O CEO da OpenAI, Sam Altman, afirmou que a inteligência artificial geral, ou “AGI”, está perdendo relevância como termo, pois os avanços rápidos no campo dificultam a definição do conceito.
AGI refere-se ao conceito de uma forma de inteligência artificial capaz de realizar qualquer tarefa intelectual que um humano possa. Há anos, a OpenAI pesquisa e desenvolve AGI segura e benéfica para toda a humanidade.
“Acho que não é um termo muito útil,” disse Altman ao programa “Squawk Box” da CNBC na semana passada, ao ser questionado se o último modelo GPT-5 da empresa aproxima o mundo da AGI. O empreendedor em IA já havia afirmado que acredita que a AGI pode ser desenvolvida em um “futuro razoavelmente próximo”.
O problema com AGI, disse Altman, é que há múltiplas definições usadas por diferentes empresas e pessoas. Uma delas é uma IA que pode fazer “uma quantidade significativa do trabalho no mundo”, segundo Altman — porém isso tem problemas, pois a natureza do trabalho está em constante mudança.
Altman não está sozinho ao manifestar ceticismo sobre “AGI” e o modo como as pessoas usam o termo.
Difícil de definir
Nick Patience, vice-presidente e líder de prática de IA do The Futurum Group, disse à CNBC que, embora AGI seja uma “estrela guia fantástica para inspiração”, no geral não é um termo útil.
“Ele impulsiona financiamentos e captura a imaginação pública, mas sua definição vaga e de ficção científica frequentemente cria uma névoa de exagero que obscurece o progresso real e concreto que estamos fazendo em IA mais especializada”, disse ele por e-mail.
A OpenAI e outras startups arrecadaram bilhões de dólares e atingiram avaliações vertiginosas com a promessa de que, eventualmente, alcançarão uma forma de IA suficientemente poderosa para ser considerada “AGI”. A OpenAI foi avaliada pela última vez pelos investidores em US$ 300 bilhões e estaria preparando uma venda secundária de ações com avaliação de US$ 500 bilhões.
Na semana passada, a empresa lançou o GPT-5, seu mais recente modelo de linguagem avançada para todos os usuários do ChatGPT. A OpenAI afirmou que o novo sistema é mais inteligente, rápido e “muito mais útil” — especialmente para escrita, programação e assistência em consultas de saúde.
Mas o lançamento gerou críticas de alguns usuários online, que consideraram o modelo tão esperado uma atualização modesta, com apenas pequenas melhorias em relação ao anterior.
“Por tudo que se sabe, é incremental, não revolucionário,” disse Wendy Hall, professora de ciência da computação na Universidade de Southampton, à CNBC.
Uma distração?
Por sua vez, Altman admitiu que o novo modelo da OpenAI não alcança sua definição pessoal de AGI, pois o sistema ainda não é capaz de aprender continuamente por conta própria.
Embora a OpenAI ainda mantenha a inteligência artificial geral como seu objetivo final, Altman disse que é melhor falar sobre níveis de progresso rumo a esse estado de inteligência geral, em vez de perguntar se algo é AGI ou não.
“Agora tentamos usar esses diferentes níveis… em vez do binário ‘é AGI ou não é?’ Acho que isso ficou muito grosseiro conforme nos aproximamos,” disse o CEO da OpenAI durante palestra no Simpósio FinRegLab de IA em novembro de 2024.
Altman ainda espera que a IA alcance avanços importantes em áreas específicas — como novos teoremas matemáticos e descobertas científicas — nos próximos dois anos, mais ou menos.
“Está acontecendo muita coisa empolgante no mundo real, sinto que AGI é meio que uma distração, promovida por aqueles que precisam continuar levantando quantias impressionantes de financiamento,” disse Patience, do Futurum, à CNBC.
“É mais útil falar sobre capacidades específicas do que esse conceito nebuloso de inteligência ‘geral’.”
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