas viagens de verão ao Japão
Publicado 01/08/2025 • 12:15 | Atualizado há 22 horas
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Publicado 01/08/2025 • 12:15 | Atualizado há 22 horas
KEY POINTS
Pessoa lendo um Mangá
Unsplash
O interesse por viagens ao Japão despencou em junho, em meio a uma profecia de um mangá que previa um “desastre” no país em julho de 2025.
A previsão estava em uma reedição de 2021 de um mangá japonês intitulado Watashi ga Mita Mirai, Kanzenban (em tradução livre, O Futuro Que Eu Vi — Edição Completa), da artista Ryo Tatsuki.
Na edição original do livro, publicada em 1999, a capa fazia referência a um “desastre em março de 2011”.
Em março de 2011, o Japão sofreu o terremoto mais forte de sua história, o Grande Terremoto de Tohoku, que causou quase 20 mil mortes e o desastre nuclear de Fukushima Daiichi.
Segundo a tradução do Google, a descrição da nova edição na Amazon dizia que a autora teve “novos sonhos proféticos”, incluindo que “o verdadeiro desastre virá em julho de 2025”.
CN Yuen, diretor da agência de turismo WWPKG, com sede em Hong Kong, disse à CNBC que o boato circulou amplamente em Hong Kong, espalhando-se pela mídia tradicional, emissoras de TV e influenciadores no YouTube.
O número de visitantes estrangeiros no Japão cresceu, em média, 24% entre janeiro e maio deste ano, em comparação com 2024. Mas, em junho, o aumento foi de apenas 7,6%, segundo dados de turismo do Japão.
Yuen, da WWPKG, disse estar acostumado com quedas no turismo relacionadas a desastres naturais, que geralmente se normalizam após o fim do evento.
Mas “desta vez, é diferente, porque nada realmente aconteceu. É apenas um boato, ou uma profecia”, disse ele à CNBC. “É a primeira vez que vemos algo assim.”
Mídias de Hong Kong e do Japão informaram, no início de julho, que companhias aéreas de Hong Kong reduziram voos para algumas cidades japonesas, incluindo Nagoya.
Um relatório publicado em janeiro pelo jornal japonês Asahi Shimbun, citando o Escritório de Promoção da Pesquisa sobre Terremotos, alertava que a probabilidade de um megaterremoto nos próximos 30 anos havia subido para 80% — um dado que, somado à profecia, gerou uma “tempestade perfeita” para afastar turistas, segundo Yuen.
No entanto, a Agência Meteorológica do Japão afirmou: “É importante destacar que a emissão de informações indicando maior potencial para um terremoto na Fossa de Nankai não significa, necessariamente, que ele irá ocorrer.”
Dados da JNTO mostraram que a proporção de turistas asiáticos caiu em junho na comparação anual, enquanto a de países ocidentais aumentou.
Especialistas ouvidos pela CNBC apontaram várias razões, inclusive culturais.
“Mangá não é apenas entretenimento; ele é amplamente lido por diferentes faixas etárias e carrega certa autoridade cultural em algumas sociedades asiáticas”, afirmou Zimbayah Kamble, professora sênior de hospitalidade da James Cook University.
Isso, combinado com memórias de desastres anteriores e a realidade da vulnerabilidade sísmica do Japão, faz com que alertas como esse “ressoem fortemente” na região, disse ela.
Kiattipoom Kiatkawsin, professor associado de hospitalidade e turismo do Singapore Institute of Management, disse que a rápida disseminação dos rumores pelas redes sociais, aliada à natureza coletivista de muitas sociedades asiáticas, levou a uma amplificação social do risco percebido.
“Isso significa que, mesmo que alguns indivíduos tenham dúvidas, a resposta coletiva da comunidade ou dos colegas pode influenciar fortemente suas decisões, levando a mudanças de comportamento em larga escala, como o cancelamento de viagens”, disse Kiatkawsin.
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“Neste caso, uma narrativa fictícia amplificada pelas redes sociais pode ter criado uma razão convincente — embora cientificamente infundada — para adiar viagens”, afirmou ele.
Mas ambos os especialistas também apontaram um motivo mais prático: a flexibilidade das viagens de curta distância.
Kiatkawsin afirmou que os custos de cancelamento de voos e reservas de hotel não são mais vistos como um grande obstáculo.
“Se não viajarem ao Japão desta vez, podem ir em outra oportunidade sem grande dificuldade para reorganizar tudo”, acrescentou.
Kiatkawsin afirmou que não espera que a profecia afete o panorama do turismo no Japão, já que a previsão está restrita ao mês de julho.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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