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Tarifa de 50% e queda de preços podem gerar perdas de R$ 2,9 bi ao setor de suco de laranja

Publicado 13/08/2025 • 10:11 | Atualizado há 2 dias

Estadão Conteúdo

KEY POINTS

  • Exportadores brasileiros de suco de laranja podem perder R$ 1,54 bi com tarifas dos EUA, mesmo fora da alíquota de 50% sobre o produto principal.
  • Subprodutos como óleos essenciais e células cítricas, usados nas indústrias de bebidas e cosméticos, foram sobretaxados em 50%.
  • Queda de 20,17% no preço internacional do suco pode gerar perda adicional de R$ 1,43 bi e Perdas totais do setor na safra 2024/25 podem superar R$ 2,9 bi.
Suco de laranja é o produto mais sensível a essa política tarifária, dizem os pesquisadores do Cepea/USP | Unsplash

Suco de laranja é o produto mais sensível a essa política tarifária, dizem os pesquisadores do Cepea/USP.

Unsplash

O setor exportador de suco de laranja do Brasil pode registrar perdas imediatas de R$ 1,54 bilhão, mesmo estando fora da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos.

O prejuízo decorre da inviabilidade econômica das exportações de subprodutos — que serão taxados em 50% — e que renderam US$ 177,8 milhões na safra passada, equivalentes a R$ 973,6 milhões.

A esse valor soma-se o impacto estimado da tarifa de 10% sobre o suco de laranja, calculado em US$ 103,6 milhões (R$ 566,7 milhões).

Os valores foram calculados com base no volume registrado pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic) na safra 2024/25, informou nesta terça-feira a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR).

Segundo a entidade, os subprodutos da cadeia citrícola são amplamente utilizados tanto pela indústria de bebidas quanto pela de cosméticos. Nos Estados Unidos, cerca de 58% do consumo de suco é composto por suco reconstituído — produto concentrado a 66% de partes sólidas, com consistência semelhante à do leite condensado. Após a importação, o suco recebe água até atingir sua diluição natural, com cerca de 12% de partes sólidas.

“Muitos desses produtos dependem de ingredientes como células cítricas — os gominhos da laranja — e óleos essenciais responsáveis pelo aroma, e esses insumos estão sobretaxados em 50%, o que inviabiliza a operação”, afirmou em nota o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto. “Isso pode prejudicar a experiência do consumidor, afetar empresas americanas e, por consequência, causar impacto em toda a cadeia brasileira.”

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Os óleos essenciais também são insumos-chave para a indústria de cosméticos, conferindo notas cítricas a perfumes. Os Estados Unidos respondem por fatias relevantes das exportações brasileiras: cerca de 36% no caso do óleo essencial prensado, 39% para o óleo comum e quase 60% para o d-limoneno, usado em fragrâncias e solventes naturais. “O impacto pode ser muito grande para esses setores”, reforçou Netto.

Além das tarifas, o setor enfrenta queda acentuada nos preços internacionais, resultado de um aumento de 36% na oferta de frutas em relação à safra anterior, segundo o Fundecitrus. De acordo com a Secex, o preço médio da tonelada exportada para os EUA na safra passada foi de US$ 4.243; em 7 de agosto, o valor havia recuado para US$ 3.387 — redução de 20,17%. Mantido o volume exportado, a perda estimada de receita com a desvalorização é de US$ 261,8 milhões (R$ 1,43 bilhão).

Somando os efeitos das tarifas à queda nas cotações, as perdas totais do setor podem ultrapassar R$ 2,9 bilhões. “Embora o setor esteja aliviado por ter sido incluído na lista de exceções, os impactos são significativos, principalmente em um contexto de mercado desafiador como o deste ano”, concluiu Netto.

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