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Efeito Trump sobre investimento verde deve ser passageiro, mas mercado teme retração
Publicado 17/08/2025 • 09:25 | Atualizado há 2 meses
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Publicado 17/08/2025 • 09:25 | Atualizado há 2 meses
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Imagem de painéis solares
Unsplash
A percepção entre investidores do setor verde é que eles costumam olhar para o médio e longo prazos. Por isso, especialistas ouvidos pela Estadão/Broadcast acreditam que o “efeito Trump” nos projetos sustentáveis tende a ser só um choque de curto prazo. Mesmo assim, há preocupação com o movimento atual dos bancos, que estão se afastando das alianças climáticas.
A Net-Zero Banking Alliance (NZBA), uma aliança global pelo clima, vem sofrendo baixas desde o começo de 2025, com a saída de bancos americanos importantes, como Goldman Sachs e Wells Fargo. Depois deles, outros bancos também deixaram o grupo ao longo do ano. Existe ainda o receio de que instituições financeiras multilaterais, como o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), dos quais os Estados Unidos fazem parte, também mudem suas prioridades.
Apesar desses movimentos, o investimento em economia verde é visto, antes de tudo, como uma necessidade econômica, não só uma questão de cumprir metas ambientais. Essa visão faz ainda mais sentido para o Brasil, segundo José Niemeyer, professor de Relações Internacionais no Ibmec.
“O Brasil cada vez mais vai investir não só em biomassa para energia, mas também em hidrogênio verde, por exemplo. A economia verde está cada vez mais atrelada ao dia a dia brasileiro, já que o país é um grande produtor agrícola”, explica o especialista. O argumento é que existe um alinhamento entre as metas de clima e as necessidades econômicas dos diferentes setores.
Para Arthur Ramos, diretor executivo e sócio da área de Energia do Boston Consulting Group (BCG), o Brasil precisa se posicionar cada vez mais como um “hub de soluções climáticas”. O país tem energia com preço competitivo em relação a outros lugares do mundo e uma matriz energética limpa e renovável. Além disso, recentemente foram aprovadas leis que podem acelerar ainda mais o investimento verde.
A chamada lei do “combustível do futuro” é um dos principais exemplos. Ela busca ampliar a oferta de biocombustíveis, afetando setores como biodiesel, biometano, etanol e combustível sustentável para aviação (SAF). “O investidor, claro, preferiria um cenário sem tanta instabilidade geopolítica, mas quem pensa no longo prazo vai se perguntar: onde faz sentido instalar uma planta usando fonte renovável? E nisso o Brasil sai na frente”, avalia Ramos.
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Na Amazônia Legal, por exemplo, um diagnóstico recente sobre o financiamento da bioeconomia, divulgado nesta semana, mostrou que a região conta com 159 mecanismos financeiros e 111 instituições atuando nesse setor. Esse estudo foi lançado por meio de uma parceria entre a Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), a rede Uma Concertação pela Amazônia, a Frankfurt School of Finance and Management e a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD).
Mesmo assim, o levantamento indica que ainda é preciso ampliar o alcance desses financiamentos. Há muita fragmentação entre as iniciativas, além de problemas como dificuldades logísticas, questões fundiárias e taxas de juros que não combinam com o tempo de retorno dos negócios de base comunitária. O estudo recomenda a criação de uma estratégia nacional para financiar a bioeconomia, “capaz de reunir recursos públicos, privados, filantrópicos e multilaterais, definir prioridades para os territórios e reforçar a presença de financiadores junto às comunidades locais”, conforme divulgado no comunicado.
Segundo o Boston Consulting Group (BCG), o Brasil pode receber entre US$ 2,6 trilhões (cerca de R$ 14,04 trilhões) e US$ 3 trilhões (aproximadamente R$ 16,2 trilhões) em investimentos, caso as empresas brasileiras se comprometam a zerar as emissões de gases do efeito estufa até 2050. Arthur Ramos, diretor executivo da consultoria, também é um dos organizadores do Brazil Climate Summit, que este ano volta a acontecer em Nova York (EUA), no dia 19 de setembro. O objetivo é mostrar para os investidores internacionais “o potencial do Brasil como polo mundial de produtos industriais verdes”.
“Estamos num cenário global onde o multilateralismo está sendo testado e o comércio internacional ficou mais complicado. Mas, onde você encontra soluções de biomassa, biometano, redução de emissões de forma mais rápida? Se a redução de gases é prioridade, você tem que continuar de olho no Brasil”, analisa Ramos.
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