A Boeing, gigante estadunidense da aviação, está em negociação para vender até 500 aeronaves para empresas chinesas, segundo reportagem da Bloomberg News publicada nesta quinta-feira (21), com base em fontes próximas ao assunto.
O acordo seria uma vitória importante para a fabricante dos Estados Unidos, que vem enfrentando dificuldades recentes. As ações da empresa chegaram a subir até 3,7% nas negociações antes da abertura da bolsa, mas por volta das 11h20 (15h20 GMT) avançavam apenas 0,2%.
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Dependência do acordo entre Washington e Pequim para avanço na negociação
Fontes ouvidas pela Bloomberg afirmam que a negociação depende de Washington e Pequim chegarem a um acordo de longo prazo para aliviar as tensões da guerra comercial entre os dois países. Segundo a agência, esse contrato deve ser um dos pontos centrais de um possível acordo comercial entre EUA e China.
As fontes disseram ainda que autoridades chinesas já começaram a consultar companhias aéreas do país para avaliar quantos aviões precisarão comprar. Procurada pela AFP, a Boeing respondeu: “Não comentamos rumores.”
Contexto das relações comerciais entre EUA e China
Desde que assumiu a presidência dos Estados Unidos, em janeiro, Donald Trump tem imposto novas tarifas a parceiros comerciais em todo o mundo, alegando que os déficits comerciais do país são resultado de práticas desleais.
A compra de aviões da Boeing, maior exportadora industrial dos EUA, costuma ser incluída nos acordos de Trump como forma de tentar equilibrar a balança comercial. Em julho, a Casa Branca anunciou que o Japão se comprometeu a comprar 100 jatos da Boeing, enquanto a Indonésia fechou acordo para outros 50 aviões, como parte de negociações destinadas a evitar tarifas ainda mais altas.
Trump, porém, tem mirado especialmente a China em seus esforços para reformular o comércio internacional. Neste ano, Washington e Pequim aplicaram tarifas sobre produtos um do outro, em alguns casos atingindo níveis altíssimos, o que travou o comércio entre os países e até levou à suspensão temporária das entregas de aviões da Boeing.
Apesar das disputas, os dois lados concordaram em maio em reduzir temporariamente as tarifas e, desde então, vêm prorrogando esse acordo por períodos de 90 dias, enquanto buscam uma solução de longo prazo.
Histórico de negócios e desafios recentes da boeing
O último grande acordo da China com a Boeing ocorreu no início do primeiro mandato de Donald Trump, em novembro de 2017, quando Pequim fechou a compra de 300 aviões de corredor simples e duplo, em um valor superior a US$ 37 bilhões (cerca de R$ 203,2 bilhões).
Em julho, a Boeing divulgou um prejuízo menor no segundo trimestre em relação ao ano anterior, além de registrar o maior número de entregas de aeronaves desde 2018.
A fabricante, no entanto, vem enfrentando problemas ligados ao controle de qualidade, principalmente após um quase desastre em janeiro de 2024, quando um painel da fuselagem de um 737 MAX se soltou em pleno voo. O episódio se soma ao histórico negativo do modelo, que já havia sido marcado por dois acidentes fatais em 2018 e 2019.
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