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Presidente da Coreia do Sul promete lutar ‘até o último minuto’

Publicado 12/12/2024 • 07:31

AFP

KEY POINTS

  • O presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, afirmou nesta quinta-feira (12) que lutará "até o último minuto".
  • Enfrentando uma votação de impeachment no parlamento no sábado, Yoon prometeu "lutar ao lado do povo até o último minuto".
  • Ele atacou a oposição, acusando-a de empurrar o país para uma "crise nacional".

Yoon Suk Yeol, da Coreia do Sul, durante pronunciamento em dezembro de 2024

Jung Yeon-je / AFP

O presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, afirmou nesta quinta-feira (12) que lutará “até o último minuto”, em um discurso desafiador defendendo sua surpreendente decisão de declarar lei marcial e mobilizar tropas no parlamento do país na semana passada.

Yoon está proibido de viajar para o exterior devido a uma investigação sobre membros de seu círculo próximo, relacionada aos eventos dramáticos de 3 e 4 de dezembro, que abalaram os aliados de Seul e mergulharam o país em uma de suas mais profundas crises políticas em anos.

Enfrentando uma votação de impeachment no parlamento no sábado, Yoon prometeu “lutar ao lado do povo até o último minuto”. Ele atacou a oposição, acusando-a de empurrar o país para uma “crise nacional”.

“A Assembleia Nacional, dominada pelo grande partido de oposição, tornou-se um monstro que destrói a ordem constitucional da democracia liberal”, disse Yoon em um discurso transmitido pela televisão.

Yoon também reforçou sua justificativa para declarar a lei marcial, argumentando que a medida visava proteger a Coreia do Sul “das ameaças das forças comunistas da Coreia do Norte e eliminar elementos contra o Estado”.

“Peço desculpas novamente ao povo, que deve ter ficado surpreso e ansioso com a lei marcial”, acrescentou. “Por favor, confiem em mim.”

Votação do impeachment no sábado

A votação do impeachment está marcada para as 17h (0800 GMT) de sábado. O líder do PPP (Partido do Poder do Povo), Han Dong-hoon, pediu aos membros do partido que participem da sessão e votem “de acordo com sua convicção e consciência”.

“O presidente Yoon Suk Yeol não é mais capaz de cumprir suas funções como presidente, e isso tem ficado cada vez mais claro”, disse Han.

Nesta quinta-feira, a oposição apresentou formalmente uma segunda moção de impeachment contra Yoon, após a tentativa fracassada da semana passada, quando parlamentares do partido governista boicotaram a votação.

Para que o impeachment seja aprovado, dois terços do parlamento precisam votar a favor. O bloco opositor precisa de oito votos de parlamentares do partido governista, e alguns já indicaram a intenção de apoiar a medida na próxima votação.

Investigações e tensões nas ruas

Enquanto isso, a polícia tentou realizar outra busca no complexo presidencial de Yoon, segundo a agência Yonhap, um dia após uma tentativa semelhante ser bloqueada por seguranças. A operação desta quinta-feira focou na sede do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, que teria concordado em cooperar com a investigação.

O principal partido de oposição, Democrático, alertou que apresentará queixas legais por insurreição contra a equipe presidencial de Yoon e os responsáveis pela segurança, caso continuem obstruindo a aplicação da lei.

As ruas de Seul têm sido palco de protestos diários desde a semana passada, com milhares de pessoas pedindo a renúncia de Yoon. Kim Jae-hee, de 34 anos, declarou à AFP que irá protestar no sábado em apoio ao impeachment. “Quero testemunhar a história”, disse ela. “E conheço muitos amigos que estão fazendo o mesmo.”

Ações contra aliados de Yoon

Integrantes do círculo próximo de Yoon enfrentam intenso escrutínio por seu papel na declaração de lei marcial. A polícia informou que, nesta quinta-feira, realizou uma busca no quartel-general da defesa da capital, que foi mobilizado durante a lei marcial.

O ex-ministro da Defesa, Kim Yong-hyun, acusado de incentivar Yoon a declarar lei marcial, tentou suicídio na prisão na terça-feira, segundo as autoridades. Kim foi detido no domingo e formalmente preso sob acusações de “executar funções críticas durante uma insurreição” e “abuso de autoridade para obstruir o exercício de direitos”.

Outros membros-chave, como o ex-ministro do Interior e o general responsável pela operação da lei marcial, também estão proibidos de viajar ao exterior.

Desdobramentos internacionais

O PPP afirmou que, caso Yoon renuncie, ele concordou em transferir o poder para o primeiro-ministro Han Duck-soo e para o chefe do partido, Han Dong-hoon.

Na Coreia do Norte, imagens da AFP mostraram estudantes analisando fotos de protestos anti-Yoon publicadas no site do jornal Rodong Sinmun, controlado pelo partido governista.

A mídia estatal norte-coreana, que frequentemente faz críticas ao presidente sul-coreano, descreveu o Sul como estando em “caos” após a decisão de Yoon de impor a lei marcial.

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