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O número que nunca chega: por que a tranquilidade financeira não aparece quando a conta corrente cresce
Publicado 05/09/2025 • 02:06 | Atualizado há 3 meses
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Notas de real.
Pixabay
A busca pela paz financeira parece infinita, mesmo diante de conquistas e cifras crescentes. Questões emocionais e padrões de pensamento frequentemente impedem que o sucesso no extrato bancário se traduza em serenidade.
Uma história se repete no consultório entre pacientes bem-sucedidos financeiramente: quando mais jovens, almejavam claramente um valor que os deixaria tranquilos e satisfeitos. “Quando eu alcançar esse valor, paro de trabalhar e vou viver a vida.” Mas todos relataram que, à medida que progrediram na vida financeira, não foi exatamente isso que aconteceu. Na prática, o saldo aumenta, o padrão de comparação muda, o apetite por controle cresce, e a paz continua distante — desejável, mas sempre no horizonte.
Agora, entrando no terreno da psicologia aplicada, vamos falar sobre emoções, hábitos e alguns ajustes práticos que podem transformar o dinheiro de fonte de ansiedade em plataforma de liberdade.
Sabe o que é correr e correr e continuar no mesmo lugar? Sim, na esteira da academia acontece exatamente isso. Essa ideia está por trás da adaptação hedônica: nosso cérebro se acostuma rapidamente. A primeira vez que você vê seis dígitos na conta corrente, vibra. Um trimestre depois, acostuma-se e passa a ser o “novo normal”. É uma corrida que não chega ao fim.
Também é comum que, ao longo da evolução financeira, você conquiste novos patamares. Esse é o chamado benchmark social: você mudou de grupo. Antes, se comparava com colegas próximos; agora, compara-se com pessoas que têm carros mais caros, planos de saúde renomados e restaurantes estrelados. O padrão subiu.
À medida que se progride financeiramente, surgem também alguns medos. Por exemplo, o viés de escassez ou a sensação de insegurança que nunca abandona: parece um excelente mecanismo de defesa, um lembrete de “não se engane! Você pode quebrar!”. Mesmo diante da abundância, o cérebro carrega memórias de falta — da infância, de crises ou de ideais que quase arruinaram tudo. Isso pode criar um estado de hipervigilância, gerando tensão e desconforto a cada nova decisão financeira ou profissional.
Qual é o resultado? O alvo financeiro “suficiente” da juventude torna-se móvel, sempre insuficiente. Não por falta de planilhas, mas por excesso de ansiedade, com a mente dominada por emoções e medos.
Idealmente, deveríamos alcançar aquela paz financeira sonhada na juventude e viver uma vida prazerosa proporcionada pelo dinheiro conquistado. Caso esses aspectos emocionais tragam desconforto, é fundamental buscar alívio dessa carga emocional.
O apoio de profissionais de saúde mental pode ajudar na resolução desses conflitos. Com orientação adequada, é possível sair dessa corrida sem fim; afinal, o desconforto emocional não se cura com mais dígitos na conta.
Dr. Sérgio Henriques CRM 76.436 / SP
Médico pela FMUSP. Especialista em psiquiatria.
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