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O número que nunca chega: por que a tranquilidade financeira não aparece quando a conta corrente cresce

Publicado 05/09/2025 • 02:06 | Atualizado há 4 horas

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IOF é o Imposto sobre Operações Financeiras.

Notas de real.

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A busca pela paz financeira parece infinita, mesmo diante de conquistas e cifras crescentes. Questões emocionais e padrões de pensamento frequentemente impedem que o sucesso no extrato bancário se traduza em serenidade.

Uma história se repete no consultório entre pacientes bem-sucedidos financeiramente: quando mais jovens, almejavam claramente um valor que os deixaria tranquilos e satisfeitos. “Quando eu alcançar esse valor, paro de trabalhar e vou viver a vida.” Mas todos relataram que, à medida que progrediram na vida financeira, não foi exatamente isso que aconteceu. Na prática, o saldo aumenta, o padrão de comparação muda, o apetite por controle cresce, e a paz continua distante — desejável, mas sempre no horizonte.

O que está por trás do número inalcançável

Agora, entrando no terreno da psicologia aplicada, vamos falar sobre emoções, hábitos e alguns ajustes práticos que podem transformar o dinheiro de fonte de ansiedade em plataforma de liberdade.

A ilusão do “número mágico”

Sabe o que é correr e correr e continuar no mesmo lugar? Sim, na esteira da academia acontece exatamente isso. Essa ideia está por trás da adaptação hedônica: nosso cérebro se acostuma rapidamente. A primeira vez que você vê seis dígitos na conta corrente, vibra. Um trimestre depois, acostuma-se e passa a ser o “novo normal”. É uma corrida que não chega ao fim.

Também é comum que, ao longo da evolução financeira, você conquiste novos patamares. Esse é o chamado benchmark social: você mudou de grupo. Antes, se comparava com colegas próximos; agora, compara-se com pessoas que têm carros mais caros, planos de saúde renomados e restaurantes estrelados. O padrão subiu.

À medida que se progride financeiramente, surgem também alguns medos. Por exemplo, o viés de escassez ou a sensação de insegurança que nunca abandona: parece um excelente mecanismo de defesa, um lembrete de “não se engane! Você pode quebrar!”. Mesmo diante da abundância, o cérebro carrega memórias de falta — da infância, de crises ou de ideais que quase arruinaram tudo. Isso pode criar um estado de hipervigilância, gerando tensão e desconforto a cada nova decisão financeira ou profissional.

Qual é o resultado? O alvo financeiro “suficiente” da juventude torna-se móvel, sempre insuficiente. Não por falta de planilhas, mas por excesso de ansiedade, com a mente dominada por emoções e medos.

Nomeando as inseguranças financeiras

  • Ansiedade de status: medo de perder a posição conquistada, de “cair de patamar”. A imagem de sucesso se constrói por meio de gastos constantes, comprando admiração. O problema: cria-se um ciclo vicioso em que nunca é possível parar de gastar.
  • Aversão à perda: perder dói o dobro de ganhar. O cérebro avalia riscos de prejuízo a todo momento, paralisando decisões ao menor sinal de ameaça.
  • Intolerância à incerteza: a volatilidade econômica é encarada como ameaça pessoal, amplificando a ansiedade.

Quando o dinheiro não traz tranquilidade

  • Perfeccionismo financeiro: necessidade do “setup perfeito” antes de agir, o que faz perder oportunidades.
  • Verdades inabaláveis: crenças como “dinheiro sempre vai embora” ou “preciso provar que mereço” moldam a relação com o dinheiro e geram sofrimento.
  • Culpas e fantasmas: “Tenho mais do que meus pais tiveram” ou “Se eu relaxar, tudo desanda.” A primeira frase reflete pressão geracional; a segunda, hipervigilância constante.

Para além da corrida sem fim

Idealmente, deveríamos alcançar aquela paz financeira sonhada na juventude e viver uma vida prazerosa proporcionada pelo dinheiro conquistado. Caso esses aspectos emocionais tragam desconforto, é fundamental buscar alívio dessa carga emocional.

O apoio de profissionais de saúde mental pode ajudar na resolução desses conflitos. Com orientação adequada, é possível sair dessa corrida sem fim; afinal, o desconforto emocional não se cura com mais dígitos na conta.

Dr. Sérgio Henriques CRM 76.436 / SP
Médico pela FMUSP. Especialista em psiquiatria.

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