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Saúde

Pesquisadores acusam secretário de Saúde dos EUA de usar notícias falsas para cancelar contratos de vacinas

Publicado 09/08/2025 • 07:38 | Atualizado há 23 horas

AFP

KEY POINTS

  • O secretário de Saúde dos EUA, Robert F. Kennedy Jr., cancelou 22 contratos federais (valor total: US$ 500 mi/R$ 2,7 bi) para vacinas de mRNA, justificando com alegações falsas de que essas vacinas causariam "novas mutações virais" e teriam "mais riscos que benefícios".
  • Especialistas como Stephen Evans (Londres) e Charles Bangham (Imperial College) refutaram Kennedy: vacinas de mRNA não causam mutações, são "extremamente eficazes" contra COVID-19, e seus benefícios superam amplamente os riscos. A OMS classificou o cancelamento como "golpe significativo" à pesquisa global.
  • Kennedy demitiu o painel de especialistas em vacinas do governo, nomeou aliados que baniram um conservante de vacinas historicamente seguro, e determinou um novo estudo sobre a relação já desacreditada entre vacinas e autismo – consolidando uma agenda alinhada a movimentos antivacina.
Robert F. Kennedy

USA TODAY Network via Reuters Connect

O Secretário de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, Robert F. Kennedy Jr., em discurso no Capitólio do Arizona em Phoeniz, em 8 de abril de 2025.

Pesquisadores da área da Saúde ouvidos pela NewsGuard, entidade que monitora desinformação nos EUA, afirmaram nesta sexta-feira (8) que o secretário de Saúde dos Estados Unidos, Robert F. Kennedy Jr., usou informações falsas para justificar o cancelamento de 22 contratos federais para vacinas baseadas em mRNA. A conclusão foi divulgada um dia após a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificar a decisão como um grande retrocesso.

Na terça-feira (6), Kennedy anunciou o cancelamento de contratos avaliados em cerca de US$ 500 milhões (aproximadamente R$ 2,7 bilhões), marcando mais uma tentativa de inserir o ceticismo sobre vacinas no centro das políticas de saúde dos EUA.

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Desinformação usada para justificar o corte nos contratos

Citando os especialistas, a NewsGuard identificou uma série de alegações falsas sobre as vacinas, que são reconhecidas por terem salvado milhões de vidas durante a pandemia de Covid-19, e que Kennedy utilizou para justificar o encerramento dos contratos.

O secretário afirmou que as vacinas de mRNA seriam responsáveis por “novas mutações” do vírus, criando variantes capazes de prolongar pandemias.

“Kennedy está equivocado ao afirmar isso ao cortar o financiamento para o desenvolvimento de vacinas de mRNA”, disse Stephen Evans, professor da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, ao Science Media Centre, sediado na capital britânica. “Nenhuma vacina, incluindo as de mRNA, estimula novas mutações”, disse.

Kennedy também repetiu duas alegações já desmentidas sobre a eficácia dessas vacinas. Ele disse que elas “não protegem de maneira eficaz contra infecções respiratórias como a Covid” e acrescentou que a tecnologia de mRNA “traz mais riscos do que benefícios”.

Evans afirmou que as vacinas são “extremamente eficazes contra a Covid, prevenindo mortes, internações e infecções, mesmo as que não apresentam sintomas”.

“Nenhuma vacina é isenta de efeitos colaterais, alguns deles podem ser graves, mas os benefícios tanto das vacinas de mRNA quanto das demais – em vidas salvas e doenças evitadas – superam de longe os riscos”, explicou Charles Bangham, professor de imunologia do Imperial College London, também ao Science Media Centre.

Reação da OMS e de especialistas

Na quinta-feira (7), Joachim Hombach, referência da OMS em imunização, classificou a decisão dos EUA de cancelar os contratos como um “golpe significativo”.

“As vacinas de mRNA são uma tecnologia muito importante, que serviu muito bem durante a Covid. Também sabemos que há pesquisas promissoras em andamento para vacinas contra a gripe”, afirmou.

Reforçando essas declarações, especialistas norte-americanos alertaram que o corte nos financiamentos ameaça pesquisas essenciais e a saúde pública em todo o mundo.

“Isso atrasa a ciência das vacinas em pelo menos dez anos”, escreveu Andrew Pekosz, professor de microbiologia molecular e imunologia da Escola de Saúde Pública Bloomberg, da Johns Hopkins, na rede X.

“Está claro que eles não leram os estudos nem ouviram os especialistas… se tivessem feito isso, jamais tomariam essa decisão.”

Mudanças na política de saúde dos EUA sob Kennedy

Kennedy, que passou vinte anos espalhando desinformação sobre imunização, vem promovendo uma verdadeira reviravolta na política de saúde dos EUA desde que assumiu o cargo.

Ele demitiu, por exemplo, o painel de especialistas em vacinas que aconselhava o governo e nomeou seus próprios indicados para os cargos.

Na primeira reunião, o novo grupo votou rapidamente pela proibição de um conservante de vacinas usado há décadas e criticado pelos movimentos antivacina, apesar do histórico comprovado de segurança do produto.

Kennedy também determinou a realização de um amplo novo estudo sobre a já desacreditada relação entre vacinas e autismo.

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